Viciada?!

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Depois de um dia de trabalho e o merecido banho, fui até ao campo em que Jack treina. Convidou-me para ir jantar com ele e acabamos por combinar encontrar-nos no seu treino. Decidi vir assistir e vivenciar (mesmo que não vá jogar) uma nova modalidade. Sentei-me numa das cadeiras pretas das grandes bancadas e avisei Jack, com uma mensagem, que já tinha chegado.

Pouco demorou a avistar o jeitoso equipado e pronto para mais um duro treino.

- Pensava que vinhas mais tarde –ele falou ao dar-me um beijo na bochecha

- Decidir que ver homens quase a matarem-se não me faria mal –sorri-lhe e ele gargalhou

- Correu bem o dia?

Jack pegou nas minhas mãos e brincou com elas.

- Sinto-me cansada mas correu bem. E o teu? Gostam de ti na empresa?

Questionei-o ao lembrar-me que ele já trabalhava numa empresa e exercia a sua adorada profissão de arquitecto. A sua expressão mudou ao ouvir a palavra cansada, todavia logo mudou ao falar de si. Estava tudo a correr bem e depois de uma excelente semana em Vegas não podíamos pedir melhor.

- Não morras –disse ao dar-lhe um beijo na linha do maxilar e larga-lo do abraço.

- Eu sei que não vives sem mim –gargalhou e depositou um beijo na minha testa –se tiveres frio podes ir para a sala de convívio ou assim

Não contrapus ou protestei. Não tinha forças para isso. Trabalhar por turnos é cansativo, ser da polícia é cansativo, correr riscos é cansativo; contudo, é o que eu gosto. Sorri quando ele me olhou mais uma vez antes de ir e compus o meu casaco. Estava vento e estava fresco, como era habitual nesta terra.

O treino começou e os meus pensamentos fluíram. A minha última viagem trouxe-me muita coisa e uma delas foi a minha adorada adrenalina que me acompanhou em grande parte das horas passadas nos Estados Unidos. Viajar é trocar a roupa da alma e a minha alma está de roupa nova. Não posso deixar que o cansaço vença e assim farei. A fadiga passa com algum café e relaxamento, nada de preocupante ou novo.

(...)

- Onde queres ir jantar? –Jack inquiriu ao colocar a mão na minha perna enquanto mantinha o olhar fixo na estrada

- Podíamos ir ao meu restaurante favorito?! –convidei um pouco entusiasmada.

Ele concordou e os seus dedos mimaram a minha perna. Jack era suave e delicado e eu sentia-me reconfortada. Estava quente e com a cabeça encostada no vidro, acompanhada de um leve sorriso.

- Vamos lá preguiçosa?

O carro estava estacionado e desligado e nenhum saiu. Penso que a vontade dele ficar dentro do carro, apenas a descansar e a trocar uns quantos carinhos, era igual à minha. Todavia, se fossemos já jantar, depois poderíamos fazer isso sem sermos interrompidos pelos barulhos das nossas barrigas. Inclinei-me para ele e prendi a sua cara nas minhas mãos. Beijei-o tenuemente e um sorriso criou-se nos lábios carnudos de Jack.

- Vamos –quase sussurrei. Afastei-me e vesti o meu casaco.

- Vem cá –a sua mão puxou o meu braço e, consequentemente, a mim. Deixei-me ir.

Os seus lábios contactaram mais uma vez os meus. Uma ótima sensação. A sua mão acariciou a minha bochecha e eu não quebrei o beijo. Prologuei-o e pouco depois acabei-o com um sorriso.

- Achei que...estavas a precisar –ele coçou o seu pescoço meio envergonhado e eu gargalhei. O ambiente ficou mais 'leve' e ele menos constrangido.

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