Só o Tempo Dirá (parte 2) - Capítulo 22

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Lisa's POV

Corri em direção a Jennie, sentindo meu coração bater descompassadamente no peito, cada batida ecoando o peso da culpa e da angústia que me consumiam. Cada passo era uma corrida contra o tempo, uma tentativa desesperada de consertar as coisas antes que fosse tarde demais. A imagem de Jennie afastando-se de mim, com sua expressão de desânimo e mágoa, assombrava meus pensamentos, alimentando minha determinação em fazer as coisas certas desta vez.

Lisa: Jennie, espera! - supliquei quando finalmente a alcancei, segurando sua mão com firmeza para interromper sua partida. O olhar dela era uma mistura de surpresa e cautela, suas sobrancelhas franzidas em uma expressão de hesitação. Eu sabia que precisava explicar tudo, despejar as palavras que estavam represadas em meu coração, antes que fosse tarde demais para recuperar o que tínhamos.

Jennie: O que você quer? Não tinha coisas importantes para falar com ela?

Lisa: Eu sei que as coisas ficaram confusas lá atrás, mas eu preciso te explicar tudo. - comecei rapidamente, sentindo a urgência em minhas palavras. O peso da culpa e da responsabilidade pesava em meus ombros, alimentando minha determinação em fazer as pazes com Jennie. - Eu me importo com você, Jennie. Mais do que posso expressar em palavras. - Encarei os olhos de Jennie, transmitindo toda a sinceridade em minhas palavras. Uma faísca de esperança começou a se acender em seu olhar, e eu segurei sua mão com ainda mais firmeza, transmitindo meu apoio e meu desejo genuíno de consertar as coisas entre nós.

Jennie estava distante, seus passos rápidos deixavam uma distância cada vez maior entre nós. Sua postura era tensa, como se estivesse se esforçando para conter as emoções que fervilhavam dentro dela. Eu sentia a tensão no ar, uma barreira invisível se erguendo entre nós, e sabia que era culpa minha. Embora não tenha mencionado explicitamente seus ciúmes, o aperto em seus lábios e o olhar desviado diziam mais do que suas palavras. Era como se a sombra da desconfiança pairasse sobre nós, obscurecendo o brilho do nosso relacionamento.

Corri em sua direção mais uma vez, minhas pernas se movendo rapidamente para alcançá-la. Com um impulso de determinação, envolvi meus braços ao redor dela por trás, segurando-a suavemente, mas com firmeza, como se quisesse impedi-la de fugir antes que pudesse ao menos me ouvir. O calor de seu corpo irradiava através de suas roupas, uma sensação familiar que me confortava, mesmo diante da tensão que pairava entre nós.

Lisa: Me ouve primeiro.

Jennie: O quê?

Lisa: Jennie, por favor, me ouça. Eu sei que pode ter parecido confuso ultimamente, e eu admito que fiquei confusa por um tempo. Meus sentimentos por Sakura pareciam mais do que amizade em alguns momentos, mas agora eu tenho certeza de uma coisa: quem eu quero de verdade é você, Jennie. Eu quero continuar com você, e só com você. Eu nunca senti algo tão forte por alguém como sinto por você. Por favor, acredite em mim.

Jennie: Mas e a Sakura? Ela gosta de você, não gosta?

Lisa: Sim, é verdade que Sakura tem sentimentos por mim, mas eu deixei claro para ela que nós somos apenas amigas. Eu sei que pode ser difícil de entender, mas é a verdade. Meus sentimentos por você sempre foram claros e honestos. Eu não quero nada além de estar com você, Jennie. Por favor, acredite em mim.

Jennie: Tudo bem, não é como se eu não tivesse errado com você também.

Lisa: Eu te amo, Nini. Mais do que qualquer coisa neste mundo. Por favor, me dê uma chance de provar isso para você. - abracei-a com tanta força que quase pude sentir nossos corações batendo em uníssono. Enterrando meu rosto em seu pescoço, respirei fundo, enchendo meus pulmões com o aroma doce e reconfortante que emanava dela. Seu cheiro, familiar e acolhedor, envolveu-me como um abraço invisível, dissipando qualquer vestígio de preocupação ou medo que pudesse pairar em minha mente. Naquele momento, com ela tão perto de mim, senti-me completa, como se nada mais importasse além daquele instante de intimidade compartilhada. Era como se, no calor do nosso abraço, pudesse encontrar a paz e a segurança que tanto ansiava.

Jennie: Você me ama?- ela perguntou com uma voz calma enquanto acariciava meus cabelos embaraçados.

Só então, enquanto minhas palavras escapavam, percebi o peso do que havia dito. Eu a amava. Não era uma mentira, e ela sabia disso. Mas expor meus sentimentos dessa maneira, deixando-me tão vulnerável diante dela, me deixava envergonhada. Era como se ao confessar meus sentimentos mais profundos, estivesse abrindo meu coração para ser examinada e julgada. O silêncio que se seguiu era ensurdecedor, cada batida do meu coração ecoando no vazio ao meu redor. Eu me perguntava se ela podia sentir as minhas mãos tremendo, se podia ver o rubor que se espalhava pelo meu rosto, ou se conseguia ouvir o eco dos meus pensamentos tumultuados.

Jennie: Fala de novo.- ela sussurrou.

Lisa: Não.

Jennie: Vai fala, eu quero ouvir de novo.

Lisa: Eu te amo.- falei rápido.

Jennie: Agora fala olhando nos meus olhos.

Lisa: Nem pense.- enterrei mais meu rosto em seu pescoço. - ela riu baixinho, eu sabia que ela estava só me provocando.

Jennie: Eu também te amo.

Ao ouvir suas palavras, meu coração deu um salto, uma mistura de alívio e alegria se espalhando por mim. Eu não estava sozinha nesse turbilhão de emoções; Jennie também me amava. Um sorriso tímido brincou em meus lábios, meus olhos brilhando com uma gratidão profunda e uma felicidade indescritível. Eu queria abraçá-la com mais força, segurar sua mão e nunca mais deixá-la partir. Mas, ao invés disso, um calor suave envolveu meu coração, acalmando a tempestade de sentimentos que tumultuava dentro de mim. Era como se tudo estivesse no lugar certo, como se finalmente tivéssemos encontrado o caminho uma para a outra.

Continuamos a caminhar. O caminho parecia mais longo do que o habitual, talvez porque nossas mentes estivessem tão cheias de pensamentos e sentimentos que mal percebíamos o tempo passar. A brisa suave da tarde acariciava nossos rostos, enquanto caminhávamos em silêncio, perdidas em nossos próprios pensamentos.

Quando chegamos à porta de sua casa, trocamos olhares cheios de significado, sabendo que algo especial estava acontecendo entre nós. Aquele momento era nosso, um momento de conexão profunda e amor genuíno. Com um sorriso terno, Jennie me agradeceu pelo dia maravilhoso que tivemos juntas, e eu apenas segurei sua mão com firmeza, prometendo que sempre estaria ao seu lado, não importa o que acontecesse.

Ao retornar para casa, a atmosfera tranquila da rua contrastava com a agitação crescente dentro de mim. O céu, agora tingido de tons de laranja e rosa, gradualmente cedia lugar para a escuridão da noite.

Lisa: O que aconteceu, mamãe? -  perguntei, minha voz suave refletindo minha preocupação genuína.

Mãe: A gente precisa conversar, Lisa.

O que será que havia acontecido,

Lisa

A Efemeridade do Amor - JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora