MATURIDADE - RICHARD RIOS.

006 - PROMOVIDA.

ANTONELLA P.O.V.

Eu acordei no outro dia e fiz minha mesma rotina de sempre, isso se repetiu por uma semana até que em uma quarta-feira um número desconhecido me enviou uma mensagem. De início eu não liguei muito para aquilo e somente continuei fazendo o que eu estava a fazer — não lembro exatamente com o que eu estava ocupada naquele momento, mas creio que eu estava lendo um livro para um trabalho da minha faculdade de fotografia.
Somente fui lembrar daquela mensagem quando eu entrei no whatsapp para responder a mensagem da Bruna — ela estava perguntando sobre o tal trabalho e logo após disse que estava morrendo de preguiça de ler o livro, então eu fiz um breve resumo para ela por áudio e logo após engatamos em uma conversa sobre capas para trabalho —. A mensagem não era completamente aleatória, eu estava meio desconfiada quando vi que um número desconhecido e sem foto havia me enviado três mensagens, mas assim que entrei na conversa eu pude ver que era da diretoria do Palmeiras.

Eu não lembro exatamente que palavras eles usaram, mas dizia que eles gostaram bastante do meu desempenho na sessão de fotos que eu fiz no lugar da Bruna e que gostariam de me oferecer novamente a vaga para o time profissional. Eles já haviam me oferecido essa vaga uma vez, mas eu neguei pois era responsabilidade demais e eu queria focar na minha faculdade, mas agora é diferente, já estou quase terminando e seria muito bom acabar a faculdade e já ter um emprego garantido, já que o que eu ganho no estágio não é uma quantia tão boa quanto eu esperava que fosse.
Eu não dei uma resposta garantida para eles, somente fiz algumas perguntas e eles me convidaram para ir até o CT ( centro de treinamento ) do Palmeiras no dia seguinte — hoje — para que eles possam esclarecer minhas dúvidas.

E assim o fiz.

Eles perguntaram qual o melhor horário para mim ir ao centro de treinamento do Palmeiras, e eu obviamente falei que o melhor horário é de manhã — já que eu não iria precisar deixar Flora com minha tia, pois ela estaria na creche.
Me arrumei normalmente e avisei para Bruna que eu iria ter que faltar nas aulas da parte da manhã, notei que a mensagem não chegou para ela mas eu estava tão entretida escolhendo alguma roupa adequada que eu nem dei tanta importância para aquilo.

Por fim acabei escolhendo um cropped branco, uma calça mom jeans bege e um casaco da mesma tonalidade da calça. Nos pés eu calçava um tênis branco simples e eu estava levando um óculos de sol na bolsa, já que o calor de São Paulo estava insuportável e o óculos de sol está se tornando o melhor amigo de nós que moramos aqui na capital mais populosa do Brasil.

Deixei Flora na creche e desejei que ela tivesse uma boa aula, a garotinha somente abraçou meu pescoço e logo pegou sua mochila de rodinhas e saiu correndo em direção ao portão da sua creche. Sorrio ao observar sua alegria, Flora sempre gostou muito de ir a creche, é uma pena dizer que eu odiava ir a creche e odiava mais ainda ir a escola. Eu somente comecei a gostar de ir a escola quando eu conheci o...

Encosto bruscamente minhas costas no assento do banco do motorista e reviro meus olhos, mais uma vez eu me peguei pensando nele. Confesso que eu não estava tão acostumada a pensar nele tão frequentemente, eu até que aprendi a me controlar, já que logo quando a Flora nasceu eu não conseguia nem olhar no rosto da minha própria filha que eu já sentia uma vontade enorme de chorar, porque eu só conseguia lembrar de uma coisa: o colombiano que foi um babaca comigo. Isso prosseguiu até ela começar a falar, eu somente aprendi a me controlar quando certo dia a garotinha chegou em mim e perguntou uma coisa que fez eu cair na real.

Eu estava sentada na poltrona da casa de minha tia, Flora estava no meu colo e ela assistia um desenho aleatório na televisão da casa onde nós estávamos morando, eu não estava prestando muita atenção no tal desenho pois eu estava mais focada na trança que eu tentava fazer em meus fios de cabelo tão escuros que pareciam até mesmo preto.