013 - INSTAGRAM.

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ANTONELLA P.O.V.

— 'Creo que Richard não gostou de mim - Erick falou assim que estacionou o carro em frente a minha residência.

— Você acha?

— 'Sí, posso te fazer uma pergunta, carino? - somente balancei a cabeça positivamente - você e 'él já tiveram algo?

Fiquei alguns segundos encarando o garoto, como se meu cérebro ainda estivesse raciocinando o que ele havia me perguntado.
Com toda a certeza do mundo eu havia sido pega de surpresa com essa sua pergunta, eu definitivamente não esperava que ele me perguntasse isso; eu e Richard não conversamos muito durante a noite, ele tentava puxar assunto e eu somente dava uma resposta curta e simples, eu esperava que ele entendesse isso como um sinal de que eu não estava afim de conversar sobre o que havia acontecido no bar.

— Não, por que? - falei após alguns segundos.

Não sou uma pessoa que tem facilidade em mentir, já que eu sempre tento ser o mais clara possível com o que eu penso — mesmo que na maioria das vezes eu priorizo guardar minha opinião para mim mesma —, mas dessa vez eu nem cogitei na possibilidade de dizer a verdade; se eu falasse a verdade, provavelmente essa conversa acabaria com Erick perplexo após eu contar uma boa parte do que aconteceu no passado.

— 'Él ficou a noite toda me olhando como se 'yo tivesse feito algo para 'él - o chileno explicou, seu olhar focado em minhas orbes - 'él ficou me olhando com... 'No lembro como se diz isso.

— Cara de poucos amigos? - falo pausadamente, já que eu não havia certeza do que ele estava tentando dizer.

— Isso, 'él ficou me olhando a noite toda com cara de poucos amigos - ele tentou reproduzir a maneira como eu disse, deixando seu sotaque evidente.

— Talvez seja porque vocês sejam rivais de time? - falei mais como uma pergunta, já que eu não tinha total certeza.

Observei o garoto abaixar o volume da música, provavelmente para conseguir me escutar melhor.

— 'No... 'Yo já tive contato com outros jogadores do Palmeiras, todos eles me trataram 'muy bem - disse ele, deixando claro que tinha pouca possibilidade daquela opção ser verdadeira.

— Eu não conheço o Richard tão bem para saber se ele seria esse tipo de pessoa ou não - falei, tentando mostrar indiferença sobre o colombiano.

Eu definitivamente conhecia Richard bem o suficiente para saber que ele não trataria alguém mal somente por jogar no time rival. Ele sempre foi muito expressivo, então era impossível ele tentar esconder algo de mim; era só eu olhar para sua face e eu automaticamente sabia se ele estava falando a verdade ou não, ele era como um livro aberto para mim.
Quando ele não gostava de alguém, ele fazia questão de deixar isso claro; e mesmo se ele tentasse esconder isso, não iria adiantar nada, já que sua expressão facial revelaria tudo.

Eu sabia de todas as suas manias, sabia como ele agia em cada situação; quando ele estava nervoso ou ansioso com algo ele sempre mexia em seu cabelo ou apertava fortemente minha mão, dava sua típica risada cínica quando não acreditava no que a pessoa estava falando, travava o maxilar quando estava bravo com alguma coisa e ficava terrivelmente quieto quando algo havia o magoado. Ele sempre tinha uma resposta na ponta da língua, e também dizia que sua forma de demonstrar amor era me irritando.

Pisco algumas vezes e respiro fundo, tentando tirar esses pensamentos da minha mente; fazia um bom tempo que eu não pensava sobre o quão bem eu conhecia ele.

— Acha que já está tarde? - Erick pergunta após um bom tempo. Desvio meu olhar para o painel digital do carro e vejo o horário, somente balanço a cabeça negativamente - quer ir pro hotel comigo? Podemos assistir algum filme que você gosta, e se você não quiser dormir lá 'yo te levo para casa depois.

MATURIDADE - RICHARD RIOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora