Pessoas ➕ 🔞
Bruce, um urso atrapalhado, sorridente, falador.. Coisas que os ursos pardos do seu bando não são, e esse foi um dos motivos de ter ido embora, não conseguia se encaixar naquele ambiente.
Bruce sempre sonhou em ter uma fêmea, tão boa...
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-- Como ele não está aí? -- Respiro fundo.
-- Ele não está, senhora. -- Diz com a voz trêmula.
-- Ok. -- Desligo o celular.
Olho para frente e vejo dois ursos passarem na minha frente. Nunca vou me acostumar a ver pessoas se transformando em animais.
Meus soldados estavam sentados em uma grande peça comprida, aonde algumas pessoas estavam sentadas comendo; a maioria do alimento é peixe.
Olho de canto e vejo o urso Bruce adentrar a floresta. Faço um sinal para Samuel; ele é o mais cabeça daqueles quatro.
Saio de lá e sigo o urso. Ando por alguns minutos, mas paro quando não o vejo mais na minha frente.
-- Precisa de algo? -- Acabo tomando um susto com ele atrás de mim.
Como..
-- Às vezes, ursos conseguem ser silenciosos quando estão caçando. -- Fiz ainda atrás de mim.
-- Atrapalhei sua caça? -- Olho para frente.
--... Meu foco ficou em outra caça. -- Diz, e sinto um certo arrepio na minha nuca. -- Mas essa está sendo difícil. -- Diz.
Sinto seu corpo se encostar no meu, me viro dando de cara com o tronco dele. Levanto a cabeça e olho em seus olhos azuis.
Tão lin...
Me afasto e coço minha garganta, mordo os lábios.
-- Quando ainda estávamos na reserva... Você viu um filhote de raposa? -- Pergunto o encarando.
-- Sim. -- Seus olhos estavam dilatados em um tom de mel, e seu olhar estava em meus lábios. - É seu? Achei estranho um filhote de raposa com consciência na reserva. -- Fala e sobe lentamente seus olhos para os meus.
-- Consciência? -- Pergunto confusa.
-- Sim. Como eu. -- Fala.
-- Não... Ele não é como você. -- Nego. -- Ele é somente um filhote de raposa que encontrei na mata. -- Falo ainda não acreditando no que ele falou.
-- Eles têm consciência. Não fui eu que somente sentiu. Ele é como nós. -- Abaixo o olhar e passo a mão no cabelo.
Puta merda...
-- Disse que encontrou ele na floresta. --
-- Sim... A mãe dele estava tendo ele na hora que estava passando, mas ela estava na forma animal. Não notei, ele nasceu na forma animal também. -- Suspiro.
Caralho!
Tratei ele como se fosse um animal... Bom, ele é em partes, mas... Caralho!
-- Que estranho. As fêmeas geralmente têm seus filhotes na forma humana; é perigoso fazer na forma animal. -- Se aproxima um pouco.
-- Não sei aonde ele está agora. -- Bufo.
-- Ele sempre aparecia por lá, ficava brincando com o filhote da Luna na escolinha que temos para os filhotes lá. Mas quando dava certo horário, ele sumia. -- Diz.
-- Por isso que ele aparecia sujo em casa. -- Lembro das vezes que tive que dar banho nele.
-- Então foi de você que ele estava fugindo quando sentiu seu cheiro na invasão que teve na reserva. -- O encaro confusa. -- Na hora daquela confusão toda, ele estava correndo para a mata com o filhote da Luna. Quando me aproximei para retirá-los de lá, ele farejou o ar, se assustou e correu na direção da saída da floresta. -- Safado.
-- Agora não faço ideia de onde ele está. Não posso voltar agora para casa. -- Bufo.
-- Ele deve estar na reserva. Posso ligar para a Luna perguntando. -- Diz e sorri.
Luna..
-- Obriga. -- Falo e vou na direção para voltar.
-- Ayla? -- Paro no lugar. -- O que você achou dos ursos? -- Pergunta e noto o tom de medo? Vindo dele.
-- Mesquinhos. -- Falo me referindo às pessoas que estão na vida boa, enquanto os outros estavam praticamente passando fome.
-- Não estou me referindo a isso. Mas sim do porte. -- Eu o encaro por cima do ombro.
--... Sei lá. -- Dou de ombro. -- Alguns são bonitos, outros têm um porte muito forte, o que na maioria das vezes deixa o cara estranho, mesmo o cara sendo bonito. --
-- Você gosta de homens fortes, mas não do tipo exagerado? --
--... Sim. -- Sou sincera.
Por que caralhos estou falando isso com ele?
-- Tenho que ir. -- Saio de lá às pressas.
Volto para onde todos estavam, na frente daquelas mesas, tinha uma de lado, ali estava o irmão do Bruce, a velha da mãe dele, o tal do conselheiro, uma mulher muito bonita ao seu lado e outros dois homens. Paro na mesa dos meus soldados e respiro fundo. Prendo meu cabelo e passo a mão na nuca.
Eu hein...
-- A senhora está vermelha, tá tudo bem? -- Ruan pergunta.
Conheço esse garoto desde os 19 anos dele. Ele era um garoto problemático de família rica; o pai dele o mandou para o exército. Ele ficou na minha responsabilidade; o homem faz parte da minha unidade.
-- Sim. Come. -- Tento mudar de assunto.
Aquele urso...
Olho para frente e vejo mesas afastadas; ali estavam os do outro lado, os mais pobres. Noto que somente tinham algumas frutas ali, mas mesmo assim eles dividem umas com os outros. Me levanto, pego os pratos que tinham peixe na nossa mesa.
-- Ayla! -- Gael e Alan reclamam, mas se calam ao ver aonde estava indo.
Quando coloco os pratos na mesa deles, olho para cima e vejo Bruce na outra mesa; ele fazia a mesma coisa.
Não fui somente eu que pensou nisso...
-- Senhora... Não precisa. -- Uma mulher tenta negar, mas somente deixo lá e dou as costas.
Me sento no meu lugar, pego uma maçã e começo a comer. Os meninos fazem o mesmo sem reclamar.
Fomos para muitas guerras, já vimos coisas piores que essas, e sempre que podíamos, tirávamos de nós para dar aos outros.
Aqui não será diferente.
-- Queria que se engajasse com o peixe. -- Gael fala olhando na mesa do alfa.
Apesar de Gael ser do jeito que é, ele é uma pessoa de bom coração. Ele sempre foi o mais afetado pelas pessoas passando fome nas missões.
Se podermos ajudar esse lado do bando, vamos ajudar até irmos embora.