Meu pai me esqueceu

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Jungkook 🐰

Sexta-feira, manhã, 10 : 45 França.


A manhã seguinte foi agitada.

Enquanto eu estava na cozinha preparando o café para mais outros clientes. Eu já tinha atendido mais uma mesa de um casal francês que haviam parado para tomar uma xícara de café, pagaram e saíram. Deixando para trás uma enorme fornada de panquecas que não poderiam comer sozinhos naquele momento. Não era um lugar moderninho, mas também não estava caindo aos pedaços, as paredes estavam cobertas de fotos de alguns pontos turísticos da região. O Senhor Ângelo respeitava acima de tudo as tradições locais e ganhava o dia quando turistas desciam de seus hotéis luxuosos em qualquer hora do dia para pedir algo quente com essência francesa. Mas detestava quando alguns jovens espertinhos, que paravam em seu caminho, indo e vindo do colégio. Deixavam as mesas de fora completamente arruinadas.

O que realmente me tirava do tédio era saber que poderia aparecer todo tipo de pessoa frequentando aquele lugar. A maioria partilhava algumas palavras comigo, fazendo piadas ou apenas comentários por cima das xícaras de chá quente.

A chuva virá mais cedo. É por isso que as pessoas estão com pressa em sair praticamente correndo daqui para compensar o horário de almoço.

Penduro meu avental no gancho, limpando as mãos para conseguir ver melhor quem estava sentado na penúltima mesa. Torço o nariz ao reconhecer aquela silhueta.

- O que está fazendo aqui, Namjoon? E por que está paquerando o senhor German?

Minha voz cortou o silêncio. As palavras ficaram ali, no ar. O rosto de Namjoon se iluminou quando me aproximo. Enquanto exalava um aroma seco mas um pouco agradável de algum perfume europeu oriental misturado, enfiando o almoço goela abaixo .

Largo meu bloquinho de comandas ao lado de seu prato.

- Porque a vista daqui é deslumbrante. - Ele respondeu dando de ombros. A voz está rouca, prova de que dormiu pouco noite anterior. - Poderia ir um pouquinho para o lado, por favor?

- Bonjour monsieur, avez-vous déjà choisi ce que vous voulez boire aujourd'hui? - Disse o outro garçom, todo formal. (Bom dia senhor, já escolheu o que pretende tomar hoje?)

- Tout va bien ici, Michael. je te servirai. - (Está tudo bem por aqui, Michael. Eu vou atendê-lo.) - Ele fez que sim e murmurou alguma coisa que poderia ser algo carregado de deboche. Volto a atenção a Namjoon. - Você não veio até aqui para apenas tomar alguma coisa, não é?

- Na verdade, essa é a cafeteria mais próxima. - disse Namjoon, segurando o talher de comida com uma mão e o guardanapo em outra. As duas mãos estavam luminosas de suor.

- Ah, você não gosta de café. Prefere refri. - o adverti, lembrando de sua preferência por bebida. - Eu lhe serviria um chá, apenas pela tradição daqui.

Ele balançou a cabeça e abriu um pouco a boca.

- Tem razão, eu saiba que esse lugar que você trabalha todos os dias é um pé no saco. Tinha certeza. - disse, enquanto folheava o cardápio.

- Ah, mon Dieu... - esfrego a testa, cansado.

- Então, eu vou pedir um chá com gelo dentro. Sabe, pedras de gelo. - Ele pensa um pouco.

- Francamente, Namjoon. - reclamo.

- "Francamente" o que? É apenas um chá. - Ele voltou a encarar nada discreto o francês de terno azul e gravata vermelha.

Sinto-me péssimo, não tinha como escapar.

- Eu já entendi.... Veio aqui apenas para paquerar?

- Não é culpa minha que você tenha clientes adoráveis. - ele confirmou, todo maleável.

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