Alguém Para Chamar de Seu

JUNGKOOK

A manhã de segunda-feira estava muito mais fria do que deveria ter sido no começo da primavera. Eu ainda estava amaldiçoando o tempo e tentando me aquecer quando Seokjin mancava de volta para minha estação. Eu não pude evitar o sorriso que se espalhou pelos meus lábios quando o vi. Ele aparecera em mais de uma fantasia, desde a tarde de sexta-feira, mas precisava tirar isso da cabeça rapidamente ou estaria com um problema muito inconveniente e desconfortável.

Seokjin tinha mencionado que ele não era uma boa companhia, mas eu não achava que fosse o caso. Eu tinha a sensação de que essa era sua maneira de dizer que não estava para um relacionamento e por qualquer razão que me deixasse triste por ele. Eu pensei que ele seria um ótimo namorado, mas talvez isso fosse porque me disse para não beber muita cafeína, antes de me comprar o almoço. E se um homem me dizendo que precisava assistir a minha ingestão de cafeína de repente fez dele material para namorado potencial, talvez eu precise reavaliar onde minha vida estava indo.

‒ Dia. ‒ Estremeci quando esfreguei minhas mãos juntas.

‒ Bom dia. Você está bem? ‒ Suas sobrancelhas se uniram e preocupação vincou seu rosto, enquanto ele me observava torcendo minhas mãos.

Eu ri e assenti. ‒ Desculpe, estou bem. Eu sou um bebê congelado. Não está nem tão frio assim, mas os calafrios me tem.

‒ Você parece estar prestes a ficar doente.

‒ Caramba, valeu. Você está bem hoje também. Merda, não deveria ter dito isso. O frio estava afetando meu cérebro.

Seokjin sorriu maliciosamente. ‒ Que bom que você pensa assim.

Não flerte com o paciente, Jungkook.

Eu montei alguns tapetes irregulares e alguns discos que eram semelhantes a pedras para ele atravessar. O objetivo era deixar o tornozelo mais estável. Isso seria um longo caminho para ver o quão perto estávamos. Eu não gostei do jeito que ele estremeceu quando tentou se equilibrar.

‒ Você tem feito seus exercícios? ‒ Todos os sinais apontavam para não, mesmo antes de ele me dar um sorriso culpado.

‒ Eu tentei, mas não tenho sido fiel para eles.

Suspirei e passei as mãos pelo meu cabelo. ‒ Três dias, Seokjin. Três dias e eu já posso dizer que você não está cumprindo sua parte do acordo. Se só trabalha com essas coisas aqui, nunca vai voltar à forma. ‒ Eu nunca falaria com outro cliente dessa forma, mas depois que apareceu no meu horário de almoço na sexta-feira, não me senti tão mal por lhe dar verdades duras como se fosse um amigo.

‒ Você está certo, e vou trabalhar em fazer meus exercícios com mais frequência.

‒ Bom, porque se tivermos que continuar trabalhando no que você já deveria ter feito, estaremos fazendo um trabalho chato por muito, muito tempo. Mesmo eu, não gosto de fazer essas coisas.

Ele riu. ‒ Considere-me devidamente repreendido.

Foi bom corrigir o grande, corpulento, sexy, fodido, raposa de prata, dono de uma construtora e tê-lo realmente me escutando. Ok, depois de usar tantos adjetivos para descrevê-lo, talvez precise admitir que estive pensando muito sobre ele.

Felizmente, Seokjin parecia mais focado em sua terapia depois disso e fomos capazes de ser um pouco bem-sucedidos no tempo restante que ele estava lá. Cerca de dez minutos antes de sua consulta terminar, alguém abriu a porta lateral antes de desligar o alarme.

A repentina e fria rajada de ar e o simultâneo alarme me fizeram pular em choque, e deslizei para fora da bola de equilíbrio em que estava sentado enquanto escrevia as notas. Eu tive a presença de espírito para proteger meu laptop enquanto caía, mas isso não me dava a capacidade de evitar que minha cabeça batesse na mesa.