A treta no beco

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      Não demorou muito para que a carruagem da Guarda parasse em frente à floricultura e todos saltassem para fora. Os que estavam ali rapidamente se assustaram e se afastaram, Anila pegou seu rifle nas costas e subiu apressada as escadas, seguida por Oleandro com suas duas adagas empunhadas.

      Anila bateu na porta, chamando pelo nome de Dálian. Ela não atendeu.

      — Abra a porta ou irei arrombar! — Anila gritou. Nada.

      Ela correu para janela, que estava aberta, e a empurrou. Seus olhos se arregalaram, estava tudo vazio.

      — Ela está aqui embaixo! — Nilo gritou da rua.

      Os dois rapidamente desceram, a ponto de ver Dálian caindo dos céus por conta da runa que Nilo jogou em suas asas. Alguns cipós a rodearam, impossibilitando que fugisse.

      Ela caiu no chão, soltando um resmungo alto. Anila e Oleandro se aproximaram, enquanto os Natures ao redor se afastavam correndo.

      Anila apontou seu rifle para Dálian que a olhou de olhos arregalados enquanto Oleandro a levantava. Ele prendeu seus pulsos com uma pulseira que restringiu sua magia.

      — Dálian, você está presa pelo assassinato de Floren — Anila anunciou.

      — Mas eu não fiz nada! — gritou se debatendo.

      — Há provas de que fez. — Os olhos dela se arregalaram em incredulidade. — Atacou Nardo hoje mais cedo — Anila disse apontando para Nardo com a cabeça.

      — O que? — Dálian olhou para ele, mas não por muito tempo, seus olhos logo foram ao encontro de Lilyn e ela se calou por um momento. Pareceu ter esquecido tudo ao redor, mas o aperto de Oleandro em si a fez voltar a realidade, ela olhou de Lilyn para Nardo, depois de volta para Anila que apontava a arma para si. Abriu e fechou a boca algumas vezes, movendo seu olhar de volta para Lilyn. Seus olhos se encheram de lágrimas.

      Lilyn apertou as mãos rente ao peito, olhando para Dálian com um olhar sofrido, como se não soubesse no que acreditar. Nardo apenas demonstrava raiva, olhando de Lilyn para Dálian e então puxando Lilyn para trás de si. Dálian olhou para ele, e raiva tomou sua face, ela se debateu e olhou para Anila com um olhar desesperado.

      — Eu não fiz isso Anila, eu juro!

      — Câmeras gravaram você atacando Nardo. — Dálian negou parecendo tentar manter a calma, tanta incredulidade brilhando na sua face que ela parecia mal conseguir se concentrar, sua mente parecia a mil.

      — Eu não ataquei ele, eu estava aqui.

      — Tentou fugir — Nilo disse, tirando seu notebook da bolsa quando Anila olhou para ele. Dálian franziu os lábios.

      — Eu estava desesperada… eu… eu não fiz isso. Lilyn! — Olhou para ela e chorou. — Lilyn diga a ela, por favor, você sabe que eu não fiz isso, diga a ela, Lilyn!

      Anila olhou para Lilyn, que tendo o olhar da detetive sobre si apenas se encolheu mais, se escondendo atrás de Nardo.

      — Mentiras! — Nardo gritou. — Você quase me matou! E matou o meu irmão também. — Dálian negou chorando.

      — Eu não fiz isso, eu não fiz. — Ela olhou para Anila de novo, engolindo o choro. — Por favor. Acredite em mim. Por favor. Eu. Não. Fiz. Isso.

      Anila a observou em silêncio, todos estavam em silêncio, até mesmo aqueles que apenas observavam a cena. Nenhum barulho se fez, todos estavam à espera do que a detetive faria a seguir. Anila então soltou um riso fraco, dizendo calma e amigável:

A morte do noivoOnde histórias criam vida. Descubra agora