> Roier's Point of View <
- Ele morreu?
- Parece estar respirando
- Ele não pisca a uns 5 minutos, Marcela!
- Mas está respirando, é o que importa!
- Ele parece morto, 'tá pálido.
- Ele não está morto, Arthur!
A dupla conversava de braços cruzados encarando Roier estático. Realmente parecia morto, e para ser sincero, se sentia morto, pelo menos preferia estar.
- Ainda. - Roier respondeu de repente e a dupla deu um leve pulinho em susto.
- PUTA QUE PARIU! - Arthur praguejou - 'Tá maluco porra?
Roier se sentou na maca que estava deitado, olhando para frente com o olhar vazio. Os olhos ardiam, realmente fazia muito tempo que não piscava, passou aquela madrugada fitando o teto e revirando o fundo de seu cérebro em busca de qualquer fagulha de lembrança sobre a tal 'sexta feira'.
- Que horas são? - Perguntou, esfregando os olhos sentindo, as lágrimas que invadiam os mesmos tentando compensar todo o tempo que estiveram aberto molharem suas mãos.
- 8:30 - Marcela respondeu olhando o relógio no pulso.
- O Dante já chegou? - Apertava os olhos com força, seus olhos realmente doíam como se os repreendessem pelo uso indevido.
- Sim ele est- - Arthur foi ignorado, Roier levantou e caminhou em passos apressados e arrastados até a sala de Agatha onde sabia que o ocultista geralmente ficava.
Abriu a porta sem cerimônias e com certa agressividade. Ainda segurando a maçaneta com a porta escancarada, encarava o chão por uns segundos e então levantou o olhar apenas o suficiente para alcançar Dante com os olhos, olhos esses que faiscavam pela cortina castanha de cachos bagunçados. Roier parecia beirar a insanidade.
- Roier? - Dante estava com um livro em mãos e olhava com espanto para o mexicano.
Dante usava roupas claras em tons pastéis. Uma camisa de botões, as mangas estavam puxadas até os cotovelo, revelando as inúmeras tatuagens colorindo a pele pálida do ocultista, tinha os dois primeiros abertos dando visão a um colar com pingente espiral, suas calças eram um esporte fino um pouco larga.
- Eu preciso de ajuda, e acho que você é o único que REALMENTE pode me ajudar.
O loiro fechou o livro rapidamente e foi em direção ao moreno que fechava a porta atrás de si e começou a escorregar por ela melancolicamente, e quando atingiu o chão, abraçou os joelhos com força contra o peito.
- O que aconteceu? - Dante se agachou ao seu lado e repousou a mão no ombro do mais novo.
- Eu fiz algo... - Sua voz ficou embargada.
- O que você fez?
- Esse é o problema! Eu não sei! - Escondeu o rosto nos joelhos envergonhado. - Eu sinto que fiz... E... Ele confirmou isso.
- "Ele" ?
- Cellbit...
- Oh... É isso...
- Eu não entendo... como eu poderia esquecer algo tão sério ao ponto dele se estressar tanto comigo? - Sua voz começava a querer falhar.
- Eu não sei, Roier...
- Você precisa me ajudar! - Olhou com os olhos brilhantes pela bolsa de lágrimas que se acumulava ali - Eu não sei porquê está doendo tanto toda essa situação, eu nunca me importei com o que os outros pensavam de mim, mas por algum motivo... Por algum motivo que não consigo entender... Eu me importo com o que ele pensa de mim...
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O Amor é Paranormal
ParanormalOnde Cellbit perdeu uma aposta para Arthur e agora teria que aceitar que o amigo escolhesse seu próximo parceiro de missão SEM direito de trocar. Ou Onde Roier - MUITO para seu desgosto - foi designado para uma missão junto de Cellbit. ...