- Ok, se você não errou o endereço, a gente chegou. - Cellbit estacionava a moto na frente de um prédio velho, a rua era abandonada e mesmo que estivessem perto do pôr do sol, estava mais escura do que deveria.
- Eu só coloquei o endereço que você anotou, se não for esse o lugar, a culpa não é minha! - "Por Deus, que implicância comigo! Por quanto tempo vou ter que aturar isso?"
- 'Tá insinuando que eu errei? - Arqueava uma de suas sobrancelhas enquanto batia com o capacete no peito de Roier.
- Au?! - Roier encarava indignado o loiro, pendendo a cabeça pro lado, tal qual o mesmo fazia, provocando-o - Não! Estou apenas lhe informando, que eu segui exatamente o que você me disse pra fazer, então SE estiver errado, não é culpa minha, apenas segui ordens, Cellbit. - a cada palavra, o moreno dava um passo na direção do menor, que ainda tinha o capacete apoiado no peito alheio, obrigando-o a andar para trás com o 'empurrar' do outro.
> Roier's Point of View <
Cellbit havia atingido o estopim. Roier vinha sendo amigável, gentil, tentando fazer isso funcionar, mas o loiro simplesmente se recusa a colaborar! Nas últimas horas tinha apenas sido tratado como capacho, sendo ignorado e recebendo grosseria atrás de grosseria, queria 'confiar no processo' como Arthur havia lhe pedido, mas tudo tem limite, e o da paciência de Roier havia sido alcançado com aquele capacete contra seu peito.
Roier sabia bem da fama de intimidador que o garoto tinha, mas pouco se importava, ele não era melhor do que ninguém por ter um histórico criminal, Roier também tinha, mas nem por isso o viam intimidando as pessoas por aí.
O que o moreno definitivamente não esperava, era que ao bater de frente com o intimidador Cell, deixaria o loiro sem palavras.
Ao final de sua fala, Roier sequer havia percebido que ele e o menor tinham atingido a parede. Cellbit estava pressionado contra parede, com o capacete prensado nos dois garotos que se encaravam mais perto do que gostariam - em teoria.
Roier agora apenas encarando o loiro em silêncio, esperando uma fala espertinha ou uma resposta à altura que escalaria uma briga, percebia como os olhos alheios pareciam inquietos e indignados, a pupila dilatada capturando cada detalhe da cena que presenciava quase escondiam aquele azul tempestuoso, que por míseros segundos, podia jurar ter visto fitarem seus lábios.
O mexicano não sabia o que fazer, havia ocasionado aquele momento e não sabia como finalizá-lo, esperava que Cellbit desse continuação a discussão ou coisa parecida, mas agora estavam ali, se encarando a bons minutos em um silêncio constrangedoramente confortável. Roier sem pensar, olhou para a boca do ocultista que continha um sorriso ladino e irônico, o viu umedecer os lábios, e em seguida passar por sua presa esquerda em seu tique costumeiro.
Porra como queria acabar com esse espaço ridículo entre os dois e tomar o ocultista para si. "Pera, QUE? QUE QUE EU 'TÔ PENSANDO?" Se repreendeu por seus pensamentos com o loiro a sua frente que... AINDA estava em silêncio?
- Eu não te entendo... - Ainda com o sorriso no rosto, a voz do loiro saiu como um segredo "Você é simplesmente impossível..." pensava enquanto seus olhos desenhavam o rosto do mexicano, repousando mais tempo do que o necessário nos lábios alheios.
- Que? - Desfez o peso contra o menor dando um passo para trás, o encarando com as sobrancelhas franzidas, estava confuso e por algum motivo, se sentia culpado.
- Vamos, o endereço está certo. - Desviou o olhar para a entrada do prédio enquanto abaixava o capacete.
- Mas- - Cellbit o interrompeu.
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O Amor é Paranormal
ParanormalOnde Cellbit perdeu uma aposta para Arthur e agora teria que aceitar que o amigo escolhesse seu próximo parceiro de missão SEM direito de trocar. Ou Onde Roier - MUITO para seu desgosto - foi designado para uma missão junto de Cellbit. ...