09. O Baile Das Sombras.

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Celine' s point of view.

Corri pelas ruas tranquilas, o sol poente tingindo tudo com tons dourados. Meu conjunto de corrida cor-de-rosa fluía com meus passos ritmados, enquanto meus cabelos escuros estavam firmemente presos em um rabo de cavalo. Era um daqueles raros momentos de paz, onde eu podia deixar minha mente vagar livremente enquanto avançava.

Enquanto corria, não conseguia evitar pensar no convite de Bianca para o tão esperado baile de máscaras. Ela sempre tinha um jeito de me tirar da rotina, e dessa vez não foi diferente. Ravelfall era conhecida por seus eventos glamorosos, onde as pessoas mais influentes da cidade se reuniam em trajes impecáveis. Mal podia esperar para ver como seria essa experiência e escapar um pouco da monotonia do dia a dia.

Paro no meio do asfalto, ofegante e com as pernas doloridas, quando meu celular começa a tocar. Agradeço por um breve momento de descanso e puxo o aparelho da minha pochete, vendo o nome de Bianca piscar na tela. Atendo a ligação com um suspiro de alívio, tentando controlar minha respiração.

— Oi, Bianca. - digo, minha voz um pouco trêmula pela corrida. — Estou aqui na rua, correndo. Do que você precisa?

Ela me informa sobre o horário do baile e como organizará para que me busquem. Depois de desligar, não posso deixar de sorrir com a excitação contagiante de Bianca. Era típico dela deixar tudo preparado, incluindo meu vestido e máscara. Ela sempre sabia como tornar as coisas mais emocionantes.

Após guardar meu celular, prossegui com minha corrida em direção a casa. O suor escorria pelo meu rosto e minha respiração estava acelerada, evidências do esforço físico e do calor da tarde. Cada passo me aproximava do meu destino, e a ideia de um banho gelado e um merecido descanso antes do baile me impulsionava.

O sol começava a se pôr no horizonte, tingindo o céu com tons alaranjados e dourados. As ruas estavam relativamente calmas, e eu me sentia grata por cada lufada de ar fresco que entrava em meus pulmões. Apesar do cansaço, o pensamento no evento à noite me enchia de animação e expectativa.
Finalmente, avistei minha casa à frente e redobrei meus esforços, determinada a chegar logo. Assim que entrei pela porta, a sensação de alívio tomou conta de mim. Já conseguia sentir o frescor do banho e a tranquilidade do descanso se aproximando, e mal podia esperar para aproveitar cada momento de relaxamento antes do grande evento.

Com cuidado, abaixei-me para pegar a chave no pequeno jarro de flores ao lado da porta de entrada e destranquei-a. Ao adentrar a casa, dei-me um momento para parar na porta e respirar fundo, permitindo-me relaxar por alguns segundos antes de continuar.

Estava aliviada por tudo ter dado certo naquela tarde. Em passos lentos, com as pernas doloridas, caminhei em direção à cozinha e abri a geladeira em busca de algo refrescante para beber. Bebi aquela água como se fosse a última coisa que tomaria em toda a minha vida.

Megan estava no quarto da minha mãe, onde a havia acomodado enquanto minha mãe estava fora. Ela também iria para festa, e como usaria máscara, não via nada que a impedisse. Ninguém iria reconhecê-la. Às vezes, Bianca me enche o saco por ter acomodado a Megan em minha casa, mesmo eu tendo conhecido a garota em meio a uma estrada deserta, correndo perigo. Mas não havia mais o que fazer, eu havia me envolvido naquilo e não tinha como escapar. Tudo o que queria era que nos divertíssemos essa noite.

Ao terminar de beber minha água, coloquei o copo na pia e subi as escadas em direção ao meu quarto, ansiosa por um banho. Chegando lá, soltei o rabo de cavalo, deixando meus cabelos soltos e extremamente suados. Caminhei até o banheiro, acendendo a luz e tirando toda a minha roupa. Manipulei os registros, ligando a água fria, e entrei debaixo do chuveiro, deixando a água escorrer por todo o meu corpo, aliviando o calor do dia. A água gelada era revigorante, e eu me permiti relaxar sob o seu fluxo constante. Fechei os olhos, deixando-me envolver pela sensação de alívio que aquele banho proporcionava. Por alguns momentos, tudo parecia em paz, e eu me permiti esquecer as preocupações do mundo lá fora.

Corrida Contra o Destino.  - Vincent Torrance. Onde histórias criam vida. Descubra agora