nove; sumiço

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Salvador, Bahia
um ano depois

; wagner p.o.v. ;
Solto um suspiro profundo por meus lábios, e me ajeito pela milésima vez na cadeira do meu escritório, tentando focar no grande script a minha frente, estava marcando a parte das minhas falas para depois estuda-las.

Já tinha completado, no dia de ontem, um ano que eu não teria visto Laura, algumas semanas eu recebia uma carta dela, ou uma carta do exercito falando sobre onde ela estaria, mas a última que eu recebi foi mês passado, era dela e dizia que faltava pouco para finalmente voltar pra Salvador.

Para que finalmente a gente pudesse se encontrar, mas até agora? nada.

Sou tomado por um pequeno momento de susto ao escutar o barulho do meu interfone tocar no cômodo seguido. Sem muita pressa, me levanto de minha cadeira e logo vou até o mesmo, o tirando do lugar e logo o levando até meu ouvido.

"hm?" murmuro sem muito interesse noque o porteiro iria falar, e passo a mão sobre meu rosto por algumas vezes, tentando tirar um pouco da feição de cansado.

"Uma garota chamada Laura está aqui" o homem falou do outro lado da linha.

"Laura?" sussurro um tanto surpreso ao escutar o nome da mais nova, depois de tanto tempo.

"Sim, senhor! Ela pode subir?"

"Claro! Claro!" rapidamente solto o interfone e logo corro pelo apartamento, para ver se estava muito desarrumado, não queria deixar uma ruim impressão na garota, mesmo que eu à conhecesse a tanto tempo, ainda assim... queria ser perfeito pra ela, queria que tudo estivesse sempre perfeito pra ela.

Nesse um ano que estivemos separados, não houve um dia que eu não escrevesse inúmeras cartas para ela, mesmo que eu quase nunca recebesse cartas da parte dela, por ela estar mais do que ocupada com suas missões no meio do deserto que era a Caatinga do nordeste brasileiro, eu achava de grande importância mandar cartas para ela todos os dias, e reforçar tamanha saudades que eu estava sentindo por ela.

Ajeito rapidamente meus cabelos, com um pouco de gel que eu tinha guardado em meio a bagunça que estava no closet do meu quarto, e logo corro para abrir a porta ao escutar algumas leves batidinhas na mesma.

Respiro fundo por algumas vezes e logo destranco a porta, vendo a mais nova com um pequeno sorriso tímido e nervoso presente em seus lábios, a mesma estava com seus longos cabelos preso em um coque muito bem feito e reforçado, e sua boina verde estava presa em um de seus ombros, já que a mesma ainda estava vestida em seu uniforme militar de serviço, aquele camuflado, e em seu outro ombro ela tinha sua gigantesca mochila camuflada, que assim como em seu peito e em seus braços levava tags com seu nome, seu tipo sanguíneo, bandeira brasileira e mais vários outros. Pude perceber que, assim como o Capitão Nascimento, ela também tinha o curso de Montanha, que ficava em cima da tag do seu mais novo curso da Caatinga.

"Olá Wagner" a mais nova falou um tanto sem jeito, enquanto sua mão apertava a alça de sua mochila com cada vez mais força.

"Olá Tenente" deixo um sorriso bobo escapar por meus lábios ao ver as bochechas da mais nova ficarem bem rosadas, provavelmente ela estava queimando de vergonha por dentro.

Mesmo se mostrando ser casca dura em meio aos seus companheiros de profissão, ou até mesmo cada vez que saiamos juntos, eu sabia que na verdade ela tinha um coração enorme e bem molenga dentro de si, e consegui com que ela sempre se mostrasse vulnerável comigo, não queria namorar com a Laura casca dura, tenente do exército, eu queria namorar a versão Laura carinhosa, coração molenga e vulnerável.

"Posso entrar?" perguntou em um tom baixo de voz.

"Claro" rapidamente abro mais a porta e dou espaço para que a garota entrasse em meu apartamento, olho para os lados no grande corredor e então fecho a porta, trancando a mesma "Ao que devo a honra dessa bela visita?" pergunto enquanto ajudava a mesma a deixar sua mochila em algum cantinho reservado da sala.

A mais nova não me respondeu, apenas grudou seus braços em volta do meu pescoço, ficou na ponta dos pés, por eu ser bem mais alto que ela, e logo grudou seus lábios aos meus, e pude finalmente sentir aquele delicioso gosto de morango que os lábios dela sempre tiveram, que muito provavelmente vinha do seu hidratante labial. Aos poucos fomos aprofundando mais e mais o nosso beijo, matando a saudades que estávamos sentindo um do outro, e em poucos momentos, pela primeira vez, estávamos nus no meio da minha sala, explorando cada centímetro de nossos corpos.

"Wagner" a mais nova sussurrou enquanto eu explorava seu pescoço com meus lábios, deixando toda aquela área bem marcada.

"Sim, princesa?" sussurrou perto de seu ouvido, deixando uma mordidinha no local.

"Eu quero ser sua" falou afastando seu rosto de meu ombro, para nossos olhares se cruzarem, e pude ver verdade em seu belo olhar.

"E eu quero ser seu" sussurrou deixando um rápido selinho em seus lábios "Namora comigo, princesa?" pergunto em um sussurro contra os lábios da mais nova.

"Sim, mil vezes sim!"

CIVIL • WAGNER MOURAOnde histórias criam vida. Descubra agora