A Invasora do Labirinto

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   Não acompanhei de perto, mas sabia que o dia em que as candidatas foram levar as suas fichas, um dia antes de começarem as entrevistas, o castelo ficou em polvorosa e os poucos empregados corriam por toda parte para atender as demandas.

   Decidi instruir sem expor-me e quando percebi que já estavam conseguindo resolver os problemas sem que eu precisasse emitir comandos de voz e permissões sem necessidade, sai para os jardins.

   O sr. Brown estava começando a fazer um ótimo trabalho, algumas plantas novas começaram a chegar: flores de inverno, sempre-verdes, arbustos... finalmente os jardins possuíam vida, ao menos um pouco. Soube que sua filha havia chegado no dia anterior, porém não pude recebê-la com os preparativos da seleção.

   Caminhei em direção ao jardins da ala norte, o mais longe possível da explosão de cores e tecidos das candidatas. O labirinto se tornou meu refúgio em dias cansativos quando a pressão do cargo e as necessidades de Trichetkyev me sufocavam, o Senhor Brown por vezes participava destas caminhadas, oferecendo conselhos e conversas ㅡ lê-se monólogos ㅡ que muito me ajudavam a dormir a noite.

   Desta vez, não encontrei o homem pelos jardins e nem seu recém-contratado auxiliar, o que significava que exploraria sozinho o labirinto já familiar. Estava aprendendo como andar sem me perder e cada dia tentava explorar um tanto mais cada dia.

   Os canteiros se tornaram jardins isolados e as trepadeiras passaram a roçar minhas bochechas casualmente enquanto o sol alcançava seu pico próximo ao horário de almoço. Era a ocasião perfeita para me apossar de umas maçãs da macieira recém descoberta no labirinto, o Senhor Brown nunca me deixava pegar com a desculpa de que não havia necessidade.

   Virei algumas esquinas buscando o pomar quando o som de galhos se quebrando próximo a mim chamou-me a atenção, com a imagem do sr. Brown na mente caminhei em direção ao corredor. O farfalhar característico de uma saia arrastando no chão fez-me franzir a testa.

   A imagem da mulher jovem e desconhecida caminhando com confiança pelo labirinto serviu-me surpresa e desconfiança.

   ㅡ Quem és, senhorita? Sabes que não se pode caminhar por aí na propriedade alheia e que podes se perder nesse labirinto? ㅡ a mulher se virou e pude concluir que era a mais linda que já vi em toda minha vida

   ㅡ Perdão, senhor! Estou acostumada a visitar os jardins quando me hospedo na casa do sr. Brown, o antigo duque era favorável a minhas visitas à senhora Emily. ㅡ essa deveria ser a amiga da filha do jardineiro, a moça era totalmente diferente do que havia idealizado. Decidi manter os bons costumes:

   ㅡ Deves ser a jovem indicada pelo sr. Brown, sou Victor o...

   ㅡ O senhor é o filho do Sr. Willian?! ㅡ entusiasmada, me interrompeu, considerei um desrespeito a educação convencional, interessante. Ela cobriu a boca, aparentemente arrependida pelo ato impulsivo, a vi puxar o ar para se desculpar, não dei-lha a chance de iniciar a frase.

   ㅡ Ouviste falar de mim, espero que tenham falado bem. Como chamas, senhorita?

   ㅡ Alice Veenhuis. ㅡ Alice estendeu a mão na minha direção, decidi que o convencional, beijar a mão enluvada, não combinava com a sua última ação por isso apertei sua palma em um gesto firme rapidamente percebido por ela, que sorriu levemente desconcertada ㅡ O Sr. é como um mistério, digo que as moças estão ansiosas para conhecê-lo. Se me permite, por que estás aqui e não lá recebendo as candidatas?

   ㅡ Prefiro manter distância de multidões femininas, posso dizer que um grupo de mulheres juntas é mais assustador que um batalhão marchando em sua direção. ㅡ Alice escondeu os lábios com uma das mãos, escondendo um sorriso.

   ㅡ Devo concordar, acredito que a pior espécie são as mães com filhas na idade de se casar.

   Poderia continuar a conversa e me distrair do burburinho que indicava que as moças não haviam saído do salão, poderia ter perguntado pelo Sr. Brown e pediria para que a jovem me levasse, poderia ter comido uma das maçãs do jardim, poderia mas a voz do ㅡ velho ㅡ Sr. Thomas chamou meu nome, solicitando minha presença no salão para analisar as fichas das mulheres, estas que estavam saindo para se preparar para os próximos dias. Suspirei.

   ㅡ Queira me acompanhar, senhorita Alice. ㅡ indiquei o caminho a frente para que ela pudesse ir para a direção certa, mesmo que ela conhecesse o lugar ㅡ Estou certo de que não é casada, perdoe-me o erro se for o caso.

   ㅡ Realmente não sou, ainda não encontrei um homem que valesse a pena. Quero me casar mas com alguém que me tenha valor.

   O pequeno percurso foi feito sem muitas conversas, o velho mordomo esperava a porta do labirinto e ficou branco como uma vela quando viu a moça.

   ㅡ Quem é esta? Não é de bom tom que uma dama esteja na companhia de um homem em um lugar isolado! O Sr. está tendo um relacionamento escondido? O que será de sua reputação se descobrirem?! Que Deus tenha misericórdia! ㅡ acenei com a cabeça para a senhorita Veenhuis, despedindo-me. O velho carrancudo resmungou por todo o caminho, dizendo que seria uma desgraça se descobrirem e que eu seria considerado um homem sem valor, e muitas outras coisas que preferi ignorar.

   Os meus aposentos estavam sendo preenchidos por papéis e empregados que andavam de um lado para o outros trazendo mais papelada e organizando-as em pilhas. Logo, qualquer tipo de descanso que tive no jardim foi substituído por nomes, qualidades e adicionais de possíveis governantas.

   Em poucos minutos me arrependi de ter organizado uma seleção.

   Os empregados já haviam terminado de trazer os papéis mas parecia que eles nunca mais iriam acabar, por isto, pedi que chamassem o Sr. Brown, ele era a pessoa mais confiável para escolher uma candidata comigo.

   Mesmo com a sua ajuda, precisamos de algumas horas para separar a papelada em duas pilhas: as boas e as ruins. Menos da metade ficou na pilha "das boas", algumas pareciam forçar tantas qualidades que me surpreendiam com tanta imaginação.

   No fim, agradeci ao Sr. Brown e me preparei para dormir, ignorando as pilhas no chão e as anotações que fizemos sobre as possíveis governantas. Não vi nada sobre a Srta. Veenhuis, irei perguntar ao jardineiro sobre a jovem mulher intrigante que encontrei explorando os labirintos.

   Eu adoraria tê-la como governanta, principalmente porque o Velho Thomas tinha uma primeira impressão ruim sobre ela. Sabia que "cutucaria onça com vara curta" mas o que ele poderia fazer senão engolir seu descontentamento, incomodá-lo era sempre um prazer. E acredito que a Srta. Veenhuis tinha ótimas qualidades... é, boas qualidades...

•○•○•

Oie!!!

Como vocês estão?

Me desculpem a falta de presença aqui no wattpad, eu tinha esquecido que escrevia kkkk (bendito tdah)

Vou me esforçar para escrever com frequência, peço que tenham paciência cmg, o último ano da escola está uma correria e estudar para o ENEM e escrever é difícil.

O que estão achando? Aceito críticas construtivas, desrespeito vai levar uma bela de uma denúncia.

Ainda não revisei nenhum dos meus capítulos, relevem os erros e me avisem se houver alguma incoerência.

Acho que cheguei mais perto de uma escrita formal, concordam? Novamente: devo melhorar quando finalizar.

Obrigada por acompanharem a minha história, significa muito pra mim, e não esqueçam de votar, por favorrr.

PS: troquei o nome da filha do Sr. Brown por Emily

Beijosss <3

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