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Não sei por quanto tempo estou nesse inferno, não me alimentaram muitas vezes, meu corpo dói e agora não tenho forças nem para brigar, meu rosto deve estar irreconhecível, tem um que é mais velho que me bate por horas, normalmente eu perco a consciência e quando acordo ele está abusando de mim.

—Jimin.

—Hum?

—Vamos te soltar hoje.

—Vão me soltar?

—Você consegue enxergar?

—Não muito bem.

—Vamos te deixar na sua casa, eu nunca toquei em você... desculpa não fazer nada.

—Acha que me importo? Meu marido nunca mais vai querer olhar pra mim. -- digo chorando.

—Vim limpar seus ferimentos e seu corpo, não precisa ter medo de mim.

Ele acha que eu tinha como brigar? Meu corpo mal se move, minha vista tá ruim e minha boca dói para falar, sem contar a parte de trás...

—A gente só cumpriu ordens... somos pagos para isso...

—Não quero te ouvir, eu quero ir embora...

—Não chora por favor, só tenho roupas pretas, desculpa!

Ele me limpou, me vestiu e me deu comida e água, meus dedos das mãos foram quebrados e eu estava totalmente consciente.

—Quer que eu te carregue? Acho que sua perna terá que ser engessada...

—Eu vou andar sozinho, meu celular ainda tem bateria?

—Sim, o Jeon ligou mais de mil vezes, um tal de Hobi te ligou muito também, Tae, Nam e Jin ligaram menos, também um tal de Suga, esse ligou mais que o Hobi ainda.

—Você vai me entregar o meu celular?

—Só posso fazer isso quando você chegar em seu apartamento.

—Entendi...

—Vamos, temos outros trabalhos depois de deixar você em casa.

Eu caminhei com uma dificuldade extrema, eles me colocaram dentro de um carro preto, não me vendaram porque eu não enxergava nada mesmo.

Abriram o carro e me jogaram lá na calçada, eu abri meus olhos e sim, decorei a placa.

Me olharam com uma cara de nojo e desprezo no caminho inteiro até o elevador, tentei fingir naturalidade cantarolando uma música e fui andando o mais rápido possível até o meu apartamento, eu não estava enxergando, só decorei as portas, digitei a senha incorreta diversas vezes, pois estava digitando com o cotovelo.

Não sei se acertei a senha mas a porta abriu e eu entrei.

—Jimin? O que fizeram com você?–diz Hobi.

—Hobi? Tá fazendo o que aqui?

—O Jeon me pediu para vir, ele está louco te procurando.

—Oh, não fale que estou aqui...

—Suas mãos... quem fez isso?

—Não quero falar disso, me deixe quieto por favor.

—Vou te levar no hospital, você emagreceu tanto...

—Não quero ir ao hospital.

—Eu já falei que vou te levar, seus dedos estão quebrando e essa sua perna? Parece que levou marteladas.

—Faz quantos dias que não sabem de mim?

—Há duas semanas, o Jeon deixou todo mundo maluco te procurando, ligando, ainda tem a polícia.

Meu Querido Chefe (JIKOOK - KOOKMIN)Onde histórias criam vida. Descubra agora