ONE SHOTS DOVESSO

Xadrez

Caros Leitores, eu não me responsabilizo por esse capitulo, o vinho me deixa ousada.
De onde tirei isso? não faço ideia. Boa Leitura. 

O capítulo não foi revisado, mas prometo que até o final de março vou revisar todos os capítulos .
Comentem por favor <3
----------XADREZ----------

Leonora encontrava-se em um dilema estratégico no tabuleiro de xadrez, seus lábios entreabertos denunciavam a tensão enquanto seus olhos se fixavam nas peças diante dela. O movimento do cavalo seria crítico e arriscado, enquanto a torre, se deslocada, comprometeria a sua rainha deixando-a vulnerável à investida do oponente, o que seria uma posição ainda mais delicada. Restava-lhe, então, a opção de mover o cavalo, uma escolha que se tornava mais amarga diante da desvantagem evidente.

Respirando profundamente, Leonora sentia o peso do olhar de Clarissa sobre si, como se a presença da outra mulher fosse uma sombra a pairar sobre o tabuleiro. Em meio ao turbilhão de pensamentos, ela se questionava onde exatamente começara a perder a partida. Teria sido quando elas estabeleceram as apostas, em um jogo que transcendia as fronteiras do tabuleiro? Se Lesso ganhasse, a sala da perdição seria o próximo cenário para as suas atividades com a diretora do bem, mas se Clarissa saísse vitoriosa, a diretora do mal seria a próxima atração... Ou quem sabe, foi quando os finos feixes do vestido de Clarissa cederam, permitindo um fugaz vislumbre do decote, e a constatação de que a diretora do bem não usava nada por baixo do fino tecido um detalhe que perturbou a concentração de Leonora... Ou teria sido quando um gemido escapou dos lábios da outra mulher ao degustar o vinho, um som que pareceu ecoar pelos poros de Leonora, aquecendo-a por dentro.

Somente então a ficha de Leonora caiu. Maldição! Ela praguejou internamente, percebendo com clareza cristalina que cada movimento de Clarissa era cuidadosamente planejado para desviar sua atenção do jogo. Erguendo os olhos para a outra mulher, Leonora viu apenas um sorrisinho travesso escondido por trás da taça de vinho, como se a vitória já estivesse garantida.

A possibilidade de uma derrota iminente começava a pairar sobre Leonora, talvez resultado de sua própria presunção. Afinal, no início da partida, ela havia dominado o tabuleiro, capturando com facilidade o bispo e a torre branca e dois peões. Contudo, a maré logo mudou, e em um piscar de olhos, Leonora viu-se em desvantagem, perdendo uma torre, os dois bispos e três peões para Clarissa. Como essa proeza foi realizada ? Leonora não conseguia compreender, mas era evidente que estava perdendo, e de maneira nada sutil.

A ruiva observou atentamente enquanto Clarissa murmurava uma musiquinha, divertidamente movendo sua rainha para o outro lado do tabuleiro, em vez de capturar o cavalo negro. Leonora tentou demonstrar calma, como se Clarissa tivesse apenas seguido o script esperado. Por dentro, porém, ela praguejava contra todos os deuses que a colocavam em desvantagem. Leonora ansiava desesperadamente por um momento a sós com sua adversária na sala da perdição. Ela havia sonhado e fantasiado com isso tantas vezes, visualizando como faria Clarissa se contorcer de prazer sob suas mãos habilidosas. Mas, maldição, ela praguejou em silêncio, estava se distraindo do jogo novamente. Ela sabia que deveria ter levado a partida mais a sério.

No início do jogo Clarissa lançou um feitiço que impediria qualquer tentativa de manipulação mágica durante o jogo. (No entanto, a verdade era que ela mesma havia sabotado o feitiço de proteção, garantindo que apenas sua própria magia pudesse alterar o tabuleiro.

Se Leonora não estivesse tão confiante em sua própria vitória e não se distraísse tão facilmente com seu decote, teria percebido Clarissa movendo as peças discretamente para casas adjacentes, uma técnica que havia aprendido com a própria Leonora.

Enquanto Leonora lutava para manter a compostura, Clarissa observava com divertimento a tentativa da outra mulher de se manter calma. A audácia da fada era palpável, e Leonora não podia ignorá-la. Mais de uma vez, a estratégia cuidadosamente elaborada de Lesso foi desfeita pelas artimanhas ousadas de Clarissa, deixando-a ofegante de frustração. Um calafrio percorreu sua espinha ao notar Clarissa brincando com uma tiara em suas mãos, afagando as orelhinhas sintéticas que imitavam as de uma raposa. A cena era intrigante e perturbadora, uma mistura de inocência fingida e malícia latente.