CAPÍTULO 20

127 25 6
                                    


Cabana Pereira, Riverside, CA - October 13, 2018. 08:01 AM.

Maiara.

— Eu estou falando sério, Maiara. - Marilia desceu emburrada na minha frente, dizendo que eu pagaria pelo que fiz com ela. No caso foi o que eu não fiz. - Vai ter volta.

— Deixa de ser criança...

— Chegamos, meninas. - Nos viramos assustadas para Camila, até porque descemos a escada pensando que elas estariam na cozinha. - Que caras são essas? Sei que a Ally e a Ana parecem dois robôs congelados aqui do meu lado, mas não era para se assustarem.

— Quanto progresso, tomaram até banho juntas. - Ana zombou apontando para os nossos cabelos, se virando para fechar a porta. - Que legal.

— Marilia tomou primeiro. - Não entendi a ironia na voz da Ana, mas também não iria questionar. Não agora.

— Vocês duas viram um fantasma ou algo do tipo? Ou foram pegas no pulo. - Ally praticamente correu até o sofá, se jogando na coberta que Marilia havia dormido. Se ela soubesse o que aconteceu naquele sofá ela não estaria nele agora. - Devemos chamar o caça fantasma?

— Só se o fantasma forem vocês três. Maiara e eu queremos saber desde que horas vocês estão entrando e saíndo...

— Desde agora. - Camila arqueou suas sobrancelhas, não entendendo nada. - Saímos e acabamos de voltar porque está muito frio para ir no lugar que Ana queria ir. Beberam sem a gente?

— De duas a uma. - Marilia me olhou de um jeito estranho, como se falasse que tinha alguma coisa muito errada. - Ou elas estão brincando com a gente ou...

— Quem bateu na porta? - Interrompi quando entendi a linha de raciocínio da Marilia e meu corpo tremeu todo só de pensar. - Não teve graça nenhuma.

— Sua resposta é sim, Maih. Elas já estão bebendo. Será que podem trazer o meu? Essa coberta é maravilhosa e eu não quero sair daqui.

— Marilia e eu não bebemos, não vimos fantasma ou fomos pegas no pulo. Ouvimos uma batida na porta do quarto.

— Nos dois? - Ana cruzou os braços me encarando, eu realmente não estava entendendo ela. - Foi nos dois?

— Estamos falando que ouvimos alguém bater na porta e você quer saber em quantos quartos foram? - Marilia tinha muita cara de pau para se fingir de ofendida, mas pareceu funcionar.

— Não tinha ninguém além de vocês duas aqui dentro. Levei elas para conhecer o lugar e como não fomos, ficamos cortando lenha.

— O caseiro talvez? - Marilia sugeriu.

— O Sr. Klaus sabe que só deve aparecer se for chamado. Caso ao contrário ele só aparece depois que formos embora. Não é possível que tenham ouvido alguém bater na porta.

— Se a Maiara é louca eu não sei, mas eu estou e sou bem lúcida para dizer que ouvi alguém bater na porra da porta e também ouvi vidro sendo quebrado no quarto que não abre.

— Louca é a sua mãe, Marilia. E eu ouvi muito bem quando alguma coisa quebrou.

— A porta não abre... - Ally se levantou tão rápido, que se eu não estivesse com várias coisas na cabeça eu acharia graça. - Tem gente lá dentro?

— Vamos descobrir agora mesmo. Vou derrubar a porta. - Ana tentou passar por mim, mas não deixei. Aquilo era loucura demais até mesmo para ela. - Da licença, Maiara.

— Ficou louca? Não vou dar licença coisa nenhuma. Se tem alguém na cabana além de nós cinco, essa pessoa está trancada lá dentro. Deixa ela aí e vamos embora.

Mais Que Vingança Onde histórias criam vida. Descubra agora