Alguém Para Chamar de Seu

JUNGKOOK

Enquanto voltava para a minha casa, não pude deixar de rir de mim mesmo. Seokjin estava tão tenso assim que seus pais fizeram uma aparição que eu me preocupei que seria um inferno absoluto. Quando finalmente chegamos aos primeiros momentos embaraçosos, achava Delilah e Steve engraçados e acolhedores. Delilah realmente me lembrou um pouco da minha mãe, e ela me deu esperança de que talvez minha mãe não tivesse reagido tão terrivelmente sobre eu ser gay quanto meu pai. Steve era o alívio cômico e sempre tinha uma resposta rápida e divertida. Por mais tenso que a mãe de Seokjin o fizesse, seu pai o relaxava da mesma maneira.

É claro que já passava das nove e estivemos no bar mais duas horas. Eu estava ficando cansado, enquanto dirigia pelas ruas perto da minha casa. Eu me preocupei quase doentiamente aquele dia por nada e agora o cansaço estava me alcançando enquanto bocejava repetidamente. Eu não conseguia me lembrar da última vez que fiquei tão feliz de ver os espaços de estacionamento da minha casa quando virei a esquina. Os faróis de Seokjin estacionaram atrás de mim alguns segundos depois, e pude me sentir relaxado apenas sabendo que ele havia me seguido e estávamos quase em casa.

Ele estava estacionado ao meu lado quando desliguei o carro e ele esperou por mim enquanto juntava minhas roupas de trabalho. Eu joguei-as ao acaso no banco do passageiro no início do dia, depois que troquei antes de sair do trabalho.

Quando me juntei a ele na calçada, me puxou para um abraço apertado e beijou minha testa suavemente. ‒ Desculpe meus pais que nos emboscaram esta noite.

Inclinei a cabeça para cima e pressionei meus lábios nos dele. ‒ Está tudo bem, realmente. Eles não foram ruins, e seu pai é engraçado.

‒ Eu estava esperando passar a noite sem vê-los.

‒ Existe uma razão pela qual você não queria que eles me conhecessem? ‒ Eu nunca tive a impressão de que ele queria manter nosso relacionamento calmo, mas o jeito que estava se preocupando sobre seus pais me conhecerem, me deixou pensando demais.

Seokjin me puxou para um abraço apertado. ‒ Oh, Kookie, não é nada disso. Eu só sei que a família é estressante para você. Minha mãe pode ser uma festa de orgulho feminino e às vezes não percebe o quanto está sendo arrogante.

‒ Ela realmente não foi tão ruim hoje à noite. Agora, tudo que eu quero fazer é entrar e relaxar um pouco antes de dormir. ‒ Entrelacei meus dedos e puxei Seokjin para a minha porta. Seokjin esperou pacientemente enquanto abria a porta e acendia algumas luzes.

Eu limpei meus brinquedos antes de subirmos a noite anterior, então à sala ainda estava limpa. ‒ Bebida? ‒ Perguntei enquanto me dirigia para a cozinha.

‒ Eu vou pegá-las. Você se senta. ‒ Seokjin me disse. Sabia o que aquilo significava antes de me sentar à mesa. Eu não estaria tomando cerveja ou vinho, e o que quer que eu bebesse, ficaria no meu copo de canudinho ou numa mamadeira. Eu estava bem com isso. Minha tartaruga estava sentada na mesa, e a peguei automaticamente, virando-a e procurando o dodi que estava lá naquela manhã.

Quando percebi que não havia nada preso a nenhum dos pés, soube imediatamente onde estava. ‒ Eu vou matá-lo. ‒ Rosnei quando me levantei e me dirigi para a porta.

‒ Whoa, Kook! Para onde você vai e quem vai matar? ‒ Seokjin perguntou quando ele se afastou da geladeira e me seguiu pela porta dos fundos.

Eu não me incomodei em bater na porta de Jimim, porque eu sabia exatamente onde ele colocaria meu dodi novamente. Enquanto caminhávamos para o meio do pequeno quintal que compartilhamos, aproximei-me do carvalho gigante que dominava o quintal e agachei-me para o lado esquerdo.

‒ Kook, querido, o que você está fazendo? ‒ Seokjin perguntou quando abri a pequena porta na base da árvore.

Minha língua cutucando meus lábios enquanto me concentrava. ‒ Conseguir meu dodi de volta. ‒ Senti meus dedos ao redor do pequeno espaço oco na base da árvore até encontrar a xícara que Jimim colocara. ‒ Ah-ha! ‒ Anunciei triunfantemente quando agarrei o contêiner e o soltei.