Insônia

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> Roier's Point of View <

As palavras de Marcela ecoavam na mente de Roier, era mesmo possível que ele tivesse realmente feito algo para o loiro? Não, impossível, ele se lembraria! Né...?

- Aaaah, dios mio ayuda me. - Exclamou em voz alta deitado em uma das macas da enfermaria. Agradecia mentalmente por milagrosamente não ter nenhum paciente hoje lá.

- Você ainda 'tá nessa? - Marcela apareceu de braços cruzados na frente da maca do moreno.

- Sim! Culpa sua! Agora me sinto culpado por algo que nem fiz! - Se sentou gesticulando grosseiramente.

- Só prova mais meu ponto! - A mulher deu um sorriso sarcástico - Se você 'tá essa última hora inteira tentando descobrir se fez ou não fez algo...

- Se perde Marcela! - Roier disse se levantando para sair da enfermaria.

- Ele ainda 'tá lá. - Disse enquanto o moreno se afastava.

- QUE? Ainda? Já faz mais de uma hora que eu saí! Pensei que a essa altura ele já teria vindo aqui me bater ou me tacar aqueles pózinhos mágicos! - Roier alternava seu olhar para Marcela e para a porta da sala de Arthur.

- Pois é... - Marcela era boa em ler as pessoas, e em contrapartida era péssima em tentar esconder suas próprias emoções. Sua voz era carregada de preocupação.

- O que aconteceu? O que você sabe? - Roier via as feições de Marcela, a mulher estava escondendo algo.

- Não te interessa! - Saiu apressada para sua cadeira atrás do balcão ao perceber que foi pega.

- Você claramente descobriu algo quando foi lá ver se o Arthur estava sozinho ou não! - Andava logo atrás da cacheada, parando na frente do balcão lhe encarando.

- Larga mão de ser fofoqueiro, garoto! - Marcela evitava o olhar fixo do moreno sobre si.

- Qual é? Você 'tá claramente preocupada! Acha que o Cellbit falou mal de mim e agora o Arthur vai me tirar da ordem ou sei lá me dar as piores missões? - Roier tinha essa mania de falar muito rápido quando estava ansioso, como agora.

- Para de ser egocêntrico! - Deu um tapa no ombro do moreno para tirar-lo o de seus devaneios. - Não é nada disso! Seria mais fácil de resolver se fosse... - seu tom diminuia novamente melancólico durante sua fala.

- Aí! Desculpa! Me explica o que 'tá rolando, o Arthur 'tá bem? - Massageava o ombro e agora conversava em tom sério com a mulher.

- Sim, talvez só preocupado como eu, mas ele em si deve estar bem sim. - Respondia em automático, era visível que sua mente estava em outro lugar, mais especificamente, a alguns metros a frente.

- Preocupado? O que rolou? Algo que eu possa fazer para ajudar? - Começou a se preocupar também, será que tinha acontecido algo com a Agatha, Ivete ou talvez com o Dante?

- Sério? Você é tão cego assim? - Marcela desviou o olhar da porta de Arthur para o moreno na sua frente com indignação nos olhos.

- Perdão? - Estava genuinamente confuso.

- A gente 'tá preocupado com o Cellbit! Ele 'tá péssimo e a gente nem ao menos sabe o porquê! Ele nunca ficou assim, pelo menos nunca na nossa frente. O Arthur não sabe o que fazer, e eu muito menos. Estamos pensando em chamar alguns amigos dele para o levarem em casa, ele parece exausto, psicologicamente falando. - A mulher dizia com um peso na voz, seus braços cruzados, e olhos ainda fitando a porta de Arthur como se tentasse ver através da mesma.

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