Waiting For Love - Avicii na multimédia
Tu e Eu - Diogo Piçarra no link Externo
#na cabeça da Jennifer#
Sempre adoraste arriscar e agora...agora hesitas porque o assunto mudou, o vento parou e a maré desceu. O desafio de me entregar a alguém é superior a qualquer outro. É mais difícil e complicado. Exige muito. Perícia, dedicação, paixão e entrega, entre tantas outras coisas. Essa entrega que tanto te custa não é Jennifer? Qual é o mal? Não vais perder a liberdade! Vais abrir novas portas, novos caminhos e criar estabilidade. Pois, a estabilidade amorosa, estabilidade financeira, e toda essa porra que a sociedade exige e tu nunca aceitaste. Mas bem, se correr mal posso sempre acabar com tudo e voltar ao início. Ele faz-te tão bem e quase de certeza só te vai trazer mais felicidade! Ele apoia-te e deseja o melhor. Todos o fazem...sempre o fizeram e depois deu no que deu! Quer dizer...nunca foste com tanta calma como com ele, por isso pode ser que seja diferente. Aliás, ele é diferente, ele até tem um estúpido humor igual ao teu! Sempre adoraste o perigo e este é só mais um. Não arriscas a vida, arriscas a liberdade e por isso é que te custa tanto! Nem sempre céu cinzento é sinal de chuva e digamos...aquele sorriso é o melhor, já para não falar nas mãos, no abraço, n...fuck Jen! Já estás mais que apaixonada! Não vais desistir agora e mais tarde pensar 'e se...'. Afinal é só uma carta e não te arrependes de nada lembraste?
(esta parte do capítulo passa-se em casa do Jack)
*Jack a narrar*
- Jack!
Estou no meu quarto a desenhar e a minha mãe está a chamar-me aos gritos.
- Diz mãe!- gritei também. A minha mãe não aprende, sempre aos gritos! Fui ter com ela para ver o que precisava.
- Chegou uma carta para ti
- Para mim? – perguntei admirado, não tinha ideias de receber cartas
- Sim, tem o teu nome, Toma! – entregou-me uma carta, não tinha entidade nenhuma, achei estranho
- Obrigado mãe! – dei-lhe um beijo na bochecha e dirigi-me para o quarto
Comecei a ler o envelope e descobri que a carta era da Jennifer. Atrás dizia 'Antes de te apaixonares por mim'. Sentei-me na cama e abri-a. Não sabia que a Jen tinha o hábito de escrever, muito menos enviar cartas, e logo ela. Estava curioso, por ser uma carta da Jen e pelo que dizia atrás. A letra era bonita, redonda e não muito pequena. Fazia-me lembrar a escola primária e todos textos bonitinhos que fazíamos.
Querido Jack,
Li uma vez que as mulheres são loucas, e os homens estúpidos. E que a razão de cada um ser assim é culpa do outro. Até agora, nunca me consegui apaixonar por alguém calmo e que não me trouxesse algum tipo de problemas à minha vida. Talvez por achar que a vida é curta demais, e por gostar de andar com o coração a mil e a cabeça a duzentos, sempre que me disseram que não era o caminho certo a seguir, eu calcei as sapatilhas e preparei-me para maratonas.
Antes de te apaixonares por mim tens de saber que nunca oiço ninguém. Nunca oiço as pessoas, nunca oiço os meus melhores amigos, não oiço a minha mãe, e o meu pai desistiu de me dizer o que fazer desde que sou pequena. Por isso o mais provável é que só te oiça a ti quando o chão me escorregar dos pés e o equilíbrio começar a tremer. Mesmo assim, calcarei as sapatilhas e correrei maratonas.
Eu era pequena demais para chegar com os pés ao chão, quando fiz a minha primeira grande afirmação, "Eu faço o que eu quero". O meu pai sorriu-me, disse-me "Muitos corações hás tu de partir". Nunca me esqueci. Penso que não parti muitos corações, mas mantive-me fiel à minha afirmação.
Eu faço o que quero, mesmo quando o que quero está errado na cabeça de quem me rodeia. Sou assim, não penso nas consequências, o perigo atrai-me.
Não tenho medo de amar alguém por o que dizem, por o que fazem ou por o que me contam em noites e dias normais. O único medo que devemos ter quando começamos a gostar de alguém, é por nós mesmos. Porque o amor, é carta doce passada pelo Diabo. Carimbado, jurado. Um dia, as coisas descarrilam, seja quando somos novos, ou quando um dia a vida nos arranca quem gostamos. Perdemos sempre, mesmo que estejamos a ganhar.
Por isso, não tenhas medo de te apaixonar por mim. Se um dia nos perdermos por algum motivo, seja porque esquecemo-nos de dizer a palavra certa no momento errado, seja porque as relações são para os loucos ou porque te amo demais em dias normais, pelo menos em todas as noites que pessoas dormiram com pessoas que não amam e conheceram no próprio dia, nós dormimos juntos.
Não me hei-de esquecer das tuas mãos nos dias em que esqueci de te ligar. Nem muito menos do teu sorriso, que sempre me alegrou as manhãs nas corridas matinais. Uma só pessoa, quando é certa, vale por trinta em dias vazios e sem nada para dar. E tu vais ser a certa, a que fecha a porta à possibilidade, mesmo que remota, de entrar lá mais alguém.
Aprende também que as pessoas vão falar. Hão-de olhar, hão-de rir e de comentar, que afinal eu não ando à procura de nenhum homem para casar (dizem até que não sou mulher para casar) e que me enfio sempre em becos sem saída. Que não tenho dois dedos de testa e que aquilo que escrevo não corresponde ao que sou. Mesmo que sejas dez vezes melhor que eu a argumentar, o que não és, a ter presença ou a solucionar as nossas discussões, vai sempre haver alguém que se vai lembrar da história mais remota, para torná-la na mais presente.
As pessoas falam muito mas raramente dizem alguma coisa de jeito, seja por o motivo que for, há sempre alguém em alguma esquina, que tem uma novidade para contar sobre nós, que nem nós próprios tínhamos conhecimento. Como eu adoro isso.
Antes de te apaixonares por mim, aprende a desfilar em câmara lenta de mão dada, porque é isso que vamos fazer enquanto as pessoas falam.
Aprende que nada é para sempre. Vai haver dias em que não vou querer gostar de ti e até me hei-de mentalizar disso. Porque quem gosta mais tarde sofre, e eu fartei-me de cicatrizes, vai haver dias em que vou fugir das tuas palavras. Vou-te deixar tentar seguir o caminho, que na minha cabeça em dias menos bons, a vida te há-de dar. Mas sempre quererei que fiques comigo, que me irrites e me peças mais. Mesmo que por dentro esteja mal, os meus olhos não vão transparecer nada mais que tranquilidade. Porque nós mulheres, somos assim, capacidade infinita de sorrir por fora e chorar por dentro. Perfeitamente maquilhadas mas de alma borrada.
Antes de te apaixonares por mim, sabe que não gosto por metade. Fico por inteiro, falo por inteiro e gosto demais. Hei-de defender-te até ao fim, mesmo quando sei que nem sempre pisaste o caminho certo, não te vou cobrar por passados mal resolvidos.
Eu não vou gostar do que me dizes todos os dias. Mas não vou deixar de te amar. Não há-de chegar ninguém que roube a minha atenção, ou ocupe o teu lugar na cama. Não porque não há ninguém melhor que tu, bem sabes que o há, mas porque não há ninguém igual a ti. Passem os dias que passarem, e todos sabemos que nem todos os dias são bons dentro de uma relação, eu vou tatuar o teu nome só para mim. Porque o tempo passa, mas as tatuagens que gravamos dentro de nós, não. E o meu coração nunca esteve tão limpo como agora.
Vou esperar por ti, antes de te apaixonares por mim.
Até esse dia.
Com amor,
Jennifer
***
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Unforgettable
Literatura FemininaUma polícia recentemente formada que trabalha com um atraente tenente. Uma miúda aventureira e que não poupa na adrenalina. Uma mulher sonhadora, desarrumada e peculiar. Uma menina que saiu do seu país em busca de algo que nem ela sabe. Estas são a...