Elizabeth Olsen Psychotherapy Center, Fresno, CA - October 1, 2018. 12:21 PM.Marilia.
— Quanto tempo, Marilia. Vamos entrando. - Elizabeth me deu espaço para entrar, fechando a porta atrás de mim. Colocou sua mão gelada sobre o meu ombro, me levando até o divã. O maldito divã. - Sabe quanto tempo faz desde a última vez que saiu daqui gritando e não voltou mais?
— Já faz cinco anos. - Me deitei como fazia antigamente, encarando o teto. O lugar estava totalmente diferente, todas as paredes tinham a mesma cor que o teto, nenhum brinquedo ou qualquer coisa infantil no canto da sala, talvez Elizabeth não trabalhasse mais com crianças. - Eu não poderia e não consigo esquecer aquele dia.
— O que te trouxe aqui, Marilia? Pensei que depois da última vez você não colocaria os pés aqui. - Esperei pelo ranger de sua cadeira, mas não ouvi nada. Me virei para ela, que me olhava de volta. - Vamos lá, você sabe como funciona as coisas por aqui.
— Não quero começar com aquilo de como foi o começo do seu dia, sentiu vontade de sair e todo aquele bla bla bla.
— Então vai direto ao ponto.
— Tem gente morando na casa do lado.
— Depois de tantos anos? Eu cheguei a pensar que aquela casa não abrigaria mais nenhuma família depois que os Wood saíram.
— Se eu tivesse colocado fogo quando era possível, ninguém iria morar lá. Ainda tenho vontade de colocar fogo e com as pessoas dentro.
— Por que esse ódio todo pelos novos vizinhos, Marilia?
Encarei Elizabeth por longos segundos antes de começar a contar tudo o que aconteceu, desde o primeiro dia que as vi. Em nenhum momento Elizabeth pareceu indignada, surpresa ou apavorada com as minhas palavras, nem mesmo quando terminei de contar sobre o aniversário da Aria e a piscina.
— Me deixe resumir com as minhas palavras. Você arrumou briga com as duas mulheres da casa ao lado, acabou com o jantar da Camila, destruiu os quartos das suas filhas, quase fez sua vizinha transar com você para aparecer no aniversário da Aria e quando apareceu ela não nem te abraçar. É isso?
— Eu não ia transar com ela. Nunca obriguei ninguém a fazer isso. Só queria ver até onde ela iria.
— Certo. Pelo que posso entender, você está com ciúmes da tal Maiara. Mas isso não se trata somente de ciúmes, quando começou a se afastar das meninas, Marilia?
— Sabe muito bem quando isso aconteceu.
— Claro que sei, assim como eu sei que você precisava de remédios. Ainda toma os seus remédios? Precisa de novos?
— Não vou viver dopada de novo. Você me fez tomar um remédio que eu nem mesmo lembrava o meu nome ou o nome das minhas filhas.
— Negativo. Você começou a tomar seus remédios com whisky e esse foi o motivo de você não lembrar seu nome ou das suas filhas. Sem contar que você tomava todos juntos como se fosse bala.
— Tanto faz. - A cortei de imediato. - Tudo o que eu não sou, é depressiva. Não preciso de remédios para nada, nem mesmo para uma dor de cabeça. Estou com uma agora mesmo.
— Tudo bem, sem remédios então. - Observei ela riscar mais alguma coisa, virando a folha. - Pelo que eu me lembre, você tinha dores de cabeça quando brigava com o Thiago. Vejo que agora é com a tal Maiara. Já pensou em ser amiga dela? Tenho certeza que Aria te perdoaria mais fácil.
— Nunca! A minha vontade é de estapear a Maiara até dizer chega por ela ser tão petulante, igual a outra.
— Pensa bem, Marilia. Com a Maiara do seu lado, será mais fácil trazer suas filhas de volta. Aos poucos você vai reaprendendo como se faz e quando for ver, já reconquistou o coração das duas de novo. Se não quer fazer por você, faça por elas.
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Mais Que Vingança
FanfictionVinganças consiste na relação contra uma pessoa que te causou uma enorme dor. Igualar as dores poderia haver paz interna? Uma vida em troca de uma vida era certo, não?