Recomeçar é Possível

Desenterrando Sentimentos

Eduardo e July estavam abraçados, ambos se demonstravam abalados, Eduardo podia sentir através daquele abraço a dor e desespero da irmã e embora não soubesse o que tinha acontecido, ele tentou a consolar

— Estou aqui agora, você vai ficar bem  — saindo do abraço ele a fitou dizendo— Ei! você é mais forte que isso.

— Não me sinto tão forte — Lamentou July.

— Mas você é — Eduardo pousou lhe um beijo em sua testa e a abraçou novamente, aos poucos ela foi se acalmando, vendo a vagamente estável ele voltou a se manifestar — Agora  vamos cuidar disso aqui, antes que infeccione — Disse se referindo aos cortes no braço da mesma. — Vamos lavar com água e sabão.

— Não, vai arder!— protestou July.

—Mas é necessário, vamos. — Disse Eduardo a levantando da cama.— Se você comportar te dou uma bala — brincou

— Sério? Não tenho mais 5 anos. —disse July.

—Para mim você sempre será minha irmãzinha — Disse em meio a um sorriso a abraçando de lado, ambos seguiram para o banheiro que havia dentro do quarto, um banheiro médio, com pisos e azulejos preto com branco, com uma banheira e um box de vidro, ao entrarem foram até o lavatório, ela lavou primeiro a mão que estava suja de sangue em seguida Eduardo colocou o braço dela debaixo da água, que saia da torneira, ao sentir a água fria, juntamente com sabão July estremeceu, soltando abafados gemidos de dor, após lavar com água e sabão, Eduardo abriu a porta do gabinete ao lado do espelho, buscando por um anti-séptico, o localizando pegou em mãos.

— Ah não, isso não! — protestou July.

— ah isso sim — Disse Eduardo e antes que July pudesse dizer ou fazer algo, ele despejou um pouco do anti-séptico nos cortes.

— Ai caramba — vociferou ela

— Pronto, acabou. —disse Eduardo secando as feridas com cuidado.

— Isso foi maldade — Murmurou July

— Não, foi necessário. Deixa eu vê — Começou a abrir as gavetas do gabinete buscando por algo mais — Termômetro, Tesoura pequena, Conta-gotas, Algodão hidrófilo, Esparadrapo, Micropore, ataduras de crepe, Gaze esterilizada?

— Claro né entre outras coisas básicas que se deve ter por perto em kits de primeiros socorros, não tinha como esquecer com você me lembrando o tempo todo. — comentou July em meio a um sorriso que não fazia parte da sua vida a muito tempo, Eduardo sorriu de volta, tomando consigo a gaze e a fita incorpore, começou a fazer um curativo nela

—Desde criança você sempre cuidou de mim — comentou a menina com um sorriso no rosto, ele retribuiu ao sorriso e ao terminar o curativo a fitou com serenidade

— Por que fez isso July? — logo o sorriso dela desapareceu e nada respondeu apenas saiu, deixando o banheiro as suas costas, voltou para sua cama, Eduardo suspirou e foi ter com ela ao se aproximar

—O que aconteceu ? — questionou com aflição

— Você foi embora, isso que aconteceu. —  declarou ela com profunda tristeza e um misto de revolta

— July — começou Eduardo ao se aproximar da cama, sentado -se a sua frente na cama

— Você prometeu que cuidaria de mim, não cumpriu sua promessa. — declarou ela enxugando uma lágrima que teimava em cair.

— Sabe que não tive escolha. — Lamentou Eduardo.

— Todos temos escolhas Eduardo, você fez a sua quando foi embora. — Contestou July com um nó na garganta