Meu pai ama sorvete e chocolate

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JUNGKOOK

Seis semanas depois



Os enjoos matinais começaram a partir da primeira semana.

Eu realmente prometi que isso nunca mais iria acontecer comigo de novo. Abomino todos os desejos indesejáveis de minha gravidez.

Todo o início de desenvolvimento da "coisinha", estava afetando completamente a minha saúde. Tive que lidar com as ondas de calor e, ao mesmo tempo, a febre. Meus hormônios que precisavam produzir mais e mais, para formar a placenta, deixava-me sujeito a fluxos repentinos de sonolência. Seja para qualquer atividade que estivesse fazendo.

Estava claramente visível, a gestação afetava, principalmente meu humor que variava de um extremo a outro. Experimentava certos períodos de ansiedade, até mesmo ataques de raiva, onde ficava recluso em outro lugar. Depois senti-me deprimido. Algumas vezes os alimentos pareciam ter um gosto diferente do normal. Muito salgado. Passei a odiar preparar pães e massas caseiras.

Apesar disso, jamais reclamei. Talvez, porque estava acostumado às fadigas, era melhor do que ir todos os dias ao hospital. Por isso aguento firme todos os incômodos físicos.

Nessa manhã, sabia que não podia adiar mais.

Suspeitei que, se eu continuasse em casa sem fazer nada apodreceria antes do jantar. Tinha alguns minutos para ir até o mercado e comprar leite, vegetais e doces. Muitos deles.

Não me demorei nas compras; mesmo assim, decidi vir pelo mesmo caminho de sempre. Caminho pela calçada em direção à portaria do prédio, sentindo o peso das sacolas do supermercado nas mãos. O sol da tarde começa a se esconder entre os prédios altos. Sorrio despreocupado ao ver Hyeon do lado , que pula nas linhas da calçada, como se fosse um jogo.

Faltava apenas rua para chegar, de repente escuto um grito de desespero o que fez meu coração acelerar.

As sacolas quase escapam das minhas mãos, e quando me viro, vejo Hyeon parada, os olhos arregalados de dor e pavor. Um filhote de cachorro, pequeno e sujo, agarrado à sua perna esquerda com os dentes, tentando mordisca-la.

- Papai! - ela grita, com a voz trêmula, os braços estendidos na minha direção, buscando ajuda.

- Hyeon, calma, calma... - Meus olhos se fixaram no cachorrinho, que também parecia assustado com suas orelhas baixas e o rabo encolhido.

Num reflexo, ela se agarra à minha perna, ficando de cabeça para baixo. Nessa hora percebi como a rua havia ficado deserta. Olho para os lados, penso que gritar por ajuda seria inútil. Cerro os dentes. Minhas mãos os separam, passo segurar o pescoço do animal para mobiliza-lo. Ele resiste um pouco, mas logo solta a perna dela, ainda tremendo, e recua, os olhos grandes e inocentes olhando para nós. Acaricio Hyeon para tranquilizá-la.

- Está tudo bem... - inspiro. Dou um longo suspiro, tentando recuperar a respiração, e abraço minha filha forte. - Vá entre agora! - peço, tentando proteger mais do que apenas sua pele machucada.

- Espera... - ela murmura baixo.

Me abaixo, olhando para ela. Os olhos ainda brilham com lágrimas, mas há algo mais ali. Ela não parecia tão assutada quanto imaginei que estaria. Hyeon se virou, com o olhar curioso e voltado para o pequeno filhote que se escondeu embaixo de um carro, escolhido.

- Não toque nele! - alerto, segurando sua mão firmemente. - Ele Estava te mordendo agora há pouco, se lembra?

Ela balança a cabeça, os lábios trêmulos, mas não de medo.

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⏰ Última atualização: Oct 13 ⏰

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