Croissants e fruta

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*Jack a narrar*

Abro a porta com cuidado. A Eleanor avisou-me que ela ainda dormia, ou seja, vou conseguir o que quero. Entro e encosto a porta, observo-a na cama. Dorme calmamente, enquanto o sol teima em continuar escondido atrás das nuvens.

Aproximo-me da cama. Jennifer está envolvida na roupa branca da cama e o cabelo cai sobre a almofada também branca. Sento-me ao seu lado e observo-a. Parece um anjo, daqueles modernos. Que já não são loiros nem brancos, mas sim morenos, igualmente serenos e valentes. Imperturbavelmente carinhosos.

Afago-lhe o cabelo e passo as costas da mão cuidadosamente pela sua cara enquanto a acaricio-a. Sorrio estupidamente. Uma pele tão suave e provocadora. Vira a cara para o outro lado e dou-lhe um beijo no ombro.

- Coisa boa... –murmuro e ela vira a cara para mim

- Hum...- murmura de olhos fechados

- Bom dia baleia –afasto o lençol da cara da Jen e observo-a.

- Sereia -murmura novamente e gargalho

Até sonolenta consegue ser do contra. Afasto-lhe o cabelo para trás e dou-lhe um beijo na bochecha. Sorri vagarosamente. Tão linda e tão calma. Ela chega-se para mim e cobre-me com o lençol.

- Jennifer...- digo - acordada bebé

- Shiu...dorme um bocadinho – vira-se de costas para mim, ficando encostada ao meu peito. O meu braço envolve-a e ela agarra-o.

Murmura um 'hum' e consigo ver um sorriso. Era suposto acordares, mas isto também dá. Mexo-lhe novamente no cabelo e ela acaricia-me o braço. Encostamo-nos mais e sinto o seu rabo contra o meu membro. Estou com os calções de corrida, apenas finos tecidos nos separam. Jack, controla-te, é de manhã e a Jen está a dormir. Tentei desviar os pensamentos daquela zona, passei o nariz no seu pescoço e dei-lhe um leve beijo. Arrepiou-se e sorrio.

- Podes tirar essa coisa do meu rabo? Está a incomodar-me

Riu-me. Aconteça o que acontecer ela é sempre verdadeira. Até num momento querido, (difícil de acontecer algo assim com a Jen), ela consegue ser sincera e mudar o ambiente, fazendo-me rir estupidamente, de algo que eu tentava ignorar.

- Tu é que te encostaste

- Mas isso continua a ser teu -replica

Vira-se para mim e fecha os olhos. A luz é pouca mas ainda assim magoa-lhe os olhos claros.

- Bom dia coisa boa –dou-lhe um beijo a testa

- Bom dia Jack – diz-me carinhosamente. Faz silêncio e senta-se - Jack! O que é que estás aqui a fazer? Estás na minha cama! –cruza os braços

*Jennifer a narrar*

Tenho um adorável rapaz deitado na minha cama, que por acaso é jeitoso, querido e provoca-me sensações que não desejo.

O que é que eu lhe faço?

Veio acordar-me todo querido, sem haver uma noite de sexo, sem haver uma noite juntos, sem lhe pedir nada. Há coisa mais adorável? Até há. Por exemplo, esse rapaz ter um lindo sorriso, que ainda hoje me faz derreter, e estar a sorrir-me quando era suposto eu estar chateada e ele a defender-se.

- Pronto Jack, foste querido –admiti

Mas eu podia estar a dormir nua ou ter outro rapaz na minha cama. Tipo, não se entre assim no meu quarto! Todavia, quem sou eu para falar na maneira de entrar quando sou a pessoa que desobedece às regras, incentiva isso e entra na vida de um estranho após um estúpido sorriso numa corrida matinal?

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