Refúgio (parte 1) - Capítulo 17

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Enquanto me preparava para o aguardado aniversário de Jisoo, cada movimento era uma dança entre a antecipação e a nostalgia. Afinal, aquele não era apenas mais um evento social; era um momento para celebrar uma amizade que resistira ao teste do tempo. Enquanto os últimos raios de sol dançavam pelo meu quarto, eu me via perdida em um mar de memórias.

Olhando para meu guarda-roupa, eu buscava algo que não apenas refletisse minha personalidade, mas que também capturasse a essência da noite que estava por vir. Optei por um conjunto de calças pretas, não apenas pela elegância que proporcionavam, mas também pela sensação de confiança que me transmitiam. Combinei-as com uma blusa branca de tecido leve, adornada com detalhes delicados que ecoavam minha própria complexidade. Um colar discreto completava o visual, adicionando um toque de brilho.

Por fim, fiz uma maquiagem leve e ajustei meus cabelos.

Peguei em meus pertences e em um casaco, para caso tivesse frio mais logo, e saí de casa, mesmo que ainda estivesse cedo, tinha de ir buscar Sakura a casa.

Caminhei por alguns minutos até chegar à casa dela, onde fui calorosamente recebida pela sua presença radiante. Assim que ela abriu a porta, fui envolvida pelo seu sorriso caloroso e pela beleza simples, porém encantadora, do seu vestido branco adornado com delicadas estampas florais. Era como se as próprias flores dançassem ao seu redor, em perfeita harmonia com a sua aura gentil e acolhedora.

Sakura: Oi Lisa.

Lisa: Oi Sakura, você está pronta?

Sakura: Sim, podemos ir. Eu já estava esperando você, acho que me arranjei muito cedo por causa da ansiedade.

Lisa: Está ansiosa?

Sakura: Um pouco.

Lisa: Está tudo bem, você vai se divertir. Além disso, você está muito bonita.- comentei enquanto ajeitava os óculos em meu rosto, por algum motivo, eles estavam me incomodando um pouco hoje.

Sakura: Obrigada, você também está bonita.

Lisa: Obrigada. Você tem horário para ir para casa?

Sakura: Não, minha mãe vai me buscar depois, então posso ir a qualquer hora.

Lisa: Ótimo, a gente queria te mostrar alguns lugares que gostamos de ir, para você conhecer um pouco mais da cidade e tal.

Sakura: Posso te pedir uma coisa?- ela parou de andar e me encarou.

Lisa: Claro, o que você quer?

Sakura: Posso pegar na sua mão?

Essa pergunta me deixou surpresa, é como se o mundo desacelerasse por um instante. Fiquei sem palavras, atordoada, tentando processar o pedido inesperado. Meu coração bate mais rápido, e minha mente corre em busca de uma resposta adequada. É como se estivesse flutuando em um mar de incertezas, sem saber ao certo como reagir. 

Ao tomar a decisão de aceitar, uma onda de incerteza e medo percorreu meu corpo. Por um momento, questionei se estava tomando a decisão certa, se minhas ações poderiam, de alguma forma, magoar Sakura. No entanto, diante da expectativa nos olhos dela, da sua mão estendida em direção à minha, senti que recusar seria mais doloroso do que qualquer desconforto que eu pudesse sentir. Então, aceitei. Nossas mãos se encontraram, selando um acordo silencioso entre nós. Uma pitada de desconforto ainda pairava em mim, uma sensação estranha de estar mergulhando em algo desconhecido. Mas eu sabia que estávamos prestes a chegar ao local de encontro, e esse pensamento trouxe um pouco de alívio.

Ao nos aproximarmos da imponente porta do estabelecimento, os ecos dos nossos passos ecoavam no ar como um sussurro ansioso. Então, uma voz familiar rompeu o silêncio, envolvendo-me como uma melodia triste que ressoava pelos recantos do meu ser. Sabia exatamente de quem era aquela voz, carregada de um tom pesaroso e melancólico, uma expressão sonora da desilusão que eu sentia quebrando meu coração.

A Efemeridade do Amor - JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora