014 - FILHA?

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ANTONELLA P.O.V.

As férias do início do ano se passaram mais rápido do que eu pude imaginar; após alguns dias Erick voltou para o Rio de Janeiro, já que os treinamentos haviam se iniciado e o Flamengo iria fazer alguns amistosos fora do Brasil — não sei exatamente como ou o motivo disso, já que quando o Chileno estava me explicando sobre eu estava extremamente avoada e perdida em meus próprios pensamentos.

Eu e Pulgar voltamos ao normal, conversávamos por mensagens e vídeo-chamadas se tornaram algo comum do dia a dia; as vezes eu estava no centro de treinamento do Palmeiras em uma terça-feira às três e dois da tarde e ele me ligava, somente para perguntar como eu estava e então desligava novamente.

Como os treinamentos haviam iniciado, eu automaticamente também voltei ao estágio e após alguns dias minhas aulas se iniciaram novamente: confesso que eu estava aliviada por ser meu último ano de faculdade.
Flora voltou a escola e minha rotina voltou ao normal; eu acordava cedo, tomava banho e banhava Flora, preparava um café da manhã e então levava minha garotinha até a escola. De lá eu ia para o centro de treinamento, onde — dependendo do dia — eu ficava até o meio dia e voltava de tarde, ou até mesmo almoçava lá — quando isso acontecia, eu pedia encarecidamente para que minha tia Mariele fosse buscar a garotinha.

Infelizmente Naíra realmente foi embora, ela havia me contado o quão triste ela estava, mas que infelizmente tinha que ir junto; já que ela tinha que acompanhar seu marido.

A temporada do Palmeiras começou e assistir aos jogos do time se tornou algo mais frequente do que eu esperava: Bruna sempre me chamava para assistir aos jogos — quando era na Arena Barueri ou no Allianz parque — e consequentemente eu aceitava para fazer companhia para a mesma.
A sociedade esportiva Palmeiras até agora só teve uma final, que foi a super-copa rei, disputada contra o time — também paulista — São Paulo. O jogo terminou zero a zero e por conta disso foi para os pênaltis; e na disputa pela penalidade máxima o São Paulo acabou levando a melhor.

Hoje foi um dos dias em que eu decidi almoçar no centro de treinamento do Palmeiras. Eu não tive aula na faculdade pela manhã, mas logo após o almoço eu teria várias aulas; e se eu fosse buscar Flora na escola, levá-la para casa, fazer o almoço e então levá-la até a casa da minha tia eu provavelmente iria me atrasar.
Por conta disso eu enviei uma mensagem para Mariele perguntando se ela poderia buscar a Flora para mim, logo em seguida enviei um áudio explicando toda a situação; eu obtive uma resposta segundos depois, uma resposta obviamente positiva.

Eu almoçava tranquilamente enquanto passava o feed de meu Instagram aleatoriamente, somente como uma forma de distração. O refeitório não estava em um completo silêncio, já que os jogadores conversavam e faziam piadinhas entre si; mas eu me mantinha calada em uma mesa mais afastada.

— Tá 'traquinando o que, Lela? - uma voz masculina diz atrás de mim, dou um pulo no banco onde eu estava sentada e viro meu rosto somente o suficiente para eu conseguir observar quem era; assim que o faço, deixo um suspiro aliviado sair de meus lábios.

— Quem te ensinou a falar isso? - questionei, logo observando o Colômbia o se sentar ao meu lado.

— O Endrick.

— Tinha que ser - desligo o visor de meu celular e guardo o aparelho em meu bolso, pude escutar uma risada sem humor ao meu lado.

— Achei que você iria me ignorar igual está fazendo nas últimas semanas - ele fala calmamente, seu olhar focado em cada mínima ação que eu fazia.

— Eu não estou te ignorando - falo, minhas orbes estavam focadas em todos os cantos possíveis, menos em seu rosto.

Somente empurro meu prato um pouco para o lado, já que sinceramente eu não sentia mais vontade de comer.

MATURIDADE - RICHARD RIOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora