Oiee, mais uma história pra vocês!
E se Irene realmente tivesse sofrido aquele acidente?
E se ela ficasse em coma enquanto o mundo cai ao seu redor?Essa trama foi inspirada na música De Que Me Sirve La Vida- Camila.
Espero que gostem 💖
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Uma noite estrelada pairava sob a cidade de Nova Primavera, um cenário ideal para uma noite agradável em família. Talvez para uma família normal, não para os La Selva.
Família? A desconsolada mulher dirigia sem destino sua Porsche branca pelas estradas da pacata cidadezinha refletindo em meio a lágrimas que já não conhecia mais o significado dessa palavra.
Seu esposo havia tido a audácia de trazer a amante ressuscitada e apresentar-lá como noiva perante todos na casa deles. Na casa em que viveram tantos momentos significantes ao logo de 30 anos de matrimônio.
Ninguém a havia defendido, estava sozinha. Quem mais se importava com sua existência havia partido, Petra estava internada em uma clínica e o marido a desprezava.
De que servia a vida? Tantos sonhos, lutas e feitos em vão.
⁃ Daniel, meu filho, por que você não está aqui comigo meu amor? - Dizia pra si mesma em meio ao pranto.
De pronto, a vontade de deixar de existir e acabar com tanto sofrimento a consumiu. Ela só queria fechar os olhos para sempre e quem sabe, encontrar com o filho perdido em outro plano. Estava cansada de correr atrás de uma felicidade que nunca permanecia.
Seduzida pelas luzes de um caminhão que vinha na direção contrária, a morena girou o volante rumo ao mesmo. Ignorando as buzinas e apelos de Luigi, ela pisou o máximo que pode no acelerador, almejando o fim.
Em segundos, a ensurdecedora buzina do caminhão nublou seus pensamentos, um forte impacto se ouviu. Aquela alma acabava de empreender uma viagem rumo ao desconhecido.
⁃ Ireneeee! ireneee! Dio santo, dio santo! - Gritou Luigi descendo de sua caminhonete desesperado após presenciar o choque entre o carro da sogra e caminhão.
Se aproximou com ímpeto do local do acidente e sentiu o corpo inteiro tremer ao visualizar o automóvel esportivo com a frente destruída.
Pegou o telefone e ligou pra emergência com euforia desmedida, sentia a cabeça girar ao vivenciar mais uma vez uma tragédia daquelas. Seus olhos aguaram ao vislumbrar a mãe de sua esposa desacordada no banco do carro, ela não respondia seu chamado, tinha sangue escorrendo pelo rosto e a camisa antes rosada, banhada pelo vermelho vivo.
Sem reação, o italiano se sentou sobre o meio fio do asfalto após constatar que o motorista do caminhão continuava vivo. Tratou logo de ligar para Petra.
⁃ Petra? - Um fio de voz se ouviu.
⁃ Luigi? Me ligando a essa hora? Não vai me dizer que meus pais brigaram de novo!
⁃ No, amore mio. Devi essere forte, Petra! Tu mama sofreu un incidente d'auto...O homem fechou os olhos com força ao escutar o grito de dor no outro lado da linha.
Após alguns minutos, Petra descia rapidamente de um táxi a beira da estrada onde o fático acidente acontecera.
⁃ Luigi? Cadê minha mãe? Cadê ela??- Gritou correndo rumo os destroços e se jogando nos braços do marido.
⁃ Calma, amore, calmate! Irene i o motorista estão sendo salvati.. -Responde tentando segurar a moça que se esvaiu de suas mãos em direção ao corpo feminino que estava sendo retirado.
⁃ Mãe? Mãe? Pelo amor de Deus, mãe, fala comigo! - Berrava ao lado do corpo desacordado envolto em manta térmica que era inserido com agilidade na ambulância.
⁃ Por favor senhorita, se afaste, deixe-nos fazer nosso trabalho. - Pediu um socorrista com a voz entrecortada pelo esforço feito durante o resgate das vítimas.
⁃ Meu Deus, Luigi! Não pode ser, isso não pode tar acontecendo, de novo não! Não, não, mãeee!!!
As portas da ambulância se fecham e a mesma sai em disparada rumo ao hospital, cada minuto era crucial.
• Hospital Nova Esperança, horas depois •
⁃ Petra? Cadê a Irene? - Indagou ofegante uma conhecida voz masculina ao adentrar a sala do pronto socorro bruscamente.
A jovem sentiu o corpo inteiro tremer de raiva ao ver o pai a sua frente.
⁃ Pai? O que você está fazendo aqui? Não deveria estar comemorando com sua noiva? - Cuspiu as palavras com desprezo.
⁃ Ô, menina, me responde! Não tô pra sermãozinho de ninguém não!
⁃ E que dia você está? Sempre agindo como se todos fôssemos seus súditos, sem responsabilidade afetiva e consideração nenhuma por ninguém, nem mesmo pela mulher que dedicou 30 anos da vida dela pra você! - A raiva era tanta que sentia que seu coração sairia pela boca. - Agora ela está ali, naquele centro cirúrgico, entre a vida e a morte, por culpa sua!
⁃ Que? Que diabos você está insinuando? - Questionou o fazendeiro furibundo.
⁃ É a realidade, pai! O Luigi me contou tudo, inclusive como ela jogou o carro de propósito na frente de um caminhão pra morrer! É, pra morrer, pai! - Gritou socando o peitoral do genitor. - Tamanho o seu desamor e egoísmo que ela decidiu que era melhor deixar de existir que continuar sozinha e humilhada pelo homem que jurou cuidar dela na saúde e na doença.
Antônio se encontrava paralisado com os olhos vermelhos escutando a filha. Realmente Irene havia tentado tirar a própria vida?
⁃ Parentes da senhora Irene La Selva? - O médico se fez presente.
⁃ Sou a filha dela, Doutor! Como está minha mãe? - Indagou Petra com a voz angustiada.
⁃ Bom, é importante ressaltar que o impacto da batida foi muito intenso, comprometendo bastante a saúde da paciente. - Faz uma breve pausa. - Ela teve algumas fraturas importantes e um início de hemorragia cerebral causada pelo forte choque da cabeça com o pára-brisas do carro.
Uma lamentação em coro foi ouvida após a declaração.
⁃ O ponto positivo é que conseguimos conter a hemorragia em cirurgia e estabilizar as demais lesões, a dona Irene se encontra em coma assistido em nossa unidade de terapia intensiva.
⁃ Coma, doutor? Minha esposa está em coma? - Questiona um alterado Antônio.
⁃ Sim, Senhor La Selva, lamento a situação e quero dizer que vamos fazer o possível para reverter o quadro grave da paciente. Quanto ao motorista, ele apenas sofreu algumas lesões, está sendo atendido e logo receberá alta. - Termina e se retira.
⁃ Você não tem perdão, Antônio La Selva! - Bradou a filha que não digeria o fato da mãe estar vislumbrando a morte e em coma pelas faltas do homem que chamava de pai.
A sala de espera parecia um mausoléu, Petra estava inconsolável nos braços do marido, que ainda parecia anestesiado com o vivido. Antônio se encontrava perdido, sentado sob um sofá com as duas mãos cobrindo o rosto.
⁃ Senhor? Perdão interromper, esses são alguns pertences da paciente. - Diz uma enfermeira entregando algumas bolsas de plástico com a roupa ensanguentada e rasgada de Irene, bem como alguns acessórios da mesma.
⁃ Obrigado! - Responde com a voz embargada analisando o conteúdo que lhe fora entregue. - Borboletas, Irene...
O produtor rural não conseguiu conter as lágrimas ao pegar nas mãos os adorados anéis de borboletas da esposa. Sentia um nó crescente na garganta que o sufocava ao constatar como a joia cravejada tinha suas pedras manchadas pelo sangue da dona.
Apertando-os com força entre as mãos, Antônio foi rumo aos quartos com um aperto no peito e na consciência.
Continua...
____________________________________Ê, Antônio, agora não adianta chorar, né? Tá passando da hora desse fazendeiro bruto aprender uma lição da vida. Vem aí? 👀
Espero os comentários de vocês 💖
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De que me serve a vida?
FanfictionUm acidente coloca em jogo a vida de Irene La Selva. Em meio a dor, o final pode ser o começo de uma nova vida?