011 - AEROPORTO.

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ANTONELLA P.O.V.

Erick parecia extremamente animado com a ideia de vir para São Paulo, não pela viagem — já que não era uma cidade desconhecida para ele — e sim pelo fato de finalmente me ver; até hoje eu não sabia como ele havia me encontrado pelas redes sociais, já que meu perfil é privado e tenho poucos seguidores. Ele nunca me explicou especificamente como havia se interessado por mim somente pela minha foto de perfil, já que nunca nos aprofundamos nesse assunto.

Chamadas de vídeo eram bem frequentes, normalmente no horário de almoço e um pouco antes da meia noite; isso já estava se tornando rotina. Tirando o fato de que nós passávamos o dia todo conversando por mensagens, ele sempre me contava sobre seus treinamentos e me perguntava como foi meu dia; e exigia que eu lhe contasse com todos os detalhes, e o garoto escutava com a maior atenção do mundo.

Ele já havia me apresentado para alguns de seus colegas de equipe — os que ele tinha um nível maior de intimidade.
Eu sempre dava um sorriso tímido e dizia a fala mais clichê possível “Oi, meu nome é Antonella, é um prazer te conhecer” para todos eles, depois Erick falava que eu sabia falar espanhol e o resto da chamada era no idioma nativo deles.

Não vou mentir, Pulgar é uma boa pessoa e me trata muito bem. Mas as vezes eu sinto como se estivéssemos indo rápido demais, e eu não gosto dessa sensação que eu tenho.

Eu não me encontrava — romanticamente — com alguém fazia meses — sendo mais precisa, fazia anos. Já que Richard foi a única pessoa que eu dei abertura o suficiente para chegarmos em tal nível —, eu simplesmente não sentia interesse algum em ter algum pretendente; minhas mãos soavam frio e eu sentia calafrios percorrer por todo meu corpo.

Como eu agiria?
Como eu iria me comportar?
O que eu iria falar?

Eram tantas perguntas que eu já me sentia perdida em meus próprios pensamentos, e minha cabeça já estava começando a latejar — provavelmente por eu estar tão preocupada e aflita com esse assunto.

Alguns minutos atrás o garoto me enviou uma mensagem avisando que já havia descido do avião, e que agora estava indo pegar suas malas. Eu me candidatei para ir buscá-lo no aeroporto — já que eu não queria passar a impressão que eu estava desinteressada com isto —, então eu tomei um banho rápido e gelado, logo escolhi uma roupa básica: uma blusa branca — e lisa — com manga curta, uma saia preta e um tênis verde com alguns detalhes em branco.

Mariele — minha tia — estava em minha casa, ela deu uma desculpa esfarrapada dizendo que estava com saudade de Flora, mas eu sabia exatamente o porquê dela estar aqui: ela queria que eu fosse buscar o chileno sozinha, já que ela estava extremamente animada com a ideia de eu ter um novo namorado — mesmo que fosse a primeira vez que eu e o jogador se encontrasse.

Eu já estava esperando pelo garoto fazia alguns minutos, devia fazer cerca de meia hora que eu estava plantada em pé, em frente a uma parte específica do aeroporto em que ele havia falado que estaria.
Esse tempo todo só estava me deixando mais nervosa ainda, eu já estava pensando na possibilidade de desistir, somente dar meia volta e voltar para minha casa; totalmente frustada.

Quando eu já estava pronta para aceitar que ele não viria, vejo um homem que parecia extremamente familiar para mim; de início eu não o reconheci — já que nós estávamos em uma distância considerável —, mas assim que ele se aproximou e acenou com sua mão esquerda, eu rapidamente entendi quem era.

Ele veio ao meu encontro com um sorriso estampado em seus lábios, deixou sua mala de lado e me abraçou; ele definitivamente era bem mais alto que eu, por isso ele teve que se abaixar um pouco.

— Oi! Como você está, mi amor? - o garoto perguntou assim que se desvencilhou de mim.

Só então eu pude observar o visual que ele estava utilizando.
Ele vestia um moletom preto com alguns detalhes em branco na manga, uma calça — também moletom — da mesma tonalidade e com os mesmos detalhes. Um tênis preto e um boné da mesma cor. Ele definitivamente estava “all Black” — como as pessoas da internet costumavam dizer.

MATURIDADE - RICHARD RIOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora