Capítulo 13

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Jimin

Jungkook nunca mais me perguntou sobre os ataques de pânico, e fiquei feliz por isso. Ainda não estava pronto para me abrir sobre esse assunto com ninguém, e ele entendeu isso. Porém, eu sabia que, se um dia estivesse pronto, ele estaria disposto a me ouvir, e isso significava mais para mim do que ele poderia imaginar.

Em vez de passarmos o nosso verão discutindo assuntos sérios, nós o passamos com beijos. Quando não estávamos nos beijando, criávamos a nossa lista de coisas que queríamos fazer juntos no futuro. Eu gostava do fato de ele acreditar que um dia eu poderia sair de casa.

Gostava da ideia de ver o mundo com ele ao meu lado.

— Vai ser ótimo, Jimin. Além disso, já que vou para a faculdade na cidade vizinha, posso vir vê-lo todos os dias à tarde, depois que as aulas acabarem. Vai ser tranquilo — garantia Jungkook com frequência. Ele acreditava no nosso relacionamento, e isso me deixava mais esperançoso do que nunca.

Então, a gente se beijava de novo. Beijos e apenas beijos.

Eu não era bom nas outras coisas.
Isso não era surpresa nenhuma, porque eu nunca havia tido um namorado para treinar nada das coisas que as pessoas fazem quando estão namorando. Sempre que Jungkook ficava comigo e suas mãos começavam a vagar pelo meu corpo, eu ficava tenso. Não porque ele me tocava — eu queria que ele o fizesse —, mas porque não sabia se deveria tocá-lo também.

Era constrangedor, e eu odiava isso. Eu tinha a sensação de que já havia lido livros com referências sexuais o suficiente para ser capaz de saber como tocar o meu namorado, mas isso estava longe da realidade.

— Sem problemas. Sério. — Jungkook sorriu, levantando-se depois de uma das nossas sessões de beijos que sempre levavam a mais beijos. — Não precisamos apressar as coisas.

Mas eu não me sentia pressionado. Eu me sentia burro. Onde coloco a mão? Será que ele vai gostar disso? Como posso saber se ele realmente está gostando?

— É melhor eu descer para o ensaio da banda. — Ele ajeitou a calça jeans na altura da virilha, o que fez com que eu me sentisse ainda pior. Eu o provocava, mesmo que acidentalmente. — Vejo você lá embaixo, certo?

Assenti. Ele se inclinou e beijou a minha testa antes de sair.

Assim que saiu, peguei o travesseiro, coloquei-o no rosto e gritei em silêncio. Minhas pernas chutavam o ar de frustração. Argh!

Quando ouvi um choro baixo, tirei o travesseiro do rosto e vi Seokjin passando pelo corredor com a mão no rosto. Ele entrou depressa em seu quarto e bateu a porta.

Em questão de segundos, eu estava batendo na porta do quarto dele.

— Vá embora! — gritou.

Bati uma vez. Não.

Ouvi-o gemer.

— Por favor, Jimin, vá embora. Sei que é você.

Girei a maçaneta, abrindo a porta bem devagar. Ele estava diante do espelho, tocando um corte embaixo do olho, que ainda estava sangrando.

— Mas que droga, Jimin! Você não sabe ouvir?

Eu me aproximei, fiz com que ele se virasse para mim e examinei o corte. Dirigi a Seokjin um olhar questionador.

Ele fez uma careta.

— Jisung achou que a gente tinha voltado, já que eu o fiz me trazer em casa na noite do baile, há algumas semanas. E, considerando o quanto detesto ficar sozinho, acabei voltando com ele mesmo. Mas acontece que ele não me perdoou de verdade e, à medida que as semanas foram passando, ele foi ficando pior. Então, quando eu disse que não queria mais ficar com ele... ele ficou um pouco... chateado.

O Silêncio Das Águas | jikook version Onde histórias criam vida. Descubra agora