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Olhei para meu relógio, eram quase dez da noite. Calcei meus sapatos, coloquei um casaco e peguei o primeiro táxi que passou na rua. Aquele lugar não era mais como da última luta, parecia uma casa de aposta e Namjoon era como uma animal.

Procurei por Namjoon passando pelas pessoas que me empurravam. O ambiente para mim era hostil, e eu tinha a mesma sensação da última vez que pisei naquele lugar. Quando notei que a luta estava para começar, escutei o nome dele e a multidão começou a gritar, todo mundo parou apenas para ver ele. Eu continuei andando para mais perto das grades do octógono, tentei chegar mais perto da entrada, mas quando o vi meu corpo inteiro também travou.

Namjoon estava diferente, seu corpo estava maior. Ele havia ganhado mais músculos e notei, pelo pouco que eu sabia, que agora ele havia subido no peso das lutas. Escutei alguém dizer: — Namjoon agora é peso pesado. Faz meses que o cara conquistou o cinturão novamente.

A outra pessoa suspirou e falou: — Porra eu só queria saber quem diabos marcou ele e por que diabos esse segredo todo. Eu duvido que ele perca, o cara se tornou uma máquina de bater nessas últimas lutas.

— Apostou quanto?

— Cemzão em nocaute.

Jimin mordeu o dedo, nervoso. Não sabia nem entender porque estava nervoso, mas quando chegou mais perto da entrada do octógono alguns seguranças o barraram. Ele ficou ali, perto de tudo. Quando a luta começou, não sabia dizer quem estava ganhando ou perdendo, mas notou que Namjoon estava mais lerdo, mais devagar, aquilo lhe incomodou. No momento que o adversário que era menor que ele bateu na lateral do seu rosto e ele cambaleou para trás, eu gritei.

— Fecha o rosto, Namjoon! — Gritei. — Usa a direita.

Minha voz ecoou e eu me arrependi no mesmo momento, pois ele abaixou as mãos e na direção da minha voz, me encontrou tão rápido que eu tive que tentar me esconder, mas foi impossível. Por questão de segundos todo mundo começou a gritar em desespero, mas Namjoon ainda me olhava, as mãos abaixada e desnorteado, eu só conseguir ver o momento que o outro adversário havia levado algo perfurante e sangue desceu no short de Namjoon que o empurrou e caiu no chão de joelhos.

— Não! — Passei por debaixo dos seguranças que afrouxaram a entrada indo todos para dentro do octógono, e entrei junto com eles, alguns enfermeiros já estavam perto e Taehyung batia no adversário sem piedade alguma. Eu empurrei as mãos dos enfermeiros de Namjoon, puxando ele para meu colo. — Por que você faz isso, Namjoon? — O corpo quase morto de Namjoon nos meus braços era como um pesadelo. Sua pele, seus lábios, os olhos, tudo parecia opaco.— O que vai ser de mim sem você? Eu não existo sem você. Eu preciso de você, Namjoon.

Mas Namjoon sorriu, tossindo e passando as mãos no rosto em meu rosto.

— Depois de tanto tempo, você não me deixou. — Namjoon falou baixo. — Eu deveria ter te amado mais. Eu quero te amar mais.

— Como vai fazer isso se tiver morto?

Eu o abracei com mais força, mas logo alguém me tirou de perto dele, eu só conseguia chorar e gritar. Nada de mim funcionava, só sentir a presença de Yoongi me abraçando e segurando minha cabeça perto de seu peitoral enquanto eu tentava sair de perto dele.

— Tá tudo bem, Jimin. Tá tudo bem. Pare de chorar, meu irmão. Ele vai ficar bem.

— Como você sabia que eu estava aqui?

— Como eu não saberia? Você viveria a tortura de várias vidas, incontáveis vezes, sem tirar uma vírgula, apenas para amar ele novamente.

E se eu quisesse me manter intacto, eu não estaria vivo, como também não teria dado meu coração com as mãos abertas e de tão bom grado.

Eu continuava perdido em meus sonhos que não realizei, perdido em uma cidade que não me importava em pertencer. Porque de fato, eu nunca fui adepto a solidão e sem Namjoon as cores pareciam sumir das minhas artes.

Se foi errado eu voltar ou não, isso importava? 

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