Uma noite tortuosa

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Estagnado Eduardo estava tentando absorver o choque das palavras recebidas, como assim Fernanda desaparecida? Ele mal conseguia pronunciar essas palavras em voz alta

- Como assim desaparecida? - questionou com uma falha na voz

- O parceiro dela veio me procurar, o delegado vulgo marido da Fernanda, informou que ela iria ficar afastada da delegacia por um tempo, por questões médica, mas há rumores de que ela fugiu do hospital

- Eu estive com ela no hospital semana passada

- Foi exatamente nesse dia que ela fugiu - declarou Otávio

- Ela estava mesmo estranha naquele dia, começou a chorar do nada enquanto conversávamos - Eduardo ficou em silêncio por um momento, processando a informação. - Precisamos encontrá-la. Talvez os registros médicos possam nos dar alguma pista, tenho contatos no hospital São Gonçalo, vamos começar por lá - os dois adentraram no carro de Eduardo e ele arrancou em disparada

- O que você disse pra ela que fez ela chorar? - questionou Otávio

- Eu não disse, quer dizer, me alterei um pouco, mas não acredito que tenha sido a causa do choro dela

- Você se alterou com a Fernanda? Tá aí algo que não se vê todo dia - comentou Otávio - sobre o que conversavam?

- Isso não vem ao caso - retrucou Eduardo

- Vem sim, ela pode ter te dado alguma pista

- Duvido, ela só perguntou o que eu faria se ela dissesse que amava

- E o que você respondeu? - Otávio perguntou com um interesse incomum

- Nada - respondeu Eduardo pressionando fortemente o volante com semblante frustrado, Otávio entendeu que ele não queria falar do assunto, o resto do caminho até o hospital foi silencioso

Quando enfim chegaram no hospital, Eduardo foi conversar com seu amigo Diogo, entendendo a gravidade da situação, ele não hesitou em ajudar, pouco tempo depois, após conseguir os laudos médicos de Fernanda, Eduardo e Otávio se sentaram para analisá-los. O que encontraram foi perturbador: diversas idas ao hospital devido a lesões corporais. Eduardo franziu a testa.

- Essas lesões... são consistentes com agressões físicas. Você acha que o marido dela...

- Sim - interrompeu Otávio, com raiva crescente. - O delegado, só pode, eu sempre notei ele possessivo

- Precisamos ter certeza. - ponderou Eduardo

- E eu sei a quem correr - declarou Otávio

Saíram do médico e foram procurar por Rafael, o parceiro de Fernanda, ele estava saindo de uma cafeteria com um café pra viagem, quase caiu pra trás ao avistar Eduardo e Otávio encostados em um carro adiante a viatura em que seu parceiro temporário o esperava

- Ramos? Pode me render por um1 tempo? Surgiu um assunto de família pra resolver - disse para seu parceiro na viatura

- Claro parceiro, sou o cara certo pra missão

- Valeu - com um aceno Ramos saiu com a viatura e Rafael foi ao encontro de Eduardo e Otávio

- Tá aí uma cena que eu não imaginava ver tão cedo - comentou Rafael

- Por acaso omitiu alguma coisa a respeito do senhor delegado quando veio me pedir ajuda policial? - questionou Otávio com hostilidade

- Otávio se acalme - disse Eduardo

- O que descobriram? - questionou Rafael

- Verificamos alguns laudos médico da Fernanda - começou Eduardo - constatamos que suas idas ao médico, não foram por causa de gripe ou algo do tipo, foram lesões corporais, mesmo ela sendo da polícia isso não é muito comum

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