Meu pai tem um novo emprego

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It's not a silly little moment
It's not the storm before the calm
This is the deep and dying breath

John Mayer - DBR

Jungkook 🐇

Hoje é segunda-feira. Fui despedido do meu antigo emprego quando menos esperava.

Não posso acreditar que passei a noite toda tendo sonhos estranhos com Taehyung, porque justo com ele? Não deveria ser tão fácil assim. Nesse instante, estou espremido ao lado de Hyeon no banco de um metro, e estamos indo para o centro. Hyeon está vestida com seu vestido amarelo, e o cabelo preso por uma tiara branca que insistia em tombar para trás, obrigando a dona parar, e arrumá-la.

Fiquei um pouco abalado, pois tive um tremendo contratempo com a máquina de expressos, acabei pegando no sono na mesa antes de tirar os pedidos. Não pensei em acordar nem mesmo quando uma fagulha alcançou a capa do fogão industrial derretendo o plástico e se espalhando depressa. Antes que fosse tarde demais, acabei soando o alarme de incêndio sem avisar. Os clientes saíram sem pagar.

Estou com pouco dinheiro. No final de tudo me sinto grato. Eu não saberia dizer onde estaria se o Sr. Angelo não tivesse aparecido. Decido arriscar. Resolvo tomar um caminho mais longo, ainda que estivesse atrasado só para não correr o risco de caminhar por mais algumas horas.

Respiro fundo. Estava muito indeciso. Não sei se deveria dizer que acabei de ser demitido essa manhã. Ninguém ensina para você como preparar as pessoas para a sua demissão, ainda mais quando se tem menos de trinta anos e não é muito saudável. Todos nós já passamos por momentos sérios, mas meu orgulho não me deixaria admitir.

Vinte minutos se passaram, saio com Hyeon no colo para o risco de não acabarmos nos perdendo. Passo minha bolsa em meu pescoço e tento ler o mapa em meu celular. Sem sucesso eu desisto, para poder pedir informação para alguém.

- Não, não, não quero saber. Faça o seu trabalho ou eu irei demitir você! - Um cara passou por mim segurando seu telefone. Seu rosto redondo estava marcado por duas olheiras
profundas, tinha uma barba rala que o deixava com uma aparência mais madura.

Me separo por alguns instantes de Seo Hyeon, deixo ela segurando minha bolsa, e saio atrás dele.

- Senhor, você tem um segundo? - o chamo.

- Ah, claro que sim. Fale. - murmurou coçando a sobrancelha depois de alguns segundos. - Oh, com todo prazer... Me chamo Miho.

Ele me cumprimenta com um aperto de mão caloroso e molhado.

- Prazer. Me chamo Jungkook. E eu estou perdido... - de fato eu nunca havia vindo para esses cantos da cidade. Me sinto como se estivessem circulando por um enorme labirinto de trilhos.

Miho uniu as mãos e estalou os dedos.

- Bem, primeiramente, mantenha-se sempre na direita, os franceses adoram se esbarrar do outro lado. - Ele informa, passando seu braço por minha cintura.

- Ah, eu não sou francês. Como pode perceber... - dito, inclinando a cabeça. Pude jurar que conseguia sentir seu hálito, café descafeinado e batatinhas. - Você... não tá pertinho demais?

Ele piscou os olhos surpreso.

- Certo. Está solto.

- Bem melhor assim. - assumi, me recompondo. - É que eu estou com minha filha, e preciso pegar um algum desses. - aponto para as três grandes escadas rolantes.

Miho pareceu ler algo em minha expressão.

- É mesmo. E cadê ela?

Oh, meu Deus! Oh, meu Deus! Mantenha-se à direita. Mantenha-se à direita. Inferno! Meu estômago embrulhou. Eu ainda conseguia vê-la. Chamei por ela, mas não ouvi nenhuma resposta.

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