Capitulo 6 - Tempestade

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O período de chuvas já começou em todo o Brasil. Já passava da meia-noite e durante fortes tempestades as autoridades do Rio não recomendavam sair de casa. Diogo chegou ao Palácio Presidencial Guanabara para jantar com Beatriz, e eles se atrasaram no local devido ao mau tempo. Seu escritório estava localizado aqui, assim como os apartamentos de estado reservados para cada presidente em exercício. Beatrice raramente pernoitava no apartamento presidencial, preferindo dormir em casa. Mas quando havia muito trabalho, isso acontecia. Também não foi a primeira vez que Diogo passou a noite aqui, principalmente porque foi a última noite deles juntos antes de partir para uma turnê pelo Brasil com a banda. E queriam aproveitar ao máximo, aproveitando cada segundo livre na companhia um do outro.
Diogo amava apaixonadamente a sua mulher perversamente bela. Seus corpos bronzeados ficaram entrelaçados por horas, e mesmo a tempestade que soprava do lado de fora da janela não conseguiu detê-los. Pelo contrário, era como um reflexo do que acontecia em suas almas e corpos repletos do êxtase do amor. Galhos de árvores batiam levemente nas vidraças, repetindo o ritmo de seus movimentos impacientes. Beatriz sussurrou algo quase inaudível para Diogo e depois começou a gemer lascivamente. Seus gemidos aveludados encheram todo o seu ser por dentro, deixando-o feliz. Ele acariciou os lábios e o corpo dela com os lábios, sem perder nem o canto mais secreto. E então suas línguas se fundiram como chamas de fogo, dançando sua dança única e ligeiramente vulgar.
Na embriaguez erótica do amor, nem Beatrice nem Diogo perceberam que estavam sendo observados por estranhos olhos masculinos com um olhar congelado e perfurado pelo frio.
Quando Diogo adormeceu, Beatriz levantou-se. Ela começou a sofrer de insônia cada vez com mais frequência. Especialmente recentemente com todos os eventos que aconteceram. Ela queria se livrar de Aderbal o mais rápido possível e por isso, jogando um penhoar sobre o corpo nu, dirigiu-se ao escritório para trabalhar um pouco. Não havia ninguém no palácio, exceto os guardas na entrada àquela hora. Entrando no escritório escuro, Beatrice ouviu um farfalhar. Ainda caía uma forte chuva do lado de fora da janela.
- Quem está aí? – ela perguntou à escuridão.
Acendendo o abajur, uma verdadeira antiguidade, vi Pietro no canto e gritei de surpresa.
- O que você está fazendo aqui neste momento? E mesmo no escuro?..." a mulher perguntou, respirando fundo de medo.
- Eu estava prestes a sair, então apaguei a luz. Na sua opinião, a ordem de transferência de recursos privados por meio do PBF atrasou", respondeu.
Pietro ficou na frente de Beatrice, calmo e confiante. A gola da camisa branca estava desabotoada, a gravata estava solta e ele segurava um paletó nas mãos. O cara usava ternos de três peças de maneira conservadora. Beatrice gostou dessa característica dele, deu-lhe charme e elegância empresarial. O colete usado por cima da camisa ajustava-se ao seu torso forte, ainda jovem e magro. Ele examinou descaradamente o chefe quase nu.
"Tenho a sensação de que você está me observando..." Beatrice ficou um pouco confusa sob seu olhar.
Mas o cara não ficou nem um pouco constrangido com a conclusão dela.
- Você está certo, não... - pausa. - Observei você e seu marido. "Assisti você fazer sexo", ele respondeu sem rodeios.
O rosto de Beatrice mostrou uma leve indignação, rapidamente dando lugar à ironia diante do atrevimento que ouviu.
"Eu posso demitir você..." Beatrice começou, mas antes que pudesse terminar, percebeu que o cara tinha um anel em forma de dragão na mão. - Você trabalha para a Thais? – ela mudou abruptamente de assunto.

Pietro olhou dela para o ringue.
- Eu não trabalho para ninguém além de mim mesmo. Com todos os outros, eu apenas colaboro. "E isso é apenas uma lembrança", respondeu o cara, olhando novamente para o intrincado anel.
"Mas..." Beatrice quis objetar.
- Agora estou colaborando com você Dona Beatriz. Antes disso, com o Sr. Benjamin Taisa", sua voz soava uniforme, era claro que ele nunca duvidou de nada.
- Então você não está mais colaborando com ele? – Beatrice fez uma pergunta, cautelosa.
- Eu não coopero, assim como você. Sr. Taisa não trabalha com pessoas, mas, como você já sabe, com seus vícios. Isso também aconteceu comigo e continuei grato a ele. Nessa fase da minha vida, ele me ajudou muito. Agora não é mais lucrativo cooperar com ele. Satisfiz sua curiosidade? – ele sorriu com um sorriso estranho e hostil, no qual nenhum dos sentimentos humanos poderia ser discernido.
Beatrice engoliu em seco com tensão. Ela realmente queria beber, nunca havia experimentado emoções tão conflitantes na frente de ninguém.
- Qual é o seu vício? – ela ficou curiosa.
"É difícil explicar em palavras", respondeu ele, aproximando-se dela.
"Experimente", ela disse desafiadoramente.
- Você realmente quer saber disso? – Pietro estava ao lado dela. Seu olhar deslizou pela superfície de seu penhoar. – Eu gostaria muito de subjugar você a mim mesmo... – pausa. "Mas isso é impossível..." sua voz começou a soar mais intermitente.
Beatrice ficou de costas para a mesa de trabalho e apoiou as palmas das mãos nela por segurança. Ela ficou pasma com o que estava acontecendo entre eles e ao mesmo tempo sentiu que esse cara estava apenas brincando com ela. Mas, pela primeira vez, tal jogo pareceu-lhe intrigante.
- Eu realmente quero saber. "Eu quero entender", disse Beatrice. – O que você quer dizer com "subjugar" e por que é impossível?
-Você pertence a um tipo diferente de pessoa. E não estou pronto para ver o relacionamento entre um homem e uma mulher como estou acostumado. E você nunca quer chegar a esse ponto", respondeu Pietro, mudando imperceptivelmente para "você" com ela.
- Deixe-me decidir por mim mesmo! – Beatrice o interrompeu. – Se não pode ser explicado em palavras, então mostre-me! - ela pediu.
Pietro mal conseguia se controlar. Ele abruptamente virou Beatrice de costas para ele e ergueu seu penhoar de seda. Havia um vaso de rosas sobre a mesa e com o mesmo movimento brusco as rosas foram parar em suas mãos. Pietro os balançou como um chicote. Mais um segundo e na delicada superfície da pele de Beatrice, estragada pelas carícias masculinas, teriam permanecido vestígios escarlates dos insidiosos caules das flores.
- Parar! Perguntar! – implorou a mulher, geralmente acostumada a controlar suas emoções. "Eu não quero..." Beatrice sussurrou de forma quase inaudível.
Pietro afrouxou o aperto e libertou-a de suas mãos tenazes. O olhar de Beatrice, cheio de umidade e aborrecimento pelo que quase aconteceu, voltou-se para ele. Meu coração batia descontroladamente, ameaçando pular do peito. Ele estava certo quando disse que seria difícil para ela aceitar.
Ela olhou para Pietro, que estava sentado no sofá e continuava segurando nas mãos as flores amassadas de rosas marrons. Um cara tão estranhamente misterioso parecia real e franco para ela naquele momento. Beatrice poderia tê-lo despedido depois do que aconteceu. Mas ela decidiu esperar até descobrir quem realmente era Pietro.
Diogo apareceu à porta do escritório.
- O que está acontecendo aqui? – com sono, ele perguntou.
"Alguém esqueceu de fechar a janela e o vento forte causou uma bagunça no escritório..." Beatrice respondeu incoerentemente. – Pietro me ajudou a recolher os papéis.
Depois de abraçar o sonolento Diogo, ela ia acompanhá-lo para o quarto.
"Pietro, quando você limpar tudo aqui, feche as portas atrás de você", ela ordenou.
"Claro, dona Beatriz", respondeu ele.
As rosas caíram das mãos de Pietro, deixando marcas profundas de espinhos afiados em suas palmas. Ele novamente, como uma vez na delegacia, seguiu Beatrice com os olhos...
Beatrice não conseguiu adormecer por muito tempo. Ela ficou ali de olhos bem abertos e tentou entender o que motivava Pietro Galvez.

Depois de algum tempo.
Nas mãos de Beatrice havia um extrato de conta. Esse foi o dinheiro que Aderbal deu ao Pedro. E com a ajuda de pessoas de confiança, ela os transferiu através do PBF para Chipre. Agora só falta avisar à Polícia Federal que Aderbal Pimento está usando o fundo estadual para fins sujos. Para isso ela precisará de Teresa. Beatrice achou que seu plano de colocar seus dois piores inimigos um contra o outro era brilhante.
- Eles vão comer um ao outro! – Beatrice sussurrou em vão, admirando-se no espelho de corpo inteiro.
- Rainha! – Carta observou com admiração ao aparecer na porta de seu escritório.
Beatrice passou a mão pelos cabelos, nos quais usava um anel de diamante negro com a profundidade de toda a sua depravação.
"Aqui, Beatrice, trouxe o que você pediu", Karta entregou-lhe o envelope prestativamente.
Ela fez sinal para que ele pudesse ir. Depois de se servir de um pouco de uísque, Beatrice sentou-se na cadeira de trabalho. Tirando o conteúdo do envelope, ela começou a ler. Era um arquivo sobre Pietro Galvez. Beatrice passou os olhos rapidamente por ele. Ela conhecia um pouco a pianista Marta Galvez. Uma vez ela se apresentou no aniversário de sua mãe. Martha levava uma vida reclusa, por isso a notícia de que tinha um filho foi uma surpresa. O envelope continha diversas fotografias. Neles, Marta Galvez abraçou os ombros de Pietro. O menino da foto tinha cerca de 12 anos e era muito difícil reconhecer o cara já amadurecido em seu rosto. Por muito tempo estudou em um internato fechado na Suíça. Pelo que leu, Beatrice percebeu que Pietro era uma criança indesejada. Por isso, ele foi criado longe de sua mãe. O dossiê parecia à mulher mesquinho com os fatos. Ela sentiu que não tinha todas as informações de que precisava.
As palavras de Pietro Gálvez de que Thaisa o ajudou ecoaram na cabeça de Beatriz. E então apareceu diante dos meus olhos o texto do dossiê sobre como exatamente Marta Galvez morreu.
"Algo está errado aqui..." Beatrice disse em voz alta para si mesma. – E com certeza vou descobrir o que exatamente!

• A abreviatura PBF é Fundo de Caridade Presidencial;


El misterio del anillo de diamantes negros #3Donde viven las historias. Descúbrelo ahora