Capitulo 10 - Verdade, traição, decepção, memória

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Pietro seguiu o carro do governo, que corria por uma estrada deserta em direção a uma mansão abandonada. Já fazia vários dias que ele não seguia Beatrice. Ele queria saber com certeza se ela estava envolvida no assassinato de seus parentes. Até aquele momento, ele só tinha ouvido falar dela coisas desagradáveis ​​que Benjamin Thaisa o inspirou. Mas Pietro está acostumado a pensar por si mesmo. Por isso, sempre dividi as palavras do "mentor" 50/50, preferindo não tirar conclusões prematuras. Sim, e ele aceitou a ajuda de Thais apenas para subir na escala social e ter a oportunidade, sem se limitar de forma alguma, de se vingar de seu destino destruído. Benjamin ofereceu a ele uma chance que raramente acontece. Uma chance de obter uma nova vida, segura e protegida com perspectiva de futuro. Em troca, Thaisa pediu cópia das provas incriminatórias que Pietro guardava. O anão extraiu do sujeito o juramento de que daria o exemplar como forma de agradecimento pelas oportunidades que lhe foram dadas. Pietro (naquele momento ainda Dimas), fingindo ingenuidade, concordou com as condições de um estranho com uma bengala intrincada. Mais tarde descobriu-se que Benjamin Thaisa quer usar isso para se vingar de Beatrice pelas queixas do passado. Ao perceber que Thaisa o estava usando, o rapaz decidiu não dar as provas incriminatórias que o anão tanto precisava. Desde então, profundas dúvidas se instalaram na alma de Pietro. E seus sentimentos ambíguos por Beatrice às vezes simplesmente o impediam de pensar com sobriedade. As lembranças muitas vezes o arrastavam naquele dia para a delegacia... E Pietro-Dimas ansiava por finalmente entender quem era Beatrice Rangel para ele: uma inimiga ou talvez uma aliada?...
O carro passou por um velho portão enferrujado coberto de uvas bravas e desapareceu na vegetação das árvores. Pietro estacionou para passar despercebido caso algo acontecesse. Ele caminhou até a mansão por uma estrada abandonada por onde o carro presidencial acabara de passar.
- Ainda não tenho provas do envolvimento de Aderbal no envenenamento de Júlio Bernardis e na ordenação do assassinato de Guto. Eu nem tenho oportunidade direta de denunciá-lo por esse ataque... – pausa. "E tudo para evitar um escândalo", ouviu-se a voz de Beatrice.
Pietro entrou pela cozinha de verão e, passando por ela, deslizou despercebido pelo corredor. Conversamos na sala. Ele viu Beatrice e um homem desfigurado numa cadeira de rodas. O caso em questão foi Aderbal Pimento, afastado da campanha eleitoral recentemente lançada por ordem judicial devido a suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro no exterior. Parecia que Beatrice estava reclamando com esse homem, algo incompreensível para Pietro, o que significava que ela confiava nele.
"Quem é ele para ela? Quem é esse homem? - perguntas passaram pela mente de Galvez.
Ele olhou para Biya, que hoje estava extraordinariamente bonita. Uma blusa transparente com arreios finos e, como sempre, uma saia que se ajusta perfeitamente às curvas do seu corpo. Pietro ficou tão entusiasmado que, com um movimento descuidado, empurrou uma caixa que estava no canto. Os olhos negros de Biya dispararam em direção à sua imprudência. Olhou em volta: Carta e Osvaldo estavam do lado de fora, perto da entrada da mansão, e o deficiente não ouviu nada.
-Você não ouviu nada? – Biya perguntou.
"Não", respondeu o homem.
"Pensei ter ouvido algo vindo da cozinha de verão", disse ela. "Vou dar uma olhada e chamar a segurança."

Beatrice seguiu pelo corredor escuro. Pietro se escondeu. Não havia luzes acesas nem no corredor nem na cozinha. Mas ele viu que Biya, como um predador, estava perfeitamente orientado no escuro. O espaço da cozinha estava repleto do cheiro do perfume dela, misturado com o cheiro de couro e sexo... Ela ficou bem perto dele. Pietro tinha a qualidade de permanecer invisível. Ele sabia como se esconder e esperar, mas não desta vez... Beatrice sentiu uma respiração leve e quase imperceptível percorrer sua nuca e se virou.
- Quem está aí? – ela perguntou em um sussurro.
Pietro puxou-a pela cintura e beijou-a... Há muito tempo que ele queria fazer isso! Foi nessas circunstâncias bastante estranhas que lhe pareceu apropriado. Um arenque vermelho.
A escuridão não deu a Beatrice a oportunidade de examinar a aparência daquela que tão descaradamente ousou tocar seus lábios caprichosos sem qualquer permissão.

El misterio del anillo de diamantes negros #3Donde viven las historias. Descúbrelo ahora