Capítulo 14

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Residente Fit

Ele recuperou a consciência, após dias desacordado: ele acordou. A cena não foi das melhores, na verdade, foi com certeza a pior que já viu em toda a sua vida. Seu estômago que roncava de fome, estava ainda mais embrulhado ao ver o homem que ele amava beijando outro homem, que segurava um de seus filhos no colo enquanto cometia tal ato. Rapidamente, fingiu que estava ainda dormindo, mas não precisou fingir por muito tempo porque os dois saem do hospital para conversar, ou seja lá o que foram fazer, em outro lugar, é o que Fit pensava.


Mas ele não esperou ou teve curiosidades para ver, seu coração estava quebrado, ele levantou da cama e estava saindo, mas ao escutar um choro, foi até a outra sala e encontrou Ramon, como se quisesse ser achado. Os dois pareciam ter alguma conexão telepática as vezes. Fit o pega no colo, deixa a cesta, porque não tinha mais a outra mão para levá-la, e a sua estava ocupada segurando no colo o bebê. E então vai para sua casa, com os olhos marejados, coração apertado e se sentindo vulnerável sem poder se proteger e ao bebê que carregava.


Colocou o bebê na cama em sua caverna, envolvido com cobertores e travesseiros para não cair e mandou uma mensagem para o Cucurucho no aparelho global: "Preciso dos materiais de bebê, por favor. Estão na fazenda, estou doente e não posso pegá-los". Ele não estava doente, mas ele se sentia assim com a ausência de sua mão. Comeu o que encontrou em sua caverna, e pôs-se a descansar e chorar abraçado ao pequeno Ramon, enquanto esperava Cucurucho voltar com o pedido.



- Bom dia - Disse ao entrar sem bater, no quarto na caverna. E então lhe enviou uma mensagem no aparelho global: "Boa noite senhor Fit, fico muito feliz de saber que está acordado. Toda a ilha estava muito preocupada com você. Fui a casa do residente Pac buscar seu pedido, ele nãao estava lá, então só peguei sem avisá-lo. Mas tenho certeza que o senhor vai explicar a ele por mim"


- Pode deixar que vou sim. Obrigado. Pode se retirar, por favor? Quero ficar um pouco sozinho.



E então os dias se passaram, Fit não deixava a sua caverna a não ser para buscar comida ou fazer algumas atividades em seu terreno. Mas não visitou nenhuma parte da ilha, isolado na sua caixinha da angústia. Cuidando do seu filho, que já não chorava como antes: adquiriu o comportamento quieto e silencioso igual ao de Fit, que desde que Cucurucho saiu, dias atrás, não disse mais nem uma palavra em voz alta. Fazia seus exercícios físicos deitado na grama atrás da montanha, pescava na praia perto de sua caverna e no lago atrás da montanha. Enquanto Ramon, mesmo bebê, apreciava olhando o céu deitado em sua cesta, e as vezes engatinhando na grama, quando sob supervisão de seu pai.



Até que Cucurucho aparece novamente, dessa vez com uma postura diferente da solidária da última vez.


- Bom dia. - E lhe enviou uma mensagem: "Todos da ilha estão desesperados por você e Ramon. Pac e Cellbit me ameaçaram dizendo que eu havia o sequestrado, principalmente porque Pac sabe que eu entrei em sua casa e peguei as coisas de um dos bebês. Por que você não contou para eles que você acordou?"


- Olha urso, cuida da sua vida. Me deixa em paz. - E então foi embora, pegando seu filho no colo e voltando para sua caverna, novamente em sua caixinha da angústia e isolamento, onde era sua fuga de suas inseguranças. Preferia morrer a ver Pac namorando a outro, seu sangue fervia de lembrar que havia outro homem o beijando, o encostando, do jeito que eles faziam. Eles não tinham firmado um compromisso, combinaram de ir devagar, mas Fit nunca imaginou que eles poderiam ficar com outras pessoas, e ele nem queria, ele apenas queria o Pac, era o único que ele amava. E outra, eles tinham filhos, "como ele pôde beijar outro e segurando meu filho?". Isso não entrava em sua cabeça, ele não era possessivo por estar devastado por essa situação. Se sentia horrível, mas não por muito tempo, talvez seja melhor acertar tudo e seguir a vida, mesmo que isso vá doer muito mais do que a perda do braço na luta.



Fit coloca Ramon no cesto com cuidado e caminha rumo a Chume Labs, ele queria se resolver com Pac, seja o fim ou seja o que for, queria ouvir dele suas últimas palavras. Checar se estava tudo bem com Richarlyson, e também lhe dar adeus. Andava com passos cansados, olheiras profundas e olhar vazio, mas o corpo estava mais saudável desde que saiu da ordem, afinal, estava em algum nível de desnutrição, e agora estava praticamente saudável novamente.



Assim que chega na Chume Labs, Pac o avista de longe e corre em sua direção. Não o deu oi, nem falou nada. Apenas correu, segurou seu rosto e o beijou com paixão. Fit fechou os olhos, aproveitando como se fosse um sonho.


- Pensei que estava morto. Quem sequestrou vocês? Eu juro que vou me vingar, vou matá-los com minhas próprias mãos e... - Pac dizia com olhos raivosos, ele realmente faria o que estava prometendo, mas Fit o interrompeu do seu discurso assassino.


- Eu vi você Pac, ninguém me sequestrou. Você sente algo pelo Felps? Vou repetir essa pergunta, mas sinto que já passamos por isso.


- Você viu ele me beijar...


- Eu não sei se isso foi uma pergunta, mas sim. - Fit responde derrotado, não tinha ânimos para ter raiva e já havia ficado triste por tanto tempo que parecia ter se tornado parte de sua personalidade ultimamente.


- Ele agiu de forma boba, pedi para ele não repetir. Não acho que você tenha escutado nossa conversa porque eu o levei para fora para conversar, mas eu juro que não vai repetir.


- Não precisa se justificar Pac. Só vim para dizer que não precisa se preocupar comigo e com Ramon, estamos bem. Posso ver o Richarlyson? Vou dar um abraço nele e depois vamos embora.


- Não... não... não. Fit! Por favor, eu juro que não há nada entre Felps e eu. Ou entre qualquer outra pessoa e eu.

Quem é o Cupido? - HideduoOnde histórias criam vida. Descubra agora