Corrida Contra o Destino. - Vincent Torrance.

04. A Chegada da Lei.

Celine' s point of view.

Torrance se aproximou, emanando uma confiança quase palpável. Seus olhos percorreram meu corpo antes de se fixarem em mim.

― Desculpe se pareci rude, senhorita... - começou ele, esperando que eu preenchesse o espaço em branco.

― Celine. ― respondi, mantendo minha expressão neutra.

― Celine... - ele repetiu, testando o som do meu nome em seus lábios. - Belo nome para uma bela mulher. - Seu sorriso era charmoso, mas algo em seu olhar me deixava cautelosa.

― Obrigada. - respondi com um aceno de cabeça, tentando parecer indiferente à sua flerte óbvia. Ao meu lado, Bianca parecia encantada com toda a situação, mas eu não conseguia ignorar o sentimento incômodo que crescia dentro de mim.

― Então, o que duas lindas garotas como vocês estão fazendo aqui sozinhas? Precisam de uma escolta para garantir sua segurança? - perguntou Torrance, com um tom de brincadeira, mas seus olhos ainda pareciam examinar cada movimento nosso com atenção.
Bianca soltou uma risadinha encantada, parecendo pronta para aceitar a oferta sem hesitação, mas eu intervim antes que ela pudesse responder.

― Agradecemos a sua oferta, mas estamos bem por enquanto. - respondi, tentando manter um tom educado, porém firme. Torrance inclinou a cabeça em reconhecimento e seu sorriso se alargou.

― Como quiserem. Mas saibam que estou por aqui caso mudem de ideia. - disse ele, dando um passo para trás antes de se afastar, desaparecendo na multidão.

Bianca suspirou sonhadoramente enquanto o observava se afastar, mas eu não conseguia ignorar a sensação de que algo não estava certo. A presença de Torrance tinha um magnetismo irresistível, mas também uma aura de perigo que me deixava inquieta.

― Vamos dar uma volta? - sugeri, tentando mudar de assunto. Bianca concordou com entusiasmo, e juntas nos afastamos do agito da festa. Caminhamos pela rua tranquila, enquanto os motoqueiros preparavam-se para a tão esperada corrida de motos. As luzes da cidade iluminavam o caminho à nossa frente, enquanto o ar fresco da noite nos envolvia. Bianca tagarelava animadamente sobre os motoqueiros e as reviravoltas da noite, mas meus pensamentos continuavam voltando para Torrance.

― Você viu aquele cara? - Bianca interrompeu meus pensamentos, com os olhos brilhando de empolgação. ― Ele é simplesmente....uau!

― Sim, ele é... - Comecei a dizer, mas parei, sem saber como expressar minhas preocupações sem estragar o clima animada. ― Ele é típico bad boy irresistível, não é mesmo? - Bianca completou por mim, com um sorriso sonhador nos lábios.

Balancei a cabeça concordando, ainda cautelosa.

― Sim, algo assim. - murmurei, sabendo que havia muito mais sobre Torrance do que sua aparência sedutora.

Enquanto esperávamos o horário de corrida se aproximar, continuamos conversando e nos distraindo da melhor maneira que podíamos. Brincamos de correr das nossas próprias sombras, observamos as estrelas cintilantes no céu noturno e tomamos goles da nossa bebida não alcoólica.

Em determinado momento, lembrei a Bianca sobre nossa última experiência com álcool e pedi que ela prometesse que ficaria apenas com água naquela noite. Ela concordou, reconhecendo a importância de nos mantermos sóbrias e alertas, especialmente em um ambiente desconhecido como aquele.

[...]

Ao retornarmos para a aglomeração de pessoas onde a corrida estava prestes a acontecer, encontramos Ares e Caleb juntos. Decidimos nos juntas a eles, pois eram os únicos conhecidos que tínhamos naquele ambiente. Descobrimos que eles também estavam participando da corrida e faltavam apenas 10 minutos para o início.

― Oi pessoal, estão prontos para arrasar nessa corrida? - perguntei, tentando manter um clima leve apesar da tensão que pairava no ar.

― Eu nasci para ganhar, gatinha. - Disse Caleb olhando para mim e logo desviando o olhar, para o manter em Ares.

― Eu irei ganhar desse daí e ainda vou lucrar 200 mil reais sem contar com essa linda moto aqui do meu lado que vai ser minha. - Caleb depositou dois soquinhos na moto e gargalhou alto.

― Vejo que estão se divertindo por aqui. - disse Torrance, surgindo ao nosso lado com um sorriso travesso nos lábios. Seu olhar percorreu nossa pequena roda com uma intensidade que enviou arrepios pela minha espinha.

Bianca, sempre pronta para uma troca de provocações, respondeu prontamente:

― Estamos apenas nos preparando para testemunhar a grandeza em ação, Torrance. E você, vai participar da corrida ou vai ficar apenas admirando? - sua voz transbordava confiança, desafiando-o implicitamente.

Torrance riu, um som baixo e sedutor que enviou uma onda de calor pelo meu corpo.

― Oh, eu estarei lá, minha querida. Mas quem disse que eu não posso admirar também? Afinal, nada é mais excitante do que assistir uma bela competição. - sua voz era suave como seda, mas havia uma intensidade em seu olhar que me deixou sem fôlego.
Um burburinho crescente surgiu entre a multidão, com várias pessoas gritando seu nome como se ele fosse uma celebridade da noite. Seu rosto, já naturalmente magnético, parecia ainda mais enigmático sob as luzes neon do evento, e sua presença parecia atrair todos os olhares. Alguns murmuravam elogios enquanto outros simplesmente observavam, maravilhados, como se estivessem diante de uma lenda viva. Torrance não parecia se incomodar com a atenção, pelo contrário, ele parecia até gostar.

[...]

Com apenas 5 minutos restantes antes do início da corrida, todos estavam em suas posições, ansiosos e prontos para competir. No entanto, a tensão aumentou quando os olhares se voltaram para o vazio, onde Torrance deveria estar. O ar ficou pesado com a ausência do líder do grupo, e murmúrios de preocupação começaram a se espalhar entre os competidores.

De repente, como um trovão no céu noturno, Torrance apareceu correndo em nossa direção, sua presença carregada de urgência e adrenalina.

― Galera, estamos ferrados. - Os policiais descobriram e estão a caminho! - ele gritou, sua voz cortando o ar e capturando a atenção de todos ao redor.