For You | Minimoni

5

Não demorou para Namjoon dar conta que eu havia ido embora, eu sabia que quando ele chegasse em casa e não visse minhas coisas, iria vir atrás de mim. Como também sabia que ele me acharia independente onde eu estivesse, por isso eu não me escondi. Fiquei no estúdio tentando jogar toda minha tristeza na pintura, mas logo escutei ele batendo na porta e como também sabia que ele estava tentando não bater mais forte na porta.

Quando eu abri, suas mãos me seguraram pelos meus braços e eu percebi o medo que ele estava sentindo.

— Por que, Jimin? Aqueles papéis que minha mãe levou não são nada. Eu recusei porque quis.

— Por que não me contou? Por que não me contou o tanto de boas propostas que estava recusando?

— Eu não achava que seria importante.

— Você é idiota, hein? Puta que pariu, Namjoon. Como é que você acha que não é importante aquele tanto de proposta negada por minha culpa?

— Não foi sua culpa, Jimin. Quantas vezes eu preciso dizer que nada na minha carreira é sua culpa? — Ele se afastou, levando as mãos no cabelo enquanto falava. — Por que não me escuta?

— Porque da mesma forma que eu deixei meu sonho para trás por sua causa, você tá deixando o seu. Sendo que eu renuncio ao meu para você conseguir o seu, para eu estar ao seu lado. — Gritei, batendo as mãos em meu peito. — É melhor a gente se separar.

— Depois de me marcar? Você vai me deixar depois de me marcar? — Namjoon ainda usava a roupa de treinar, ainda estava suado, suas narinas mais abertas por estar respirando mais rápido. — Amor, eu te pedi outra chance, as coisas não são feitas aos montes, estou tentando mudar de assessor para não ter mais interferência de minha mãe em tudo na minha vida. Por favor, não escute nada do que ela disse. Por favor, Jimin. Me escute, apenas me escute. — Ele segurou meu rosto. — Por favor... Por favor, não faça isso. Me desculpa. Me desculpa por arruinar sua vida... Me perdoa.

— Não é sua culpa. — Falei, me aproximando de Namjoon, deixando meu corpo encostar no dele, e nossos lábios se tocarem por um breve momento. — Mas, Namjoon, olhe para mim, eu não sou nada do que você precisa. Tudo o que sua família fala é verdade, eu sou tudo isso que eles dizem. Eles disseram que eu te impedia de viver seus sonhos, e é verdade. Eu acho que... Eu acho que... — A minha voz não saia mais de jeito nenhum, todo o peso do que eu queria dizer ardeu minha garganta.— Eu acho que seriamos melhores se a gente nunca tivesse se conhecido. Sinceramente, eu preferia nunca ter te amado.

Namjoon me soltou, abaixando suas mãos e a cabeça. O meu choro saiu de vez, e eu levei as mãos até a boca para impedir dele sair mais alto. Enquanto eu chorava e o ar me faltava, ele me olhava. Achei que ele iria embora, eu queria que ele fosse embora. Mas Namjoon, o maldito Namjoon, me abraçou enquanto eu chorava.

Eu quis que ele me soltasse, eu pedi. Eu implorei para isso, mas Namjoon ficou lá por meia hora enquanto eu chorava sem parar. Quando me dei conta, após ser sentado no sofá e finalmente acalmar, dormi em seu colo após não conseguir controlar meu choro.

Quando eu acordei de madrugada, desesperado, meu coração batendo forte, Namjoon havia ido embora e havia deixado um buquê de rosas amarelas igual ao que ele me deu há dias atrás com uma carta que eu não consegui abrir.

Peguei o buquê e abracei praticamente despedaçando ele em meus braços.

— Me desculpa. Me desculpa, Namjoon. Por favor, me desculpa.

Quando finalmente para as minhas mãos, achei que ele levaria a aliança ou iria deixar a dele, mas ela ficou em meu anelar. E eu demorei dias para conseguir tirar aquela aliança de meu corpo.

Sinceramente, eu passei a não gostar mais da cor amarela.