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Cris Jr's point of view

Eu decido tentar afastar os pensamentos da minha cabeça e ir almoçar.
Enquanto almoçava, os pensamentos sobre a complexidade dos sentimentos continuavam a me acompanhar. A comida parecia perder o sabor diante da inquietação interna que eu tentava decifrar. Eu meio que estava me odiando por não conseguir tirar aquela garota da minha mente.

No meio do almoço, a porta se abriu, e Giulia entrou, um pouco suada do treino de vôlei. Além disso, ela estava meio vermelha, assim como seus lábios. O cabelo dela estava meio bagunçado, e me despertou surpresa ao perceber que mesmo assim ela continuava linda.

A visão dela despertou uma admiração genuína, e uma nota de apreciação na beleza dela se misturou aos meus pensamentos. Ela conseguia ser linda mesmo depois de um treino e mesmo estando "descabelada".

No entanto, a admiração foi rapidamente seguida por um turbilhão de pensamentos autocríticos. A confusão sobre sentir ciúmes e, ao mesmo tempo, achar Giulia atraente, gerava uma tensão interior. Era uma luta contra a desconcertante dualidade de sentimentos em relação à minha melhor amiga.

Engoli em seco, tentando disfarçar a perplexidade que permeava meus pensamentos enquanto ela se juntava à mesa. O almoço tornou-se um campo de batalha silencioso entre a amizade duradoura e a inquietação recém-descoberta, deixando-me atormentado por sentimentos que não conseguia enfrentar.

Durante o almoço, notei o olhar perspicaz de Tia Gio e do meu pai, que pareciam perceber a tensão que envolvia meus pensamentos durante os meus olhares sobre Giulia. O silêncio pairou, mas a decisão deles de não comentar deixou um espaço para que as coisas se resolvessem naturalmente.

Decidi subir. Me dirigi ao meu banheiro e tomei um banho, com o intuito de expulsar aqueles pensamentos da minha cabeça. Depois do banho, eu coloquei uma roupa confortável e fui para o quarto de Giulia, para passarmos um tempo juntos conversando. Bati na porta e ela pareceu hesitar em permitir a entrada. Eu estranhei, mas logo depois ela falou que eu poderia entrar; pelo seu tom de voz ela parecia estar insegura com sua fala.

Eu entro em seu quarto e descubro o porquê de ela ter hesitado. Ela estava de toalha.
Eu não sabia onde enfiar a minha cara naquele momento, apenas virei de costas à ela.

— Foi mal... Não sabia que estaria.. assim. – Eu digo com a voz meio trêmula, pelo misto de nervosismo e vergonha.

— Tá tranquilo... Eu tinha vindo pegar um negócio antes de tomar banho, aí você bateu na porta... Mas 'tá de boa. – Giulia diz. — Pode se virar, fica tranquilo.

Eu hesito antes de me virar.

— Eu vou indo, depois, se você quiser, me chama lá no meu quarto. – Eu dou um sorriso meio nervoso. Ela sorri em concordância.

Eu saio do quarto e fecho a porta do mesmo. Ao sair, eu suspiro em alívio. Nunca pensei que eu poderia ficar tão nervoso assim perto de uma menina.

Já no quarto, sentei-me por um momento, refletindo brevemente sobre a conversa com Giulia e as dinâmicas complicadas que surgiram entre nós. As palavras trocadas ecoavam na minha mente, gerando uma mistura de emoções que ainda buscava compreender.

Decidi afastar momentaneamente esses pensamentos e me refugiei na familiaridade do meu computador. Ao ligar a máquina, mergulhei nos jogos, procurando temporariamente uma fuga das complexidades que permeavam minha mente. O som dos cliques do mouse e a luz da tela eram uma distração bem-vinda, permitindo-me temporariamente escapar das tensões emocionais que o dia trouxera consigo.

Depois de um tempo jogando, o clique suave do mouse foi interrompido quando a porta se abriu e Giulia entrou no quarto com um sorriso tímido. Ela se sentou delicadamente na beira da minha cama, e eu desliguei o computador, direcionando minha atenção inteiramente para ela.

O quarto agora estava envolto em uma quietude compartilhada, enquanto nossos olhares se encontravam. Giulia começou a falar, quebrando o silêncio com palavras que fluíam suavemente entre nós. O sorriso tímido dela era uma expressão de uma amizade duradoura, uma conexão que resistia aos desafios do dia.

Conversamos sobre tudo e nada, como amigos que se entendem além das palavras. As risadas ocasionalmente preenchiam o espaço, dissipando a tensão que persistia desde o almoço. Era um momento de respiro, um capítulo de entendimento mútuo, enquanto navegávamos pelas águas complexas dos sentimentos que surgiram entre nós.

Após a conversa com Giulia, desci para a sala com uma sensação de leveza. Meus pais notaram a diferença no meu semblante, mas decidiram não pressionar com perguntas indiscretas.

Mais tarde, enquanto estávamos jantando, compartilhei com eles alguns dos pontos da nossa conversa.
Lembrei-me de mencionar as situações engraçadas que passamos juntos naquele dia, como aquelas histórias antigas de quando éramos crianças e as mais recentes, que misturavam risos e memórias compartilhadas. A conversa não era apenas um relato, mas uma tentativa de transmitir a profundidade da nossa amizade recém formada.

Os olhares entre meus pais e eu eram repletos de entendimento. As palavras compartilhadas à mesa não eram apenas uma narrativa; eram um convite para que eles vislumbrassem a complexidade dos nossos sentimentos e a resiliência da nossa amizade diante das adversidades.

Depois de compartilhar com meus pais sobre a conversa com Giulia, senti um alívio ao perceber o apoio silencioso que emanava deles. Decidimos fazer o café da tarde juntos, transformando a cozinha em um espaço de conexão e descontração.

Primeiro, Giulia e eu começamos escolhendo os ingredientes para o café da tarde. Enquanto pegávamos utensílios e alimentos na despensa, a conversa fluía naturalmente. Falamos sobre assuntos engraçados, nossos gostos culinários e até mesmo sobre os desafios de aprender a cozinhar, lógico, mencionando humor em tudo.

Depois, começamos a preparar a receita escolhida. Giulia estava atenta aos detalhes, e eu apreciava sua habilidade na cozinha. Entre risadas e trocas de olhares, o aroma delicioso começou a preencher o espaço, criando uma atmosfera acolhedora.
Enquanto trabalhávamos lado a lado, não pude deixar de admirar a beleza serena de Giulia. Algumas horas haviam se passado desde nossa conversa, e a luz da tarde realçava seus traços de uma maneira encantadora.

À medida que o café da tarde ganhava forma, as risadas tornaram-se uma trilha sonora alegre. Giulia e eu compartilhávamos olhares cúmplices, cientes da profundidade da nossa amizade. O clima descontraído era uma expressão palpável da resiliência que havíamos construído ao longo dos dias.

Ao final, nos sentamos para desfrutar do café da tarde (no caso, eram panquecas com morango e mel, e cafés gelados) que havíamos preparado juntos. O sabor delicioso era acompanhado pelo calor reconfortante da companhia um do outro.

— Uau, Giulia, você realmente sabe como dar sabor a essas coisas. Essa panqueca 'tá incrível!

— Que bom que você gostou, Cris! – Giulia sorri. — Acho que acertei na escolha dos ingredientes.

— Acertou demais, cara.

— E pensar que começou com a gente só querendo algo para beliscar. – Giulia ri — Às vezes, as improvisações surpreendem, né? – Ela diz em tom irônico.

— Com certeza. Acho que deveríamos fazer isso mais vezes. Comer coisas deliciosas e passar um tempo juntos é uma combinação imbatível. – Eu sorrio.

— Concordo plenamente, Cris. E quem sabe o que mais podemos descobrir na cozinha juntos, não é mesmo? – Giulia diz, e eu, como um ótimo cara, óbvio que entendi no duplo sentido, dando um sorriso sugestivo. Giulia entendeu o que queria dizer ao sorrir daquela forma, e começou a rir tentando esconder seu rosto.

— Idiota! – Ela diz entre risos.

Os risos ecoaram na cozinha, criando um ambiente de descontração enquanto desfrutavamos do sabor do café da tarde que preparamos.

×××××

Gostaram, gente? Eu amei.

Me dêem ideias de coisas que eu poderia colocar na fanfic (mesmo que eu coloque só no final dela) , porque se eu gostar da ideia eu com certeza a colocarei em algum momento da fanfic.

Votem e comentem, amo vocês.

  Kisses.

𝐂𝐀𝐌𝐈𝐒𝐀 𝟐𝟒 - cris jr.Onde histórias criam vida. Descubra agora