𝐁𝐄𝐌 - 𝐌𝐄 - 𝐐𝐔𝐄𝐑, wagner moura. ( ✓)

𝟬𝟮

CLARISSE SALLES

A VIAGEM JÁ TINHA COMEÇADO CAÓTICA.

Estávamos a caminho da casa dos meus pais, e as crianças estavam dormindo no banco de trás, por conta do horário. Eram seis horas da manhã. Eu estava com dor no coração, nunca fiquei tanto tempo longe dos meus filhos, muito menos viajei sem eles.

Mas, era necessário. Logo pela manhã eu e Wagner tivemos uma pequena discussão, como sempre. Não nos falamos durante a ida até a casa dos meus pais.

Não demorou muito para chegarmos, eu toquei a campainha e minha mãe logo aparece. Ela sorri para mim, estava com um roupão rosa de estrelas, um chinelo nos pés e os cabelos meio bagunçados.

— Oi mãe. Desculpa acordar você tão cedo á essa hora.

— Não se sinta mal meu amor. Você e o Wagner merecem um momento a sós. Pode deixar, vamos cuidar muito bem do Arthur e da Rita. — Sorriu para a mesma, ela me dá um abraço e logo Wagner aparece com os gêmeos no colo.

— Quer que eu ajude a senhora a entrar com eles? — Ela faz que sim com a cabeça, pego as malas das crianças e nós entramos na casa.

Deixamos eles no quarto da minha mãe, dou um beijo na testa de cada um e cubro os mesmos. Abraço minha mãe novamente, meu marido faz o mesmo e logo saímos de lá.

Entramos no carro. Wagner me encara por dois minutos, colocando a mão em minha coxa e fazendo um carinho. Olho para ele, o mesmo sorri para mim.

— Não quero ficar de mal com você. Eu fiz essa viagem para nós dois. Nada vai estragar essa viagem. — Suspiro fundo, concordando com ele.

— Vamos entrar no clima. — Fala, pegando seu celular e colocando uma playlist aleatório com o tema "carnaval em Salvador". Dou risada.

— É! esse é um bom jeito de entrar no clima mesmo. — Eu concordo, ele dá um beijinho no meu pescoço antes de dar partida com o carro.

Ás sete horas da manhã, nós já estávamos embarcando no avião. Tudo ocorreu bem, colocamos as malas no avião, comemos alguma coisa antes de ir e agora estamos aqui.

Ele segura minha mão, sorriu para o mesmo. Eu ainda estava me acostumando com a ideia de ficar sozinha com ele por um tempo, essa vida agitada de mãe e de roteirista tomou conta da minha vida, mesmo eu sendo jovem.

Pude acompanhar as malas sendo literalmente "jogadas" no avião. Cutuco meu marido e mostro para ele, o mais velho resmunga alguma coisa e da de ombros. Infelizmente, ele tinha razão, nada que pudéssemos fazer para interromper isso.

Chegou a nossa vez de embarcar. Somos recebidos por uma aeromoça, ela era morena dos olhos azuis. Sorriu para Wagner quando ele desejou um "bom dia" em inglês. Faço o mesmo, mais dessa vez a fitando com o olhar.

Meu marido da uma risadinha, e era óbvio que ele ia comprar a primeira classe. Eu e ele não somos pessoas de esbanjar dinheiro, principalmente ele. Mais, acho que, se precisamos de um pouco de privacidade. Talvez uma primeira classe não seja tão ruim.

Coloco uma das minhas malas encima do nosso "assento". Eu não poderia considerar aquilo como assento, até porque tinha um bom espaço, bem diferente das outras classes.