No bar lua cheia o clima estava tenso, Fernanda sabia que a situação estava à beira de um colapso nada de bom poderia sair de um embate entre polícia e bandidos bem armados
— Márcio, por favor — ela começou, colocando uma mão no braço do marido — não é o momento para isso. Há civis aqui. Vamos recuar
— Acha mesmo que vou deixar esse projeto de bandido escapar depois de ter me desafiado? — respondeu Márcio, furioso.
— Não faz isso, está colocando todos em risco — insistiu Fernanda — Você pode cuidar dele em outro momento
— Está realmente preocupada com a situação ou só não quer que machuquemos o amor da sua vida? — questionou Márcio raivoso, Otávio de repente se demonstrou muito interessado na resposta dela, ela porém respirou fundo
— É claro que estou preocupada com a situação, pessoas inocentes podem se ferir, ele não significa mais nada pra mim — a essa declaração Otávio sentiu como se uma bala houvesse transpassado seu coração, ele porém manteve a postura de altivez, Márcio olhou nos olhos de Fernanda vendo a determinação e o medo. Depois de alguns segundos que pareceram uma eternidade, ele finalmente cedeu
— Todos, recuem — ele ordenou aos seus homens, com evidente relutância. Os policiais começaram a se retirar, os bandidos também recuaram
— Até a próxima, delegado — Otávio disse com um sorriso provocativo
— Cuidado moleque, a próxima vez pode ser a última — Márcio o ameaçou, cuspiu no chão e saiu do local frustrado e enraivecido, Quando tudo se acalmou, Fernanda soltou um suspiro de alívio
— Vamos logo — disse Márcio ao passar por ela, ela engoliu em seco e se apressou para alcançá-lo, antes porém que ela pudesse o seguir foi detida por Otávio que segurou em sua mão
— O que você esta fazendo com esse cara? Ele não te respeita nem como profissional, nem como mulher
— Isso não é da sua conta — exasperou ela se desvencilhando dele, seu parceiro Rafael se aproximou
— Está tudo bem? — Perguntou
— Sim, vamos embora — disse ela e ambos saíram, enquanto saíam do bar, Fernanda não pôde deixar de sentir que aquela noite era apenas o começo de algo ainda mais perigoso. Ela tinha que estar pronta para tudo que viria a seguir, tanto no trabalho quanto em sua vida pessoal.
— Ta tudo bem Júnior? — o dono do bar perguntou a Otávio, ele nada respondeu apenas virou sua última dose de whisky e saiu do bar mal humorado
Montou em sua moto e saiu em disparada, enquanto pilotava pelas ruas escuras de São Paulo, ele tentava acalmar a mente, mas as memórias de Eduardo e Fernanda continuavam a atormentá-lo, seu passado estava vindo átona se chocando com seu presente, fazendo o questionar a si mesmo. Quando chegou no parque do gato, seguiu ate seu prédio quando estava se aproximando ouviu gritos que lhe chamou a atenção.
— Eu já disse pra me soltar Elvis — Otávio achou a voz familiar então resolveu se aproximar, quando se aproximou, encontrou July sendo segurada por um dos caras que morava na vila. O desespero nos olhos dela acendeu uma chama de proteção em Otávio, sem hesitar ele avançou
— Ei, você não ouviu? Ela falou pra soltar ela
— Fica fora disso Otávio, não é da sua conta — exasperou o garoto
— Isso sou eu que decido — Elvis deu uma risada irônica
— Acha que só porque você é o preferido do cabeça, tenho medo de você como os outros?— retrucou
VOCÊ ESTÁ LENDO
Recomeçar é Possível
RandomQuando tudo parece perdido você tem apenas duas escolhas: se render e se entregar ou se levantar e recomeçar, não importa quantos passos deu para trás, mas sim quantos dará pra frente, ninguém pode mudar o passado, no entanto pode lutar pelo present...