Reencontros e Questionamentos

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Eduardo e a família do senhor Guimarães o homem que foi atingido no assalto, não demoraram para chegar ao hospital, ele foi imediatamente levado para emergência, Eduardo o deixou nas mãos de outros médicos com a sua família e ficou aguardando por notícias na sala de espera.

Enquanto esperava começou a lembrar do ocorrido, vários flashbacks vinham em sua mente, quando ele e o Otávio eram crianças, a despedida de ambos, até aquele triste momento na cafeteria, passaram por tantas coisas juntos. Não conseguia acreditar que aquele cara que atirou em um homem inocente era o mesmo cara de 10 anos atrás, o que aconteceu enquanto esteve fora? Se perguntava, seus devaneios foram interrompidos pelo manifestar de uma voz familiar

— Com licença senhor, sou a investigadora Almeida, gostaria de lhe fazer algumas perguntas — A essa manifestação ele sentiu seu coração disparar.

— Essa voz, não pode ser! — Exclamou ele e se levantou de imediato, ao se virar para confirmar sua teoria lá estava ela, Fernanda Almeida sua melhor amiga e seu primeiro amor, a bela mulata com longos cachos que estavam presos em um rabo de cavalo, a garota a quem um dia ele declarou seu amor agora estava uma mulher feita, logo a surpresa e sorriso tomaram conta de ambos, ela o olhou emocionada.

— Eduardo?! — esboçando um sorriso iluminado, imediatamente ela foi ao seu encontro e ambos se abraçaram emocionados, em meio ao abraço Fernanda soltou um fraco gemido de dor e se afastou, Eduardo a observou estranhando sua reação.

— Está tudo bem?

— Está — Respondeu ela com uma falha na voz — Por que não estaria? — Questionou, Eduardo arqueou a sobrancelha

— Por onde começar? — respondeu levando seu polegar e indicador sobre o queixo — ah sim! Você gemeu quando te abracei e está usando uma jaqueta de couro preta em um calor de 24 graus — fez uma pausa enquanto ela procurou desviar o olhar, ainda mais desconfiado segurou com delicadeza no queixo dela a fazendo voltar o olhar pra ele —  Você está com olhos inchados como se tivesse passado a noite inteira chorando, o que aconteceu?
— Nada, já disse que estou bem — Respondeu com um sorriso forçado que mais parecia um pedido de socorro.

— Mesmo? Por que será que não consigo acreditar nisso? — Questionou ele ainda mais desconfiado.

— Porque o voo mexeu com a sua cabeça e está cheio de paranoias — Brincou ela e continuou — Estou bem ok? Na verdade melhor agora, não acredito que é você — disse em meio um sorriso mudando subitamente de assunto e passou a mão no ombro dele implorando pra que ele fizesse o mesmo, ele entendeu o recado e mesmo sabendo que tinha alguma coisa errada, resolveu ceder e por hora só aproveitar o reencontro.

— Pode acreditar — Comentou lhe dando seu melhor sorriso, ela respirou aliviada como se um enorme peso tivesse sido tirado de seus ombros.

— Mas, não é muito cedo para férias? — Questionou.

— Não estou de férias, vim pra ficar — respondeu Eduardo com um sorriso de canto.

— Sério? — Questionou ela, o mesmo assentiu com a cabeça — Por que não avisou antes?

— Queria fazer uma surpresa – Respondeu Eduardo.

— Conseguiu! — Exclamou Fernanda, com um misto de surpresa, emoção e uma alegria tão grande que não cabia no peito.

— Então, investigadora Almeida né? — comentou ele orgulhoso, desde quando eram crianças ela lhe dizia, que queria ser uma investigadora criminal, saber que alcançou seu objetivo, era motivo de grande alegria.

— Sim, eu consegui — Respondeu também com um sorriso orgulhoso.

— Nunca duvidei que você conseguiria. — Respondeu em meio a um sorriso — Então o que quer de mim senhorita Almeida?

— Podemos conversar em outro lugar? — Questionou ela.

— Claro, como quiser, um momento — Respondeu e em seguida caminhou até a recepcionista e lhe entregou seu cartão de apresentação — Escuta, aqui está o meu cartão peça para fazerem o possível para que o senhor Guimarães fique novo em folha, e não se preocupem com os gastos, pagarei tudo.

— Ok senhor — Consentiu a recepcionista, o mesmo se despediu e acompanhado de Fernanda foram para a cafeteria do hospital, ambos pediram apenas um café, pois estavam sem fome.

— Estou muito feliz em te reencontrar, não imagina o quanto — Disse ela colocando sua mão esquerda sobre a dele, no qual ele reparou uma aliança de ouro

— Não sabia que estava casada! — Exclamou ele e Fernanda imediatamente tirou sua mão da dele

— É recente — respondeu com amargura na voz

— Com quem? — Questionou ele desconfiado.

— Isso não importa agora —Respondeu ela mudando de assunto de novo e brincou — Mas sou eu quem faço as perguntas por aqui, senhor Vasconcellos.

— Me Desculpe, senhora Almeida — Respondeu ele retribuindo a brincadeira.

—Temos muito o que conversar Edu, mas no momento estou no meu horário de trabalho, preciso ser profissional. – explicou

— Entendo, tudo bem podemos marcar de sair qualquer dia, fora do seu horário de trabalho e colocarmos o papo dia — propôs Eduardo

— Por mim, está marcado — Respondeu Fernanda ambos sorriram

— O que aconteceu? — questionou Eduardo

— Faz algum tempo que estou procurado a quadrilha que assaltou a cafeteria que você estava mais cedo, eles assaltam comércios movimentados a qualquer hora do dia, principalmente em horários de maior movimento — Esclareceu Fernanda

— Se é assim como ainda não conseguiram pegá-los? — Questionou Eduardo.

— Eles são extremamente habilidosos e entre eles existe um hacker que consegue hackear qualquer sistema desligando todos os alarmes e câmeras o que nos deixa completamente sem provas, por isso não temos como os encontrá-los — Lamentou ela a que Eduardo respirou fundo, ele sabia que um dos caras era o Otávio e se perguntava se ele não poderia ser esse hacker, afinal computador e equipamentos tecnológicos sempre foram a praia dele.

— Vocês não fazem a menor ideia de quem sejam esses assaltantes ou um deles? — Questionou Eduardo.

— Não, por isso vim te procurar, disseram que você teve contato com um dos assaltantes. — Disse Fernanda. Eduardo engoliu seco e respirando fundo lhe disse.

— Bom, não diria contato exatamente, não trocamos nenhuma palavra, foi mais algo visual. — Respondeu na intenção de desconversar, ele tinha certeza que Otávio, era o atirador, mas não queria entregá-lo, não sem antes descobrir o que aconteceu com seu amigo de infância. Nesse momento as mãos de Eduardo começaram a suar, o mesmo foi tomado por um grande nervosismo e rezava para que Fernanda não percebesse, porém foi em vão.

— Eduardo Vasconcellos o que você está escondendo? — Perguntou arqueando uma sobrancelha.

— Nada — Respondeu com uma falha na voz — Por que eu estaria escondendo alguma coisa?

— Suas mãos estão suando e está evitando me olhar nos olhos, tem noção de quantos interrogatórios eu já fiz na vida? Além do mais, você sempre foi um péssimo mentiroso — Eduardo suspirou pesado e voltou seu olhar para ela, realmente não teria para onde correr — Preciso perguntar mais uma vez? — insistiu Fernanda o encarando.

— Droga, está bem. — disse ele dando-se por vencido. — Escuta, não tenho certeza, ele estava encapuzado, mas levando em conta que estou vivo, existe uma possibilidade de ser ele.

— Ele quem? — Questionou Fernanda desconfiada.

— O Otávio — disse ele e Fernanda não se demonstrou nada surpresa, apenas respirou fundo

— Como eu suspeitava. — declarou

— Suspeitava? — Questionou Eduardo.

— Sim, há 5 anos o Otávio foi entregue a mim como um caso especial.

— Caso especial? Pensei que ele fosse seu amigo — comentou Eduardo atônito.

— Eduardo o Otávio não é o mesmo de antes — esclareceu.

— As pessoas mudam, mas isso não quer dizer que... — Antes que pudesse concluir foi interrompido por ela.

— Ele está sendo procurado pela morte do pai dele — Ressaltou.

— O que? Isso é impossível, Otávio tinha os seus desentendimentos com pai, mas seria incapaz de matá-lo — disse Eduardo.

— O senhor Roberto foi encontrado morto e em seguida o Otávio desapareceu — Esclareceu Fernanda

— Isso não prova nada! — Insistiu Eduardo.

— Mas faz dele o principal suspeito.

— Pode até fazer dele um suspeito, mas não consigo acreditar nisso.

— Eduardo, sempre tão inocente, mas você não faz ideia da pessoa que o Otávio se tornou — Disse ela raivosa.

— O que houve entre vocês dois? — Questionou ele, o semblante de Fernanda passou de raivoso para decepcionado fazendo a fazendo abaixar a cabeça.

Revisado pela a querida Naila_Ferreira

Eita, o que será que rolou entre esses dois? Não esqueçam de votar e comentar o que estão achando da história, bjs e até o próximo capítulo

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