A noite era fria naquele domingo, o relógio no saguão da Ordo Realitas marcava 04:13 da manhã, o silêncio invadia e preenchia o local dando uma aura de suspense à aquelas paredes cinzas e gélidas pela chuva que maltratava o telhado e janelas do bar Suvaco Seco. A base se encontrava quase completamente vazia dado ao dia, onde a maioria das equipes, que tão bravamente lutavam dia após dia para proteger nossa realidade, se permitia descansar, a única no local era Marcela que se recusava a sair enquanto tivesse pessoas internadas ou equipes em missões, não queria que chegassem lesionados e encontrassem a enfermaria vazia, ela se via como última esperança de muitos combatentes que insistiam em pensar que eram feito de aço ao marcharem em direção a morte certa. Marcela dormia calmamente e desconfortavelmente debruçada no seu balcão usando seus braços como travesseiro, até que um grande estrondo se é escutado vindo da sala - antes do Senhor Verissimo - de Arthur, ela deu um pulo já se preparando para o pior e se manteve em alerta esperando mais algum sinal de perigo antes de partir em direção ao som e então;
- Isso não é justo! - Uma voz masculina porém um tanto fina possivelmente por gritar indignado disse.
- Você não disse nada sobre isso nas regras! - A voz de Arthur se fez presente e então Marcela entendeu tudo, se pondo no mesmo instante a caminhar estressada em direção a sala.
Ela abre a porta com tudo fazendo os dois homens de dentro pularem em suas cadeiras, Arthur até mesmo deu um gritinho, mas logo tapou a boca com a sua mão abafando o som, em seguida pondo-a em seu peito respirando fundo.
- Marcela! Quer matar a gente do coração? - dizia como se ainda recuperasse o ar.
Arthur estava vestido de forma casual, usava um moletom blusão do personagem Anjo da Noite da sua HQ favorita Força G, seus olhos pareciam vermelhos com algumas lágrimas ameaçando cair, mas ele não parecia estar chorando, pois não só seus olhos estavam vermelhos, mas sim todo seu rosto, parecia que estava rindo de mais por muito tempo, seus cabelos médio, de cor castanho mesclado com branco, assim como sua barba, estavam bagunçados e caíam um pouco sobre seus olhos, estava sentado na sua cadeira imponente com um de seus pés em cima da mesma, deixando a mostra a calça moletom preta de guaxinins que usava. Na cadeira a frente de sua mesa outra figura era vista, vestido de modo não tão casual, ele usava uma blusa preta de gola alta com um detalhe espiral minimalista no centro do peito, uma calça cargo também preta e um all star azul escuro quase preto, seus cabelos quase na altura dos ombros eram o que chamam de loiro escuro ou castanho claro, com uma única mecha branca em sua franja que estava amarrada em um pequeno rabo de cavalo. Agora ambos encaravam Marcela de modo preocupado mas principalmente assustado, a mulher não parecia nada feliz com eles.
- Quero, na verdade eu quero Arthur! Vocês tem noção de que horas são para vocês estarem gritando desse jeito? - Ela dizia enquanto adentrava a sala e fechava a porta atrás de si. - Consigo ouvir os gritos de vocês lá da enfermaria! Espero que tenham uma BOA explicação para todo esse barulho. - Marcela se senta na cadeira ao lado de Cellbit enquanto dava um tapa no joelho do Arthur para que tirasse o pé da cadeira.
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O Amor é Paranormal
ParanormalOnde Cellbit perdeu uma aposta para Arthur e agora teria que aceitar que o amigo escolhesse seu próximo parceiro de missão SEM direito de trocar. Ou Onde Roier - MUITO para seu desgosto - foi designado para uma missão junto de Cellbit. ...