"Relaxa, rapaz", pressionou o produtor Ennio Casarte a Diogo, "esta senhora rica só quer que você lhe dê um autógrafo em particular". Ela pagou bem por isso! Diogo, não custa nada gastar alguns minutos com uma mulher bonita", disse Casarte de forma ríspida e intransigente.
A turnê da banda chegou ao fim e terminou com um show na ilha de Búzios. Foi aqui que Beatriz e Diogo se casaram há alguns anos. Estando aqui agora, ele não experimentou esses sentimentos alegres e leves. Pelo contrário, senti que era como um pesadelo. Casarte decidiu tudo por Diogo, sabendo muito bem que o cara não é livre e que isso vai contra seus princípios.
- Pare de agir como se você fosse uma garota! – latiu o produtor, e depois mudou o tom para um mais amigável e sugeriu: "Quer uma dose?" Isso vai te animar.
Ele entregou ao cara um saco de pó branco. Diogo recusou com um gesto, embora sentisse uma forte vontade de tomar a droga.
- Vamos, garoto, seja corajoso! Não deixe a senhora esperando! - Casarte insistiu com uma risada estúpida. "Isso permanecerá entre você e eu", ele prometeu.
Casarte saiu do camarim e um minuto depois uma mulher apareceu na porta.
- Agora, para falar com meu irmão, tenho que pagar! Como é a sua vida, Diogo? – uma conhecida voz feminina se dirigiu a ele.
-Regina? O que você está fazendo aqui? – o cara se virou surpreso para a irmã.
"Eu e minha família estamos de férias em Búzios", começou ela. "Eu nunca teria vindo a esse show, considerando tudo que passamos por sua causa!" Mas Julia queria muito assistir à sua apresentação", explicou Regina.
- Vou devolver para você o dinheiro que você pagou ao Casarta pela reunião. Diga o que quiser e vá embora. "Estou cansado depois do concerto e quero ir para o hotel o mais rápido possível", interrompeu Diogo à irmã.
Ele estava sentado em um sofá baixo. Seus olhos estavam úmidos com uma leve sombra do vício de Beatrice em seu olhar. E por um momento Regina pensou que a própria Beatrice Rangel estava olhando para ela.
Ela sentou-se ao lado do irmão e teve vontade de abraçá-lo, mas Diogo a empurrou.
- É muito. "Somos estranhos um para o outro há muito tempo", disse ele.
- Mamãe está muito doente... Você poderia visitá-la pelo menos uma vez por semana?... - pausa. - Ela fala sobre você o tempo todo. Lembra. Mas agora você não está disponível... Beatrice fez todo o possível para distanciar você da nossa família", disse-lhe a irmã.
- Quando estiver no Rio irei visitá-la. Diga isso para sua mãe", respondeu Diogo, virando as costas para Regina.
-Você se tornou tão cínico quanto Beatrice. Até a sua voz soa com suas entonações inerentes." Regina afirmou com pesar. – O que tem essa mulher que é capaz de roubar o coração dos homens assim?... Primeiro o do seu pai, depois o seu. Ela vai destruir você irmão...
- Não pretendo mais ouvir essas bobagens! – Pegando sua bolsa, Diogo dirigiu-se para a saída do vestiário.
Regina, continuando a expressar tudo o que há muito acumulava nela, o seguiu. Ela era impulsiva e excessivamente emocional em suas palavras. Mas as experiências da jovem podiam ser compreendidas, porque Diogo era o seu único e querido irmão.
Eles se aproximaram da escada e a paciência do cara acabou.
- Cale a boca finalmente e pare de fazer birra do nada! – Diogo interrompeu rudemente a irmã.
- Você é cruel e injusto, irmão! – Regina continuou falando em tom elevado.
Ela estendeu as mãos para ele, a fim de de alguma forma alcançar seu coração esquecido. Ele acenou para ela e a empurrou. De repente, devido a um movimento repentino e descuidado, o salto alto de Regina quebrou e ela, não tendo tempo de se agarrar ao corrimão, desceu voando a escada íngreme. Diogo não entendeu bem o que estava acontecendo, como se estivesse inanimado, congelou no lugar e assistiu em câmera lenta a queda fatal da irmã.
Regina caiu, batendo com força a cabeça na parede. Este som ecoou surda e dolorosamente no cérebro de Diogo. A irmã estava morta. Seus olhos congelaram com uma expressão cheia de indignação, que se tornou vítrea e sem vida.Não havia ninguém no prédio da boate onde tudo aconteceu, exceto alguns músicos, um casal de putas e o produtor Ennio Casarte, que comemoravam o sucesso da turnê. Casarte estava saindo do banheiro quando ouviu gritos e barulhos estranhos vindos da escada. Ele decidiu ir verificar se estava tudo bem ali.
- Que diabos! O que aconteceu aqui, Diogo? – perguntou o produtor, que rapidamente ficou sóbrio. - O que você fez com ela?!!!
Casarte desceu as escadas até onde Regina estava caída em uma poça de sangue.
"Estávamos nos preparando para sair... O calcanhar dela quebrou... Ela tropeçou e caiu... Precisamos chamar a polícia ou onde quer que chamem nesses casos..." Diogo respondeu como um robô.
- Tudo que eu precisava era da polícia! Os paparazzi ficarão sabendo de tudo instantaneamente e farão disso um grande alarido! Não quero problemas com as autoridades, então ligarei para Tony imediatamente e nos livraremos do corpo! – disse Casarte cinicamente.
Diogo ficou em silêncio. Ele nunca se atreveu a dizer que era sua irmã. Eu não consegui. O mal sufocante o paralisou completamente e o forçou a um silêncio traiçoeiro.
Tony apareceu.
- Bem, o que está acontecendo aqui, chefe? – perguntou a Casarte.
- Acidente fatal. "Precisamos nos livrar do corpo", o produtor deu a ordem de forma calculada e sem emoção.
Tony, que parecia um guarda-roupa, ouviu e silenciosamente concordou completamente, e só no final acrescentou: "Você pode jogar fora o corpo na área da praia selvagem".
- Faça o que quiser, só não seja pego! – Casarte advertiu com uma pitada de ameaça.
Diogo ficou em estado de choque profundo. Foi a primeira vez que ele viu a morte tão perto. Pela primeira vez, ela mudou para "você" com ele.
- Seu merdinha, você vai limpar tudo aqui agora! – gritou o produtor para o cara.
Lavando o sangue da irmã dos degraus e da parede, parecia a Diogo que o lavava não com pano e sabão, mas com a própria alma. Terminada a limpeza, o cara foi para o camarim. Ele procurou o saco de cocaína deixado por Casarte. Depois de tomar uma dose forte, sua consciência nadou instantaneamente. Agora a linha entre a realidade e a loucura da sua própria fantasia foi apagada para Diogo.***
Beatrice estava sentada em seu escritório, recebendo Miranda Bernardis. As mulheres discutiram questões relacionadas com o PBP.
- A fiscalização na Fundação será na manhã de quarta-feira, querido. Os representantes da Polícia Federal chegarão por volta das 10h30", dizia Mimi quando, sem avisar, Diogo irrompeu no escritório.
Ele correu até Beatrice e de repente caiu de joelhos na frente dela e abraçou suas pernas.
"Eu preciso de você Biya..." olhando para ela com os olhos dolorosamente inflamados, Diogo implorou apenas com os lábios.
Beatriz pediu à secretária que levasse a atordoada Dona Miranda até a saída para que ela ficasse sozinha com o marido.
- O que aconteceu, querido?! – ela perguntou animada.
***
Diogo sentou-se na banheira oval dos apartamentos presidenciais. Biya lavou os ombros musculosos e ouviu sua confissão sobre o ocorrido na ilha de Búzios.
"Matei a minha irmã, Beatriz!..." Diogo murmurou entre lágrimas.
- Não diga isso em voz alta! Foi um acidente, ponto final! "Entrei em contato com as pessoas certas e elas me disseram que o corpo de Regina já havia sido encontrado", disse ela asperamente, tentando conter o pânico do marido.
Diogo beijou-lhe a mão e puxou-a para si. O vestido de Beatrice ficou molhado. Ela suavizou-se e sorriu, depois tirou o vestido e entrou na banheira com seu amado.
"Eu sei o que vai te acalmar..." sussurrou Beatrice, para quem o que aconteceu foi uma bobagem, como uma notícia desagradável do jornal da manhã.
Diogo agarrou os beijos da esposa para a salvação, entregando-se ao amor carnal por ela. Ele olhou dentro de seus profundos olhos negros com uma leve nuvem de cálculo e vício, e percebeu que foi agora que ele se tornou mais próximo dela. Agora ele foi capaz de entender o que ela sentiu quando matou...
Beatrice gemeu, mordendo os lábios caprichosos. Suas bochechas ficaram rosadas por causa da água quente e do prazer. Naquele momento ela era a mais próxima de Diogo.
"Tudo será esquecido, querido... eu prometo..." beijando seu pescoço e lóbulo da orelha, Biya falou com o marido.
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El misterio del anillo de diamantes negros #3
FanfictionJá se passaram alguns anos. Houve um acidente. Um jovem político e companheiro de Beatrice, Máximo Campos Guardu, morre em um acidente de carro. Sua morte continua sendo um caso sem solução. A polícia nunca conseguiu encontrar o culpado do acidente...