𝟬𝟰

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CLARISSE SALLES.

ACORDEI AINDA COM SONO.
Wagner e eu não fizemos nada ontem a noite. Nós simplesmente capotamos na cama, estávamos cansados por conta da viagem. Demora um pouquinho até eu abrir minha meus olhos.

Olho para os lados, e não vejo ele. Me espreguiço na cama, mais por conta do longo tempo que dormir, não estava com preguiça. Escuto uma voz vindo da varanda.

Visto um roupão branco que eu tenho e resolvo levantar. Caminho até o lugar onde ele estava, abro a porta de correr e lá estava ele, no telefone.

Suspiro fundo, antes de irmos para a viagem nós brigamos justamente por conta do trabalho. Tínhamos uma regra, "sem trabalhar enquanto está viajando" e aparentemente ele esqueceu disso.

Eu já tinha ficado puta por conta do que ocorreu ontem. Até agora estou tentando não filtrar isso, não quero brigar com ele. Era para ser um momento nosso, sem brigas e nem discussões. Aliás, estamos aqui para tentar tirar um momento a dois, tranquilo.

O mais velho percebe minha presença, abro minha boca para falar um "bom dia" mais sou interrompida por ele. Wagner sai de perto de mim, voltando para o quarto e continuando na chamada telefônica. Passo minha mão pela testa.

Meu celular toca, abro um sorriso quando vejo que é uma chamada de vídeo da minha mãe, atendo.

"Mamãe" — Rita e Arthur estavam na câmera, seus cabelos estavam meio bagunçados, provavelmente por lá já ser de noite.

"Oi meus amores, estão se comportando aí?" — Pergunto, eles ficam trocando risadinhas.

"Oi Filha, sabe como é né! São crianças" — Dou risada.

"Não estão tocando terror aí não né?"

"Não comigo, com o pobre do gato. Essas pestinhas não deixam ele em paz"

"Mentira? Meu Deus." — Eu e minha mãe rimos juntas, as crianças pareciam estar em outro local porque os ruídos diminuíram.

"Como estão as coisas por aí?"

"Ah! Estão indo, o hotel é muito bom, acho que hoje na hora do almoço nós vamos em um pagode" — Comento, enquanto encaro minha mãe pelo outro lado da tela sem ânimo.

"Aconteceu alguma coisa? Você tá com uma carinha que tá triste."

"Não quero te atrapalhar com meus problemas mãe.."

"Que isso meu bem, seus problemas são os meus problemas. Conta para a mamãe o que está acontecendo."

Suspiro cansada, sinto lágrimas começarem a ser formandas no canto dos meus olhos.

"É que, deis que deixamos os gêmeos aí estava tudo indo tão bem. Mais, quando chegamos no hotel os amigos dele apareceram aqui. Poxa, não quero ser egoista sabe? Mas, era para ser um momento sozinho nosso, de casal. Agora onde eu vou, provavelmente o pessoal vai querer ir. Eu acabei de acordar, fui dar "bom dia" para ele, ele tava no telefone mãe. Eu sei que o trabalho dele é importante, mas tínhamos concordado em não aceitar proposta nenhuma de filme ou algo do tipo."

𝐁𝐄𝐌 - 𝐌𝐄 - 𝐐𝐔𝐄𝐑, wagner moura. ( ✓)Onde histórias criam vida. Descubra agora