CAPÍTULO 12

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Condominium Fresh Air, Fresno, CA - September 29, 2018. 06:12 AM.

O sábado havia amanhecido quente em Fresno, um ponto a favor da festa que começaria antes do almoço. Ana tinha sido a primeira pessoa a se levantar para ir trabalhar por poucas horas, pelo menos era o que ela pensava. Desceu a escada com cuidado para não fazer nenhum barulho porque sabia que Maiara estaria dormindo no sofá desde a madrugada. Aquela época do ano acabava com ela.

- Fiz seu café, não saía sem comer. - Ana se desequilibrou ao levar um susto, caindo de bunda no último degrau.
- Caralho, Maiara. Achei que ainda estava dormindo. - Se levantou com a mão no local do tombo, xingando Maiara silenciosamente.

- Posso te ouvir xingar, Ana. Pega seu café de uma vez antes que chegue atrasada. - Maiara permaneceu deitada com seu cobertor que tampouco acabava com seu frio, mesmo sabendo que lá fora estava quente.

- Eu desci no mais completo silêncio para não te acordar e você me faz cair de bunda na escada. Ainda bem que o meu celular não estava no bolso de trás.

- Perdi o sono na madrugada. - Os olhos de Maiara estavam na janela da sala, dava para ver o sol que ela não sentia que aquecia sua casa.

- Quer conversar? Ainda tenho meia para chegar lá. - Ana se sentou no chão de frente para Maiara, levando sua mão até os fios bagunçados de sua cabeça, descendo até sua testa. - Você está com febre.

~ Eu acho que não tem problema gritar uma vez ou outra. Quando você é calma demais, a criança abusa.

~ Eu não vou gritar com as minhas filhas, Maraisa. Eu sei conversar muito bem com elas.

~ Isso porque elas só tem cinco anos. Quero ver quando passarem dos quinze, querida.

~ A Mackenzie vai chegar primeiro que elas, quero ver como vai ser.

~ Se tiver que gritar, eu vou gritar, Balala. Não engravidei cedo para ter um filho gritando comigo.

~ Somos diferente, Maraisa. Eu não vou gritar com elas e pronto. Nunca.

~ Nunca é muito tempo, Maiara. Mas quando esse dia chegar, eu sei que vai lembrar de mim.

- Maraisa estava certa. Estou me sentindo uma péssima mãe, Ana. - Fechou seus olhos para reprimir sua vontade de chorar. - Sempre disse que não gritaria com elas e olha o que fiz? Eu sou uma péssima mãe.

- Claro que não, Maih. Uma péssima mãe não se importa com nada do que o filho faça. Você não gritou só por gritar, elas estavam gritando uma com a outra, você tinha que fazer elas pararem antes de ficar pior. - Maiara abriu seus olhos de novo, encontrando Ana e seu sorriso acolhedor. - Você quer o bem para elas e as duas sabem disso. É isso que as mães fazem.

- Você acha que a Marilia aparece? - Ana não tinha entendido como um assunto havia pulado para o outro. - O aniversário da filha dela é hoje.

- Tecnicamente é só na segunda. E pelo que ouvi, ela viajou ontem depois que saiu do trabalho. Acho que a Aria vai passar o aniversário sem a mãe do lado dela.

- Pode procurar saber se ela vai fazer isso mesmo? - Se sentou. - Não é da minha conta, mas eu ouvi ela falando com a Emily sobre as duas passarem o dia juntas e ela não estava contente.

- Se a Marilia perder o dia de hoje, pode deixar que eu mesma acabo com ela, tá bom?

- Faça isso em outro dia e longe da Aria, ela não precisa ver.

- Okay. Já estou indo porque tenho que comprar café pra pessoa que vai rodar Fresno atrás dos nossos presentes. Eu queria ficar aqui com você e conversar até a língua doer...

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