33.A história dos Riddles

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(não é cap extra, então recomendo mesmo que leiam, a não ser que sofra de gatinhos como violência doméstica, estupro etc.)

☠️☠️Mattheo Pov☠️☠️

A primeira memória que tenho não é uma das mais agradáveis assim. Sei que é normal esquecer coisas da infância, ainda mais quando se é pequeno de mais e tudo é abstrato... Desse modo, acho que queria que aquele dia em específico tivesse se perdido na minha mente confusa como muitos outros iguais a ele. Queria que aquela cena em específico que presenciei não tivesse ficado tão gravada na memória...

Na verdade, tem dias que eu desejo esquecer tudo. Não apenas aquele dia, mas tudo. Toda aquela época onde eu me afogava nas expectativas as do meu pai, sofria com o meu irmão e apenas lutava para... sobreviver. 

No entanto, nem as drogas, as bebidas ou a adrenalina no presente me faz esquecer, mesmo assim eu tento. 

Só a mais toda das pessoas repete as mesmas ações e espera resultados diferentes, mas há um certo escape em ser tolo. Em estar anestesiado para parrar o desespero enquanto se pergunta: por que eu não consigo seguir em frente? 

O problema é comigo?... é provável que seja. 

Enfim, já que não há meios de escapar, vamos a lembrança. 

Eu devia ter uns quatro ou cinco aninhos ao ponto dos meus pés serem tão pequenos que mal ecoavam no piso chique da mansão Riddle. Eu perambulava para lá e para cá como uma mera sombra da noite, arrastando meu ursinho de pelúcia comigo para ter uma mera companhia diante do silêncio sepulcral que estava o lugar. 

Nossa cara não costumava encher muito. Tom já era mais velho, 10 anos mais velho que eu para ser exato, então não costumava passar muito tempo em casa devido ao auge da sua adolescência. Já mamãe e papai... Bom, eles sempre estavam por perto, mas era como se não estivessem também. 

Eu fui o erro que nasceu quando eles já estavam velhos de mais. Não o herdeiro, não o filho que seria treinado para assumir o conselho... nem para nascer alfa eu servi! Não, claro que não. Por isso meus pais preferiam ignorar minha presença me deixando aos cuidados de babás enquanto apenas sonhavam no dia que eu seria velho o bastante para me unirem com alguém importante. 

Desde pequeno eu sabia disso, eles não faziam questão alguma de esconder... eu só servia para me casar com quem eles achassem propício e não incomodar mais. 

Todavia, voltando para aquela noite enquanto eu andava pela casa não tendo medo algum do escuro... essa noite o silêncio não reinava como sempre. Barulhos, ofegos... eu não entendia o que aquilo significava, e também não tinha ninguém para me parar também, para me impedir de ver meu irmão mais velho arrastando uma ômega para o seu quarto. 

A garota parecia apenas um pouco mais nova que ele, talvez uns treze anos... e estava cheirando tão forte que incomodava meu nariz, o mesmo cheiro de quando papai pegava aquelas garrafas do alto do armário e as consumia como se fosse água. Lembro de ficar indeciso entre tampar meus ouvidos ou o meu nariz porque tudo incomodava. Acho que a garota também estava incomodada, meio tonta e indecisa. As vezes ela ria aérea, outras ela gritava e tentava se afastar. 

Eu não sabia o que fazer. Minha babá tinha dito que um verdadeiro cavaleiro sempre socorre quando pedem ajuda, e eu queria ser um cavaleiro! Mas também estava com medo...

Sempre tive medo do meu irmão. 

Foi quando ele virou em minha direção e finalmente me percebeu, parado e estático segurando um urso de pelúcia. Me lembro muito bem do seu olhar de ódio, de como ele não parou de abraçar forte a garota nem quando usava a voz de alfa para dizer:

Na mira/ DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora