Anila entrevistou a mãe da vítima, uma mulher arrogante, dramática e de fala alta, que parecia realmente amar o filho e que despejava todo o ódio e a culpa sobre Lilyn. Dizendo que ela não era uma boa moça, que qualquer coisa que tivesse acontecido com seu filho era culpa dela. Não acreditava que ele a traiu, e acreditava que tudo era armação de Lilyn. Fora isso, não tinha nenhuma outra ideia do que poderia ter acontecido. Sua entrevista foi a que mais demorou.
O segundo foi seu marido, pai da vítima, um homem muito mais calmo do que a mulher mas tão arrogante quanto. Ele deu seu depoimento, respondeu todas as perguntas de Anila com prontidão e com certa desconfiança, acrescentando mais do que o que ela queria saber e a questionando por não fazer aquele tipo de perguntas, julgando seu trabalho e dizendo que seu filho mais velho já trabalhou na Guarda e que ela estava fazendo errado.
Anila pacientemente explicou que cada um tinha seu método e quando o homem continuou insistindo em como ela deveria fazer o próprio trabalho, ela perguntou porque ele não virava um Guarda no lugar e na patente dela e fazia isso. Ele se calou e por fim fez o que Anila queria. Disse que não achava que Lilyn matou seu filho, que ela era uma jovem doce, prestativa e carinhosa, e que não duvidaria que seu filho poderia ter a traído. Ele não sabia quem era a amante ou o que poderia ter acontecido com seu filho.
O próximo, foi o pai de Lilyn. Um homem gentil e educado. Ele deu seu depoimento, citando todos os lugares em que esteve e as pessoas que estava consigo durante ele, até mesmo se lembrou dos lugares em que sua filha e seu ex genro estavam. Ele não sabia no que acreditar, não achava que sua filha faria algo, alegava que ela estava arrasada pelo ocorrido e que depois de ser abandonada, tudo que fez por pelo menos três dias foi chorar, tirá-la da cama e do quarto foi um sacrifício.
Ele também não acreditava que seu genro poderia ter traído sua filha, dizia que ele não era o príncipe encantado, mas que demonstrava ter um bom caráter. Ele não sabia o que poderia ter acontecido.
A próxima, foi a mãe de Lilyn, uma mulher severa e refinada. Respondeu a todas as perguntas de prontidão, lembrava em detalhes todos os lugares em que esteve, e até mesmo deu alguns detalhes das conversas que estava tendo. Não confiava muito no caráter do genro, e acreditava que ele poderia sim ter traído sua filha. Também dizia que Lilyn não tinha um temperamento fácil, que às vezes era agressiva mas que jamais chegaria a matar alguém.
Disse não saber o que poderia ter acontecido, mas quando a porta já estava aberta e ela estava prestes a sair, parou, parecendo reconsiderar.
A mulher voltou, pedindo com um aceno de mão que Nilo voltasse a fechar a porta, e se virou para Anila. Ela pareceu escolher bem suas palavras.
— A minha família e aquela não temos uma relação tão boa quanto parecemos ter diante da mídia. Muita coisa em decorrência do próprio caráter deles. Tudo que eu queria era que minha família ficasse longe o suficiente deles, mas Floren acabou se apaixonando pela minha filha.
“Não apenas ele, mas seu irmão mais velho, Nardo, também. Minha filha escolheu Floren, por ser mais calmo, diferente de Nardo, que era mais agressivo. Muitas vezes os três brigavam, mas apesar do jeito agressivo de Nardo ele nunca levantou a mão para a minha filha, sempre ficou do lado dela e todo seu ódio era despejado ao irmão.
“O que quero dizer com tudo isso, é que percebi que Nardo, de fato, diferente de Floren, a amava de verdade, e a queria ver bem. E até mesmo aceitou ser padrinho do casamento deles mesmo a amando. Tudo para vê-la feliz. Mas então Floren a traiu, e… bem, acho que já deu para entender. Dê uma olhada em Nardo, ele pode ter as respostas que procura.”
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A morte do noivo
FantasyCrimes são comuns na cidade de Luft, por isso, a detetive real, Anila, não se impressiona quando recebe mais um caso para resolver: um homem morto em um beco. Porém, se surpreende ao descobrir que ele vestia roupas matrimoniais e que a pouco tempo h...