Um acordo e uma visita inesperada

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No dia seguinte Eduardo fez questão de acordar bem cedo para acompanhar a Camily e o pai no hospital,  após exames detalhados, seu amigo dr Diogo o chamou pra conversar e confirmou que o sr João realmente estava com cirrose hepática e precisava começar o tratamento imediatamente,  Eduardo já esperava, mas ficou tenso por ter que transmitir a noticia pra Camily, caminhando pelos corredores do hospital São Gonçalo, procurava as palavras certas para lhe transmitir a notícia

Encontrou-a sentada na sala de espera, com as mãos trêmulas e os olhos vermelhos de preocupação. Ele se aproximou devagar, sentando-se ao lado dela.

— Camily — a chamou e ela o olhou apreensiva, ele então segurou firme nas mãos dela — Você vai ter que ser forte

— Suas suspeitas estavam certas? — ela perguntou com um nó na garganta

— Sim,  o diagnóstico é cirrose hepática. — declarou Eduardo — Seu pai vai precisar de tratamento intensivo, mas ele vai estar em boas mãos e eu vou estar aqui pra da todo o apoio que eu puder — Camily começou a chorar, e Eduardo a envolveu em um abraço reconfortante. — Vai ficar tudo bem — Eduardo esperou que ela se acalmasse, então voltou a se manifestar — Agora, você precisa descansar um pouco. Vá para casa, coma algo e traga o necessário para a internação do seu pai, ele precisa ficar hoje — Ela assentiu, enxugando as lágrimas.

— Por favor, Eduardo, você pode transmitir a notícia para ele? Ele é muito cabeça-dura, e tenho medo de como ele vai reagir

— Claro, pode deixar, vou falar com ele. Vá para casa, descanse um pouco — Após se despedir de Camily, Eduardo se dirigiu ao quarto do Sr. João, mas, ao passar por um dos quartos, viu Fernanda deitada, com um curativo na testa e uma expressão de dor. Preocupado, ele entrou.

— Fernanda, o que aconteceu? — ele perguntou, alarmado. Ela se demonstrou totalmente surpresa e tensa ao vê lo

— Eduardo? O que está fazendo aqui? — ela perguntou apreensiva, vendo que ela não respondeu a pergunta, Eduardo pegou a ficha com informações sobre ela que estava na cabeceira da cama

— Lesões na costela, na nuca e esse corte na testa, você por acaso saiu na mão com algum bandido?  — perguntou desconfiado

— É foi exatamente isso que aconteceu — tentou sorrir, mas a dor era evidente.

—  Suponho que esse covarde esteja atrás das grades

— Infelizmente não,  ele conseguiu fugir — ela respondeu com uma falha na voz — pegamos ele na próxima — Fernanda concluiu com um sorriso forçado,  Eduardo franziu a testa

— Está bem e por que você está com olhos vermelho e rosto inchado? estava chorando? — Fernanda desviou o olhar.

— Não, é apenas sono e toda essa medicação que estou tomando, estou  bem. —  Eduardo a encarou desconfiado — posso te fazer uma pergunta?

— Claro

— Quando nos reencontramos, você disse que se eu tivesse dito que te amava há dez anos atrás, teria feito a diferença — Eduardo engoliu em seco e a fitou de forma inquisitiva aguardando ela concluir a pergunta, ela silenciou por alguns instantes que pareceram um eternidade, por fim ela respirou fundo e voltou a se manifestar — O que quis dizer com isso?

— Por que está me perguntando isso agora? — ele questionou sem entender onde ela estava querendo chegar

— Responde — ela insistiu, ele respirou fundo.

—  Eu tinha recebido ótimas oportunidades aqui no Brasil também, se você tivesse dito que me amava, eu teria ficado. — ele respondeu com sinceridade,  Fernanda ficou em silêncio por um momento, se demonstrando ligeiramente emocionada

Recomeçar é PossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora