Tel Aviv, Israel - Terceira Semana
; laura p.o.v. ;
Limpo o suor de meu rosto e respiro fundo, descansando meu corpo sobre meus joelhos, ao abraçar minhas pernas, após ter vomitado todos os meus orgãos internos, em conjunto com minha alma indo de brinde, minha garganta queimava enquanto eu tentava acalmar minha respiração, e minhas mãos tremulas iam de encontro aos meus olhos tentando limpa-los das lágrimas que insistiam em tomar conta de meu rosto aquele momento.Já faziam três semanas que eu estava em meio a tamanha loucura e tamanho conflito que está sendo essa guerra, e já faziam exatas uma semana e meia que eu vomitava todos os dias sem parar, em alguns momentos eu me sentia fraca, mas para a minha sorte nunca aconteceu durante nenhum missão, nem nada. Não quero demonstrar nenhum tipo de fraqueza frente a minha equipe, tenho que estar sempre firme e forte na frente deles.
Rapidamente me levanto do chão, respiro fundo, saio do box do banheiro ao dar descarga e logo vou até uma das pias para poder lavar bem o meu rosto com a gélida água daquela base militar israelense e tirar o olhar de choro que eu tinha em meu rosto.
Após lavar meu rosto e perceber que ele estava devidamente apresentável, saio do banheiro enquanto ajeitava a farda camuflada em meu corpo e a boina em minha cabeça, as deixando perfeitamente alinhada como mandava o documento.
"Tenente Cavalcante?"
"Sim?" falo sem prestar muita atenção em quem tentava ter a minha atenção aquele momento.
"Tenente Cavalcante!" as duas mãos seguraram-me por meus ombros e logo fez com que eu me virasse brutalmente na direção da pessoa, e com isso rapidamente levei minha mão até a pistola em minha cintura "Deveria mostrar mais respeito aos superiores" o homem falou em um tom brincalhão.
"Nascimento, seu filho da puta" deixo uma risada alta escapar por meus lábios ao ver Nascimento parado em minha frente, com isso solto minha mão da pistola em minha cintura e logo me ajeito a frente do mais velho "O que tu quer?"
"Você ta saindo pra uma missão daqui a vinte minutos" o homem falou como se não fosse nada de muito grande "Patrulhar uma cidade dada como fantasma a vinte quilómetros daqui
"O que?" exclamo um tanto confusa com as palavras do homem "Achei que essa fosse pra o Tenente Menezes"
"Tenente Menezes ta no hospital militar morrendo com diarreia, essa missão agora é sua, Cavalcante" o homem falou e entregou-me uma pequena e fina pasta com tudo o que eu deveria saber sobre a missão "Se apronte"
"Sim, senhor" rapidamente bato continência ao mais velho e saio correndo, literalmente correndo, até o meu alojamento para trocar minha farda para a farda cinza escura, onde eu utilizávamos em todas as missões.
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Ajeito o fuzil em minhas mãos e faço sinal para o meu sub-tenente pegar metade da equipe e seguir em uma direção contraria da minha, para que a gente pudesse ter certeza de que aquela cidade era realmente fantasma o mais rápido possível, e eu pudesse finalmente voltar pra base e comer um belo bolo de chocolate com farinha e carne moída, eu estava louca por isso.
"Tenente?" um dos sargentos falou em meu ponto.
"Sim?"
"Tem um sniper marcando a senhora, a sua sete horas" o jovem garoto falou em nosso canal de comunicações.
"Puta que pariu" sussurro para mim mesma sentindo o coração acelerar em meu peito.
Emboscada. Emboscada. Emboscada. Emboscada.
Isso era a única coisa que eu conseguia pensar enquanto eu tentava me manter o mais calma e natural o possível, para não arriscar a vida da minha equipe. Um tiro daquele cara, e mesmo estando com colete a prova de balas, eu iria direto para baixo da terra à sete palmos do chão.
"Tenente! Puta que pariu" foi a última coisa que escutei, após minha vista escurecer e sentir o tiro atingir meu corpo de forma brusca e totalmente desproporcional.
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CIVIL • WAGNER MOURA
RomanceE se você se apaixonasse no dia da sua formatura? E se tivesse quase zero chances de dar certo? Você se arriscaria? [...] • ORIGINAL;