Ao fechar a porta atrás deles, Kaveh tirou seus sapatos, logo caminhando em direção ao banheiro para tomar uma ducha e secar suas roupas molhadas. Haitham, depois de guardar o guarda-chuva, se sentou no sofá e fechou seus olhos, inclinando sua cabeça para trás. Ficando confortável naquela posição, o rapaz acaba caindo no sono, mas também pelo ruído relaxante da chuva lá fora.
Kaveh, ao terminar de se trocar, foi até a sala, enxugando o cabelo com uma toalha.
— Haitham! Você vai fazer o almoço? Ele falou alto, sem perceber que o mesmo estava dormindo. Mas ao ver o rapaz sentado no sofá, ele fecha a boca.
— Oh.. Kaveh coloca a toalha em cima de uma mesa e se aproxima dele. O loiro se senta ao lado de Haitham, e olhando para o rosto do rapaz, cutuca seu ombro com o indicador.
— Haitham? O loiro sussurrou. E ao identificar que ele estava realmente adormecido, surge uma ideia em sua cabeça. Por que não beijar o rapaz? Kaveh cruzou os próprios dedos, meio ansioso. Mas era sua chance de sentir os lábios do seu querido contra os seus, satisfazendo seu desejo de mais cedo a dar ósculos no cinzento. Aproveitando a situação, ele se senta no colo de Haitham, com cuidado para não acordá-lo, e colocando seus braços em volta de seu pescoço. O olhar de Kaveh percorria todo o rosto do homem, deixando um sorriso aparecer em seus lábios.
— Sua expressão dormindo consegue ser mais diferente do que a que você tem todo dia. Kaveh murmurou, passando uma de suas mãos sobre a bochecha do cinzento. Ao soltar uma risadinha, o loiro encurtou a distância dos rostos, deixando selares rápidos nos lábios de Haitham.
— Literalmente um anjo dormindo. Kaveh colocou seu polegar sobre o lábio inferior do homem, o mexendo suavemente. Ao dar mais um selar nos lábios de Haitham, o cinzento abre os olhos, parecendo a olhar no fundo da alma do loiro. Percebendo que o escriba havia acordado, o rapaz sente seu coração quase parar, fazendo ele congelar.
— Haitham.. uhm.. Os batimentos de Kaveh estavam muito acelerados, e o rapaz tentava pensar em algo para se justificar, mas não tinha uma desculpa muito boa para a situação em que ele se encontrava. Um silêncio invade a sala, fazendo Kaveh engolir seco, até Haitham o quebrar.
— Por que você parou? Haitham perguntou enquanto colocava sua mão atrás da nuca do loiro, lentamente o puxando para um beijo. Kaveh, de início, ficou surpreso com a decisão de Haitham, mas não negou a propósta; apoiou as mãos em seus ombros e voltou com os amassos.
Haitham posicionou seu braço em volta da cintura de Kaveh, pressionando mais seu corpo contra o dele. O loiro acariciava a mecha solta de cabelo do cinzento, enquanto suas línguas se entrelaçavam em movimentos suaves e gentis. Sem separar suas bocas, o loiro empurrou Haitham no sofá, fazendo o mesmo se deitar de barriga para cima, permitindo que Kaveh se sentasse sobre seu pelve. As mãos de Haitham desciam sobre as costas do loiro cuidadosamente ao continuarem com os selares e beijos. Kaveh, ao soltar um gemido abafado, quebra o beijo, totalmente sem fôlego. O cinzento acaba dando um pequeno sorriso vendo o estado do loiro, deixando ecoar uma leve risada, que faz o coração do arquiteto escapar uma batida. O rapaz sorri, antes de plantar um selar em Haitham, que logo o trouxe para mais um beijo, acrescentando um pouco mais de intensidade dessa vez.
Depois de longos minutos, os dois se separaram, e quando a consciência bate, a vergonha toma ambos, trocando os caminhos e fingindo que nada havia acontecido._________________________________________
Com o horário do almoço próximo, Haitham começa a preparar a comida. Kaveh, se aproximando, se senta em cima do balcão, espiando o cinzento cortar alguns legumes.
— Tá preparando o que? Kaveh perguntou, pegando uma maçã da fruteira.
— Arroz misturado de Aaru.
— De novo? Kaveh cruza as pernas. Haitham o olha de canto, colocando as hortaliças dentro de uma panela.
— É você quem está cozinhando, por acaso? O cinzento mexe o recipiente com uma colher de madeira.
— Vai se ferrar. O loiro desce do balcão para ficar ao lado de Haitham.
— Quer ajuda pra fazer a massa? Ele morde a maçã.
— Não. A resposta seca fez Kaveh franzir a testa.
— Qual é, deixa de ser chato. Eu só tô tentando ajudar! Ele abriu o armário de baixo, pegando um saco de farinha.
— Kaveh, não precisa. Haitham solta o talher, vendo o loiro que continuava a fazer o contrário do que o escriba pedia.
— Você não tem outras coisas pra fazer? Haitham cruzou os braços ao ver Kaveh se virando.
— Por que você só não me deixa tentar ser amigável com você? Para de reclamar e aceite a minha ajuda. Kaveh enfia a fruta na boca de Haitham.
— Fica quietinho aí. Ele sorriu orgulhoso, e começou a preparar o almoço sozinho, enquanto o cinzento apenas observava.
Haitham respirou fundo, deixando a maçã de lado e colocando suas mãos nos quadris do loiro. Ao encostar seu queixo em seu ombro, o escriba suspira.
— Desliga o fogo. Ele diz brevemente, girando o homem na maneira que o fizesse ficar face a face. Com o olhar intenso de Haitham quase a perfurar o loiro, Kaveh posiciona uma de suas mãos na cintura do cinzento, se trazendo para mais perto.
A mão livre de Kaveh passa pelo o pescoço do escriba, chegando a sua orelha com o seu indicador tocando suavemente seu lóbulo. Haitham partiu seus lábios ao aproximar seu rosto, mas ao em vez de tomar a liderança, permitiu que Kaveh tomasse o primeiro passo. Percebendo isso, o loiro ligeiramente juntou sua boca com a do escriba, formando assim, um beijo sem fim; encostando seus lábios, esfregando docemente suas línguas num sentimento eufórico, selares e carinhos na cintura. Algo que o coração daqueles realmente precisava para amolecer um pouco.Haitham colocou o arquiteto sobre o balcão novamente, ao prosseguir com as carícias que ambos queriam tanto. Com apenas os barulhos dos beijos e da água fervendo na panela, eles não conseguiram evitar de ouvir o som irritante da campainha, que tocou no mesmo momento.
'Ding dong, ding dong!' O cinzento cobriu os ouvidos ao se afastar de Kaveh, que quase infartou com o barulho repentino. Já estava na hora de trocar o som dessa sineta.
— Ugh. Kaveh rolou os olhos ao saltar do balcão. O escriba, pigarreando, voltou com o almoço, enquanto o loiro ia atender quem estava na porta. E ao abrir, Kaveh abriu um grande sorriso.
— Viajante, Paimon! Que surpresa! O rapaz sorriu, liberando passagem para os dois. Haitham, espiando os três na sala, caminhou para lá.
— Vocês não vieram em um momento muito bom. O escriba disse sem hesitação.
Aether, ao sorrir meio preocupado, se sentou no sofá.
— Me desculpem pelo incômodo, mas queríamos pedir um favor. Aether coçou a nuca. Paimon, colocando as mãos na cintura, perguntou:
— Podemos ficar aqui pela noite?
Kaveh acena com a cabeça.
— Claro que sim! O arquiteto respondeu. Haitham, mesmo preferindo que não, acabou concordando.
— Perfeito. Vamos, Aether! Paimon voou para a entrada, enquanto o viajante se despedia.
— Voltamos mais tarde. Até mais!
E assim eles saíram, deixando Kaveh e Haitham sozinhos novamente. Mal sabia Kaveh que o cinzento tinha planos para os dois à noite.
_________________________________________
VOCÊ ESTÁ LENDO
Negando a paixão - Haikaveh
FanfictionBrigas, brigas e brigas. Kaveh não aguenta mais suas discussões com Haitham, mas o que ele fará para impedi-las? Sair daquela casa seria uma boa opção; se ele conseguisse ficar longe do escriba. (primeira fic escrita)