CAPÍTULO 43

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Keewaydin Island, Flórida, EUA - December 5, 2018. 04:02 PM.

— Bom dia, Maih.

— Já é boa tarde, Marilia. - Vitória a encarava a mais ou menos por uma hora e meia, já ia buscar um balde de gelo quando ela resolveu acordar sozinha. - E eu não sou a Maih.

— Dormi do lado de fora?

— Abre os olhos, você está no sofá.

— Minha cabeça dói. - Estranhando a claridade absurda em seu rosto, Marilia viu a cara de poucos amigos de Vitória. - Que silêncio é esse?

— Aria acordou bem e foi até a praia com a Maiara e a Hanna.

— Spencer e Emily não quiseram ir junto? - Marilia se levantou sem saber porque Vitória tinhas as sobrancelhas arqueadas. - O que?

— Quanto você bebeu, Marilia?

— Não sei exatamente.

— Elas ainda estão de castigo. Foram do quarto para as aulas e das aulas para o quarto, como mandou.

— Pensei que a Maiara já tinha tirado elas de lá. - A bebedeira da madrugada tinha sido ótima e anestésica de problemas para resolver. - Vou tomar um banho antes de ir falar com elas.

— Presta atenção, Marilia. Eu esperei a sua bebedeira de domingo passar porque não faço ideia do que rolou entre você e a Maiara, também não é da minha conta.

— Para de enrolar, Vitória.

— Na madrugada de sábado para domingo você gritou com a Maiara, a Emily ouviu e agora sabe quem matou o Thomas.

— Impossível. - Será? Sua mente gritou com ela também. - Já era tarde, todas estavam dormindo.

— Emily não. Ela te ouviu, ficou assustada ao ponto de ficar pálida e desnorteada para entrar no quarto errado. Eu te ouvi gritar, Marilia.

— Ela contou... As meninas já sabem?

— Não. Do jeito que ela olhava para Aria e Spencer, eu diria que ela pode contar a qualquer instante.

— Merda. Merda. Merda. - Marilia procurou por qualquer coisa que pudesse quebrar, mas não queria piorar sua situação com a Maiara, o jeito foi se controlar. - Me espera na porta do quarto da Emily, não deixa ela sair ou a mãe dela entrar até eu acabar meu banho.

Marilia se apressou em ir tomar seu banho. Sua cabeça estava a mil, a ressaca, que era inevitável depois do tanto que bebeu, se triplicava a cada minuto que passava. Pensando como ia começar, Marilia fez tudo o que tinha que fazer no banheiro, se vestiu e correu para fora, dando de cara com Vitória.

— Ainda não acredito que ela ouviu. - Vitória nada disse, mas só porque Marilia tinha aberto a porta sem bater, encontrando Emily toda encolhida no meio de suas cobertas. - Levanta dessa cama e vem comigo.

— Não.

— Emily, não foi uma pergunta.

— Eu disse não. - Nem se mexeu.

— Emily, não me faça te pegar no colo.

— Coloca as mãos em mim e eu te bato.

— Não conseguiria nem se fosse três.

— Quebro o seu nariz do mesmo jeito que fiz com o da sua filhinha.

— A conversa envolve ela também. - Vitória queria rir daquelas duas, mas se manteve calada. - Levanta e vamos até o quarto dela.

— Não estou afim de olhar na cara dela, nem na sua.

Marilia respirou fundo, puxou Emily pelas pernas e a jogou contra seu ombro. Seus gritos não impediram Marilia de sair de um quarto e entrar no outro, onde jogou Emily na cama e preocupou Vitória em silêncio.

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